27.

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os amigos não tinham muito o que fazer naquela situação, o sol já havia deixado o céu e tudo o que tinham agora, eram uns aos outros e o frio, que junto com a noite, havia chegado.

— você acha que vamos demorar muito pra conseguir pensar em algo? — Carol perguntou, e Day apenas olhou para trás, vendo os amigos separados assim como elas estavam.

Bruno estava jogado na areia ao lado de Thaylise e Elana, enquanto Victor estava com Dreicon em silêncio.

— não, por mais que não tenha ido muito com a cara da Elana no início, tenho certeza que ela vai pensar em algo. — a morena falou, iniciando um carinho na mão da ruiva, que estava entrelaçada à sua.

— Day... — Carol chamou, após um pequeno momento de silêncio entre as duas. o olhar de Day foi de encontro ao de Carol, então a menor continuou.— acho que eu já sei.

— sabe o quê? — a feição de Day ficou confusa, e Carol mordeu o próprio lábio inferior.

— eu gosto de você. — a ruiva falou, quase como quem descarrega um peso das costas.

— gosta, gosta ou gosta como amiga? porque você...— a menor a interrompeu.

— eu gosto.— falou rápido. — tipo, mesmo. e eu ainda fico meio confusa com você, mas eu sei que eu gosto.

— agora eu que tô confusa.— Day soltou uma risada sem graça.

— eu sempre te falo que gosto de você, mas que fico confusa com meus sentimentos. mas agora não, eu acho que eu realmente entendi eles, e eu gosto muito de você. — Carol falou, e acabou franzindo a testa. — isso é estranho, até algum tempo atrás eu nem te conhecia.

— e o estranho que você diz, quer dizer que você tá frustada ao ver o quão parecido com os livros a vida amorosa pode ser? — Day falou, num tom brincalhão e Carol afirmou com a cabeça.

— eu sempre pensei que o mundo fora da ficção fosse bem mais frustrante nessas questões.

— e acredite, o mundo pode ser muito frustante amorosamente. — Day falou.— mas, quando o sentimento é mútuo, as coisas acontecem com mais naturalidade.

— é como se eu te conhecesse a vida inteira, e como se eu não soubesse nada sobre você. — a ruiva falou, levando o olhar para as mãos entrelaçadas sob a areia.— é isso que me deixa confusa. você inteira me deixa confusa, mas as coisas que acontecem aqui... é muito confuso.

— você não é a única que sente essas coisas. e pode acreditar que até pra mim, que sempre entendi o que estava acontecendo, também é confuso.— a morena deu um sorriso singelo e Carol também sorriu.

»

— eles sabem onde estamos. — Elana disse mais tarde, a noite já havia chegado há horas e eles não sabiam quanto tempo demoraria pra amanhecer.

— que? — Thay, sonolenta, perguntou.

— o rastreador. — Carol, que também estava sonolenta, respondeu.

— exatamente.— a loira continuou.— já fazem quase 72 horas que estamos aqui, e só essa tarde viemos tirar esse rastreador, com certeza eles já estão vindo e eu não tenho idéia de como vamos sair daqui.

era notável o desespero da garota, não só por eles estarem predestinados à serem novamente cercados, mas também por sua frustação consigo mesma. a garota exalava sua frustação. 

— então eu sofri tudo isso só pra adiar minha morte? — Victor perguntou, mas com um tom mais afirmativo do que interrogativo.

— não. ninguém vai morrer, Victor. — Day falou, sem abrir os olhos. — vamos arrumar um jeito, sempre arrumamos.

Paredes. | DayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora