Capítulo 9

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POV Ryan
Acordei um pouco estressado hoje, eu simplesmente odeio acordar cedo e odeio ser acordado por alguém. Ok, minha mãe é delicada na maioria das vezes ao me acordar, mas, mesmo assim, eu não gosto. Meu irmão lida melhor comigo nessas situações, porque ele tenta ao máximo respeitar meu limites, mamãe e papai parecem não conhecer essa palavra.

-Ryan, fique longe de confusão.- Meu irmão diz e sai andando, eu reviro os olhos e vou para aula. Queria mesmo era sair para ficar com Marissa, mas minha bunda está doendo o suficiente para eu pensar antes de fazer algo estúpido como deixar de assistir as aulas. Uma das minhas aulas é com ela hoje, menos mal. Nas demais aulas, fico fazendo lições de outras matérias e esperando o tempo passar. Eu não deveria fazer isso, porque minhas notas não estão boas, apenas estáveis, se elas caírem um pouco ficam vermelhas, assim como minha bunda vai ficar se isso acontecer.

-Ryan, cara, a aula acabou. Mova-se.- Reparo que não tem ninguém mais na sala, agradeço e me despeço do meu colega. Só quero chegar em casa.

-Amor.-Ouço a voz da minha namorada. Abro um sorriso instantaneamente.

-Oi, anjo.- Digo lhe dando um beijo quente. Estamos sem transar a tanto tempo por causa do castigo, que um simples beijo me deixa aceso. Mas me contenho, afinal, nenhum ser humano quer transar com a namorada de bunda vermelha por conta de uma surra que levou. É constrangedor.

-Uau, que saudades..- Ela diz com desejo.-Mas, na verdade, eu vim te procurar para saber como está. Não deu tempo de perguntar hoje na aula.

-Tô melhor agora e você?- Digo e estou sendo sincero, esqueci completamente que estava mal humorado.

-Estou levando, estou de castigo por causa do fim de semana.- Ela diz com tristeza.- Sandy pegou muito pesado com você?- Ela pergunta com preocupação. Marissa sabe como as coisas funcionam lá em casa e eu sei como funciona na dela. Nem se eu quisesse daria para esconder, já que antes éramos amigos e digamos que meu irmão não segura a maldita língua.

-Não tanto como poderia, mas deixou o recado muito bem gravado.- Falo lembrando das cintadas que levei. Faço uma careta leve.- Sua mãe só te deixou de castigo?- Pergunto curioso. Os pais de Marissa são separados, a mãe é mais tolerante, o pai nem tanto, ela tenta aprontar o mínimo possível nos dias que passa na casa do pai.

-Não... Ela me deu uma surra também, por causa da quantidade de bebida, a questão do horário que fez ela me deixar uma semana de castigo.-Ela diz com pesar.- Fora isso tá tudo tranquilo, só vamos ter que ficar mais uma semana sem ter um tempo a sós.-Ela se aproxima lentamente e fala no pé do ouvido: Mas não tem problema, não é? Meu namorado costuma a ser muito eficiente em compensar o tempo perdido.- Caralho. Essa mulher quer me deixar maluco? Fico completamente arrepiado e excitado. Seguro a cintura dela com firmeza e a puxo para baixo de uma árvore. A beijo intensamente, deixando minha mão caminhar pelo seu corpo, de maneira confiante e provocativa. Ela geme contra minha boca e eu separo nossos lábios e sussurro:

-Você vai me matar de tanto tesão um dia desse.- Selo nossos lábios novamente, dessa vez de forma suave, porque já passou da hora de nós dois estarmos em casa. Ela ri e se afasta.

-Tenho que ir... Te amo.- Ela diz me dando mais um selinho.

-Te amo.- Vejo ela se distanciar e vou procurar Seth que já deve estar louco atrás de mim. Vejo Seth na entrada do colégio e o chamo.

-Onde você se meteu cara?- Ele diz afobado.

-Estava conversando com Marissa.- Ele suspira.

-Conversando? Pensei que você tivesse um celular para isso.- Ele diz irônico.

-O celular não me permite dar beijos e nem explorar o corpo da minha namorada.- Falo um pouco sarcástico. Ele me olha com cara de nojo.

-Eca. São detalhes demais, idiota.- Rio, Seth não tem jeito. Nem parece que é a pessoa que me procura para conselhos sexuais.

-Você quem perguntou, irmão.- Falo enchendo o saco dele.- Não me culpe, não é você quem ficou
sem celular e sem poder encontrar com a namorada. Não reclame porque você tem visto muito a Summer.

-Bom ponto.- Ele diz caminhando para casa.

POV Kirsten
Caleb é muito difícil de lidar. É o meu pai e eu o amo, mas que homem insuportável. Ele tem a terrível mania de controle e de achar que eu tenho que fazer todo e qualquer serviço da empresa. Além disso, ele exige perfeição e rapidez. Nem a pessoa mais paciente do mundo consegue se controlar perto dele.

-Ok, senhoras e senhores.- Digo olhando para o conjunto de pessoas que estão presentes na reunião.- Acho que a proposta que a senhora Torrent deu vai ser de grande utilidade. Pode me passar os papéis com tudo escrito e detalhado? Vou analisar pessoalmente tudo.- Digo olhando para ela e a vejo que assentir.

-Kirsten, não dê esperanças antes da hora. Vamos olhar com os advogados todas as propostas.- Ele diz e isso me irrita. Se não concorda, ok, mas não precisa falar isso na frente da sala inteira. Ele arruma o terno e sai da sala. Respiro fundo e encerro a reunião. Saio a pessoas pesados para sala do meu pai.

-Você está ficando louco?- Digo enfurecida.-Eu já estou no limite do stress e você inventa de me repreender na frente dos meus funcionários?

-Seus funcionários? Se você não reparou, essa empresa é minha e eu faço o que bem entender. E olha como você fala comigo, sou seu pai.- Tenho vontade de chorar de tanta raiva ao ouvir isso.

-Ah, sinceramente pai. Eu to cansada de aguentar suas merdas. Eu dou minha vida e mais um pouco para manter essa empresa de pé, enquanto o senhor presta apenas para assinar os contratos.- Sou muito dura, mas não deixa de ser verdade. Vejo ele ficar vermelho de raiva.

-E quem está te obrigando a ficar aqui? No momento em que você sair por essa porta, eu ponho outro no lugar. Existem diversas pessoas que fazem o mesmo que você, Kirsten.- Ele diz ácido. Minha cabeça roda, Caleb às vezes incorpora muito o dono da empresa e esquece que sou sua filha. Tudo que ele fala me atinge em cheio. Eu sei bem que é da boca para fora, que ele só faz para me atingir e continuar na sua postura impenetrável. Mas eu não sou de ferro, nem tudo entra por um ouvido e sai pelo outro. Antes que eu possa formular uma resposta, vejo meu marido entrar na sala.

-Cheguei, sogrão.- Ele diz com um ar divertido, mas logo para ao ver o clima de tensão na sala.- O que aconteceu aqui em?- Ele diz alternando o olhar entre nós dois. Sinto minha voz voltar aos poucos.

-Nada de incomum. Só Caleb sendo o babaca de sempre.- Digo com fúria contida e saio da sala batendo a porta com a maior força que tenho. Sandy rapidamente vem ao meu encontro.

-Kirsten, o que foi? Quer que eu vá para casa com você? Foi algo muito sério?- Ele diz preocupado e eu seguro o choro.

-Em casa conversamos, querido.- Digo tentando não render. Sandy faz alguns serviços para a empresa e meu pai o paga muito bem, não quero que ele perca isso por causa dos meus problemas. Então resolvo não contar agora, porque sei que meu marido voltaria para sala e falaria boas verdades para Caleb.- Pode ficar tranquilo, sim? Vá trabalhar, mais tarde nos vemos.- Digo e vejo ele demorar para assentir. Vou para meu carro e choro até chegar em casa. Seth e Ryan pelo visto se atrasaram para o almoço, agradeço por isso, porque não quero que eles me vejam assim. Subo para o meu quarto e tranco a porta. Preciso de um tempo.

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