Capítulo 10

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POV Sandy
-O que você disse para Kirsten? Não acredito nem por um segundo nessa sua história de "foi uma briga normal entre pai e filha".- Digo bravo, conheço minha esposa, ela estava bem afetada para ter tido apenas uma discussão comum. Caleb suspira.

-Pare de supervalorizar tudo. Foi algo em relação à reunião que tivemos, nada para você se preocupar. Larga desse papo e vamos resolver o que realmente interessa.- Ele diz se sentando na poltrona. Eu respiro e tento me concentrar no que vim fazer aqui.- Quero que analise esses contratos, em total sigilo.- Leio rapidamente e vejo o que ele quer.

-Cal, eu não faço esse tipo de serviço. Você sabe muito bem disso.- Digo sério, são esquemas fora da lei e ele quer que eu encubra e ache uma brecha.

-Ah, meu querido. Se fosse só por mim, eu nem te pediria ajuda. Kirsten está enterrada até o pescoço nisso, mesmo que não saiba.

-Como assim, Caleb?

-Eu não conto certas coisas para ela e isso nem você vai contar. Sabe que quero protegê-la, não era para ela ter envolvimento nenhum nisso, mas, se qualquer escândalo desse vir a tona, ela será culpada em alguma parte, afinal ela assina muitas coisas aqui dentro e é minha sucessora.- Ele diz e eu tenho que respirar fundo diversas vezes.

-Você é um babaca completo.

-Não finja que não sabe disso.- Ele diz casualmente.- Para estar onde estou, você tem que fazer algumas escolhas.

-Francamente... Em qual momento achou que envolver Kirsten nisso seria uma boa?

-Não pensei. Quando eu vi, ela já tinha assinado coisas que não devia. Eu sempre peço para que tudo dessa empresa passe por mim antes. Mas ela acha que faço isso apenas para tirar autonomia dela e, por teimosia, passa por cima das minhas ordens.- Ele suspira.- Sandy, eu não tenho todo tempo do mundo e saiba que eu não estou achando nada prazeroso ter que pedir ajuda a você.

-Eu imagino.- Digo, porque sei que ele não me chama se tiver outra alternativa. Penso durante alguns segundo e tomo minha decisão.- Vou passar por cima de tudo que eu acredito, mas vou ajudar. Que seja a última vez, se quer fazer merda, faça sozinho. Nunca mais a envolva nisso. Ela não merece ser apunhalada pelo próprio pai.-Digo sério.

-Eu sei bem disso e vou tomar mais cuidado. Nem preciso dizer que não é para contar para ela né?

-Não. Digo o mesmo a você.- Ele concorda. Não gosto de segredos no meu relacionamento, mas, nesse caso, não posso contar. Kirsten ficaria arrasada e, se for para ela saber, que seja da boca do pai e não da minha. Termino de resolver tudo com meu sogro e, quando finalmente acabo, vou para casa. Seth e Ryan estão largados no sofá jogando videogame.

-Oi meninos do papai.- Digo. Eles respondem baixo sem nem sequer tirar a atenção do jogo.-Já comeram algo?- Novamente, eles concordam sem me olhar. Ser pai de adolescentes é isso... Resolvo deixa-los quietos, faço um pequeno lanche para mim e para Kirsten e levo ao nosso quarto. Bato suavemente na porta e digo que sou eu. Ela abre e vejo que ela chorou.

-Oi, meu amor. Trouxe torradas e suco para comermos.- Digo e ela me dá um pequeno espaço para passar.- Quer conversar sobre isso?-Ela suspira de modo triste.

-Nem tem o que conversar. Meu pai é um tremendo babaca.

-Ei, sou eu quem digo isso e você quem tenta mudar minha visão.- Brinco e consigo lhe arrancar um sorriso.

-Sim, de fato. Só aconteceu o de sempre, ele falando coisas da boca para fora para se mostrar no controle. Sabe que eu tento ao máximo não discutir, porque não chegamos a lugar algum com isso, mas hoje não deu...- Ela diz sentida.

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