26.

940 116 16
                                    

— quanto tempo eu fiquei desacordado? — Dreicon perguntou, assim que realmente acordou.

— dez horas.— Elana disse.— quase onze.

— sério? — o garoto perguntou e Elana afirmou com a cabeça.

— gente, o que é isso? — Carol, que havia ido trocar o curativo de Thay, perguntou.

— o quê? — Elana perguntou, se levantando da areia e foi junto com os amigos até as duas garotas.

— tem alguma coisa aí? — Carol perguntou, apontando para a ferida que estava um pouco aberta.

— tá piscando.— Elana disse, se abaixando ao lado de Thay, que estava sentada.— parece um rastreador.

— UM O QUÊ? — Day perguntou, num tom de voz assustado.

— por que teria um rastreador na...— Victor começou.— ah... entendi. — falou ao perceber o motivo.

— nós temos que tirar isso de mim!— Thay falou, também assustada.

— agora tudo tá explicado.— Elana falou e os amigos ficaram confusos.— eles sempre souberam exatamente onde estávamos porque todos nós temos um desses.

— O QUÊ?!—  Bruno falou e Elana suspirou.

— se vocês pararem de me atrapalhar, eu consigo concluir meu pensamento.— a garota falou, e os amigos ficaram quietos. — todos os bebês quando nascem, os pais são convocados pra uma reunião com a respectiva filial da empresa, que está espalhada no mundo todo. meus pais não me falaram muito do que aconteceu, mas se nós fomos levados pra essa reunião, com certeza eles colocaram chips rastreadores pra poder nos observar.

— e como você sabe se esse rastreador não foi colocado na Thay depois? — Day perguntou.

— a probabilidade é bem pequena de isso ter acontecido, e em que outra situação ela poderia ter um chip rastreador implantado nela? — Elana explicou.

— não faz sentido ter sido implantado depois. — Thay falou.— porra, tirem isso de mim.

— vamos ter que tirar de todos nós, se queremos fugir daqui sem que eles saibam, temos que tirar.— Elana disse.— o problema é que não sabemos onde foi implantado em cada um de nós.

— como assim?— Carol perguntou.

— eles podem ter seguido um padrão e colocado todos os chips nas nossas costelas, ou eles podem ter implantado em lugares diferentes. — a loira respondeu.— mas seria algo muito bem planejado pra uma situação como essa, e com certeza eles não contariam com isso.

— então todos nós vamos ter que ser cortados na costela? — Victor perguntou.

— sim, temos que tirar isso se quisermos ter alguma chance de fugir.— Elana disse.

Thay se mexeu um pouco, e os amigos levaram a atenção para a garota que estava mexendo em seu tênis, se assustando ao ver a mesma retirar um pequeno punhal dali.

— QUE PORRA!? — Day falou se afastando um pouco.

— depois que a Elana me contou tudo sobre aqueles idiotas, eu quis me proteger. — Thay se explicou.— agora abre isso e tira esse rastreador de mim.

— eu não vou deixar ninguém me abrir com isso não. — Victor falou, também se afastando um pouco.

— é isso ou morrer, porque já sabemos que é isso que eles querem fazer com todos nós. — Elana falou, e Victor suspirou, se rendendo à idéia.

— e como vamos estancar o sangue? — Carol perguntou, enquanto Elana estava observando a ferida de Thay.

— vai ser um corte superficial, só pra acharmos o chip, então se pressionarmos um pano limpo por alguns minutos, o sangramento vai parar. — Elana disse, pegando o punhal da mão de Thay.— segura a mão do Dreicon, quando doer você aperta.

Dreicon se aproximou da morena, pegando a mão da mesma e Elana intercalou seu olhar entre Thay e Dreicon antes de virar para Day.

— o quê?— Day perguntou, com receio de que Elana pedisse para que ela fizesse o corte.

— tem uma garrafa de água limpa na minha mochila, pega ela e um pano.— Elana instruiu e a morena concordou com a cabeça.

Day foi até a mochila de Elana que estava na areia e tirou seu notebook dali, vendo a garrafa e então voltou para perto dos amigos.

— me dá sua camisa, Victor.— Day pediu.

— eu? por quê? — o cacheado perguntou.

— porque já pegamos a do Bruno pra estancar o sangramento de bala na Thaylise, anda.

— tudo bem.

o cacheado tirou sua camisa, entregando para Day e a morena rasgou um pedaço da mesma, entregando para Elana.

— segura a mão dela, Dreicon. — Elana falou, antes de passar lentamente o punhal sob a pele da costela de Thay.

a garota fechou os olhos, gemendo baixinho com a dor infernal que sentiu da sua pele sendo aberta lentamente, então apertou a mão de Dreicon com força, fazendo o garoto soltar um murmúrio.

Elana molhou o pedaço da camiseta que estava em sua mão e passou sob o corte, limpando para que ela pudesse ver o rastreador. assim que o encontrou, com a ponta do punhal, o puxou para fora, colocando o pano sob o corte.

— agora pressiona pra o sangramento parar.— Elana disse e Thay puxou sua mão da de Dreicon, segurando o pedaço de pano sob o corte.— quem é o próximo?

»

com certa relutância, todos os amigos conseguiram retirar seus rastreadores, e Elana os quebrou antes de jogar fora.

— isso nos fez parecer animais.— Day disse, negando com a cabeça. — quer dizer, nós estávamos sendo rastreados igual animais.

agora, os amigos estavam sentados em uma roda, cada um com seus respectivos curativos.

— vamos esperar amanhecer? — Carol perguntou e Elana assentiu.

— temos que arrumar um jeito de sair daqui, nadando seria uma idéia horrível, basicamente suicida. mesmo podendo ver o farol, é muito longe e ficariamos cansados de nadar, e não estaríamos nem no meio do caminho. — Elana disse, suspirando. — o problema é que não temos nenhum meio de irmos, e sem chances de teletransporte, seria outro tiro no escuro e podemos não ter tanta sorte, sem contar que mesmo se tivermos, o Dreicon ficaria exausto.

— eu diria que poderíamos aprimorar o teletransporte do Drei, mas não temos tempo pra isso. — Day falou, suspirando. — segundo o que eu ouvi, temos uma arma poderosa de teletransporte.

— todos são muito fortes.— Elana disse, olhando para Day.— vocês só tiverem o foco errado, ao invés de treinarem seus poderes, vocês só controlaram eles. mas todos são fortes, principalmente a Carol.

— eu? — Carol perguntou, e Elana assentiu.

— você é muito poderosa, sabe disso. — a loira falou e Thaylise encostou sua cabeça no ombro da mesma.— menos eu, eu sou bem inútil na verdade.

— isso é mentira.— Thaylise disse, se desencostando da garota.

— realmente. — Bruno concordou.

— a força física é muito importante, mas se não tivermos um cérebro inteligente o suficiente pra planejar e conseguir lidar com situações repentinas, não seríamos nada.— Carol disse e todos os amigos afirmaram com suas cabeças. — você é o nosso cérebro, sem você nenhum de nós estaríamos aqui... — deu uma pausa.— não exatamente aqui, você entendeu.

Elana riu do comentário da garota e assentiu, dando um sorriso.

— poderíamos tentar andar por aqui e procurar algo, por enquanto essa é nossa única opção. — Elana disse e suspirou, frustada por não ter um plano pra saírem dali.

Paredes. | DayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora