29.

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— ainda não acredito que deixamos ela voltar.— Day repetiu. de longe dava para perceber sua preocupação.

— foi uma jogada inteligente, Day. vai ficar tudo bem.— Elana tentou acalmar, enquanto observavam os carros desaparecerem de suas visões.

Day engoliu seco, tentando ao máximo não pensar no que poderia acontecer caso nada disso acabasse dando certo. Carol estava sendo levada de novo para aquele lugar, sem nenhuma certeza de que ficaria mesmo viva, ou que eles não voltariam para matar os amigos.

— como vamos voltar para Kansas City? — Dreicon se arriscou a perguntar e Elana suspirou.

— liguei para minha mãe, ela vai vir nos buscar. — a loira disse, transparecendo seu desconforto.— provavelmente ela chega hoje à noite, e vocês podem ficar na minha casa.

Thay ao perceber o desconforto e entender o motivo por tal coisa, tentou mudar o assunto.

— mas e aí? vamos ficar parados ou você vai sincronizar a localização da Carol no seu celular? — a garota perguntou, e os amigos pareceram voltar à ativa ao ouvirem falar de Carol.

— eu já sincronizei.— Elana falou, tirando o celular de seu bolso.— esse celular não é tão bom, mas foi útil pra fazer isso. seria melhor um notebook, mas é complicado arrumar um aqui. — a garota continuou, mexendo em algumas coisas no seu celular, enquanto os amigos estavam atentos.— ela acabou de passar pelo resort.

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Carol respirou fundo ao sentir um calafrio percorrer sua espinha. o carro havia parado há alguns segundos, que pareceram horas, até alguém abrir a porta e apontar com a cabeça para que a ruiva saísse do carro.

de longe conseguiu observar a mulher — que agora sabia o nome... bem, o sobrenome — conversar entre sussurros com um dos homens armados que estavam na porta do local. sabia que não estava no Michigan, reconheceria, até porque não havia muitos dias desde que havia estado no local pela última vez.

o local era maior, e parecia ser bem mais ocupado do que o que passou sua vida. também parecia ser mais protegido, o que lembrou Carol de guardar cada detalhe que pudesse.

a ruiva tentou manter sua cabeça baixa, enquanto esperava que alguém lhe desse mais alguma ordem.

— então essa é a sua aposta, López? — um homem, que Carol não havia percebido, se aproximou, levando o indicador até abaixo de seu queixo, levantando o rosto da ruiva. — acompanhei de perto seu crescimento. ainda é muito magra, mas podemos melhorar isso.

— você sabe o quanto ela é poderosa, nós podemos treina-la. — López falou, se aproximando dos dois.

Carol se manteve quieta, enquanto era analisada pelos dois à sua frente.

— e os outros? — o homem perguntou, sério.

— não vão ser um problema, cuidamos disso. — a morena falou, com um sorriso ladino. — principalmente se colocarmos em prática o que sugeri.

— conheço você, López. sei que é uma das melhores... — a mão que antes segurava o rosto de Carol, foi levada à lateral do rosto da mulher.

Carol percebeu o desconforto de López  com aquele ato, mesmo que um sorriso estivesse em seu rosto. mais uma coisa que Carol guardou em sua mente.

— levem ela até o Arthur.— o homem falou, após alguns instantes parado na mesma posição.

— acha que é uma boa idéia? — López perguntou, enquanto dois homens segurava os braços de Carol, a incentivando a começar a andar.

Carol não conseguiu ouvir o resto da conversa, já havia passado dos portões de entrada, e agora estava longe demais para que pudesse ouvir.

os corredores eram mais largos e a cor das paredes não era tão branca, estava mais para cinza claro. Carol tentou traçar todo o caminho que estava fazendo, imaginando que poderia ser útil para sair dali. após alguns corredores, parou em frente à uma porta metálica e larga o suficiente para saber que aquilo não era um quarto. um dos homens colocou sua digital numa espécie de sensor e a porta foi aberta, revelando uma sala enorme, mas pouco mobiliada. no fim da sala, havia uma espécie de mesa, provavelmente era um escritório.

haviam dois homens, e estavam conversando sobre algo, mas pararam ao notar a presença de Carol. um gesto foi feito pelo homem mais alto, que supôs ser Arthur, e os dois homens soltaram os braços de Carol e saíram, deixando a garota sozinha ali.

— você tá melhor que da última vez. — o mais alto disse, analisando milimetricamente Carol.— menos pálida e menos magra. deve ser resultado de suas últimas aventuras.

Carol percebeu que o menor, parecia ser bem mais jovem do que o homem que estava falando. parecia ter sua idade.

— ah, que falta de modos.— o mais velho disse com um sorriso que se Carol não conhecesse seu trabalho, diria que era uma boa pessoa.— você pode me chamar de Cooper, todos costumam serem tratados por seus sobrenomes aqui, menos vocês. e este é Arthur, ele é como você.

então o garoto era Arthur... e era como ela, então realmente haviam bem mais pessoas do que ela e os amigos imaginavam.

Arthur deu um sorriso ladino, em um cumprimento silencioso e Carol se manteve quieta. os poucos instantes pareceram eternidades para Carol, que era observada pelos dois.

— ele sabe o que fazer, podem ir.— o homem finalmente falou e Arthur foi até Carol.

— me acompanha, vou te levar até o seu quarto.— o garoto disse.

a ruiva ficou um pouco confusa, mas seguiu o garoto para fora da sala e novamente caminhou pelos corredores. dessa vez, um pouco mais, e logo chegaram.

— pode colocar sua digital, o sistema já tem seus dados.— o garoto falou e Carol se manteve quieta.

um suspiro foi soltado por Arthur, que revirou os olhos antes de levar sua própria digital até o sensor, fazendo a porta abrir.

— esse é seu quarto, hoje você pode ficar aí. — o garoto falou, enquanto entrava no mesmo.— é melhor do que o que você cresceu, mas também tem alguns livros para se entreter. o banheiro fica naquela porta.— apontou em direção à mesma.— tem roupas na cômoda, e a cama é confortável. as refeições são feitas no pátio, quando chegar a hora você vai conhecer.

após toda explicação sobre coisas básicas, Arthur foi até a porta para ir embora.

— Carol.— a ruiva disse, chamando a atenção do garoto que virou para ela.— meu nome.

— é, eu sei. — um sorriso ladino foi dado, e logo a porta foi fechada novamente, deixando Carol ali sozinha.

Paredes. | DayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora