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uma semana. uma semana havia sido o prazo dado em ambos os lados, para Carol uma semana de treinamento, e para os amigos uma semana até que Victor tivesse que ir embora.

o desempenho de Carol de fato surpreendeu todos ali, com alguns dias já não precisava mais usar as mãos e conseguiu fazer com que López levitasse no sexto dia. realmente impressionante. o que não havia se aplicado muito bem para Arthur, por mais que estivesse razoavelmente bem com a luta corporal, ainda lhe faltava muito para que chegasse a um terço do que López era.

a morena era rápida e precisa em seus golpes, Arthur aprendera pouco sobre ataque e sua defesa excessiva estava irritando Tucker.

Carol observava de forma apreensiva todos os golpes desferidos por López no garoto que tentava usar defesa contra eles.

— seus poderes, Arthur. — a ruiva falou, alto o suficiente.— se defende com eles, isso te ajuda a mudar de defesa para ataque.

— cala a boca, Biazin.— Arthur disse entre dentes e ao tentar atacar López, recebeu seu corpo no chão preso em uma chave de braço.

— devia escuta-la. — López disse, antes de soltar o braço do garoto e se levantar em um pulo, estendendo a mão para ajudar o garoto que por orgulho rejeitou e se levantou sozinho. — amanhã você tem o teste, espero que faça um milagre ou sabe o que vai acontecer.

a morena falou em um tom para que apenas Arthur ouvisse e fez com que ele engolisse seco, olhando para Tucker que estava com o maxilar travado.

— qual o poder dele? — Carol perguntou em um sussurro para Achaga que estava ao seu lado, observando tudo.

— ele pode fazer as pessoas verem o que ele quer que elas vejam. — a loira respondeu.— mas ele nunca realmente usou, não que eu saiba. apenas em testes.

Carol viu quando Tucker saiu da sala enfurecido, Arthur e López ainda estavam no centro da quadra de treinamento.

— mas não se preocupe, o mal desenvolvimento do Arthur não vai mudar o seu ótimo resultado.— Achaga descansou sua mão sob o ombro da ruiva e deu um sorriso.— seus poderes estão cada vez mais fortes, só precisa aprender a controla-los de forma certa e tenho certeza que amanhã passará no teste.

— posso ser sincera com você sobre algo, Achaga?

A ruiva encarou Achaga, e a mais alta afirmou com a cabeça enquanto também a encarava.

— claro que pode.

— acho que López não é assim de tão mal. — a ruiva falou, levando seu olhar para a morena que agora retirava as faixas de suas mãos. — ela é uma boa pessoa, mesmo com essa carranca.

— ela é uma boa pessoa, Carol.— Achaga esboçou um sorriso antes de sair de perto da ruiva e caminhar até López.

as duas conversaram algo que Carol não ouviu, e ao ver que Arthur estava saindo, decidiu deixar as duas ali e saiu também.

»

— você tem que ir, Victor.— Elana repetiu, suspirando. — é a nossa chance.

— sabe que se eu for meus pais não vão me deixar voltar, não sabe? — o cacheado reafirmou o que havia dito, e Day mordia o lábio inferior enquanto observava aquela cena.

— fala mais sobre isso, Elana.

Dreicon deu um passo para frente em direção a Elana, com os braços cruzados e a expressão pensativa. todos concordavam que era um bom início, mas Victor estava hesitando muito sobre isso.

— Victor, não sei se você acredita em destino, mensagens do universo ou algo do tipo, mas é impossível que não exista algo conspirando em nosso favor.— a loira disse enquanto encarava Victor.— qual a probabilidade de seus pais estarem morando no mesmo estado que a Carol está presa e queiram que você vá pra lá?

Victor ficou calado diante das palavras ditas por Elana, apenas escutando a loira falar sobre o que já tinha falado antes.

— É uma perfeita oportunidade, você não vê?

Day respirou fundo enquanto ouvia Elana e levou o olhar para Thaylise ao seu lado, suspirando.

— Se você for, todos nós vamos ter um motivo plausível para ir até o Novo México. Você vai estar lá por um bom motivo, seus pais te obrigaram e vai ser uma ótima desculpa para os nossos pais que vamos com você pra poder ficar um tempo. — Elana intercalou o olhar entre todos os amigos ali, balançando levemente sua cabeça antes de voltar sua atenção para Victor.— Eu vou ter um ótimo argumento pra ir pra casa da minha irmã e consequentemente a Day também. o Bruno, Dreicon e a Thay vão ter ótimos motivos para ir te visitar porque os pais deles sabem que vocês são amigos.

— e ninguém vai precisar saber o que nós vamos realmente fazer lá. — Day acrescentou, arrumando-se sob o sofá. — nós damos um jeito com os seus pais.

— exatamente.— Elana falou, caminhando para perto de Day.— minha irmã trabalha, ela não vai estar vinte e quatro horas no meu pé e nós damos um jeito nisso como sempre.

os amigos se entreolharam antes de olhar para Elana e Day, que ironicamente haviam se tornado mais próximas do que todos imaginavam, quebrando a expectativa dos primeiros dias.

— é a nossa melhor chance.— Elana disse por fim e suspirou ao encarar Day.

— eu já disse antes, vou com ou sem vocês.

a morena encarou Victor que suspirou antes de afirmar com a cabeça, descruzando os seus braços.

— certo, eu vou.

um sorriso se fez nos lábios de Day e Elana, e logo um também apareceu nos de Victor.

—  Carol é nossa amiga e sei o quanto ela é importante pra você.— Victor disse indo até Day e abriu os braços.

em questão de segundos os dois estavam abraçados enquanto Day sorria com a resposta de Victor.

todos ali sabiam que Day estava decidida e pronta pra ir até onde pudesse pela ruiva e apesar de toda a tensão que havia se instaurado entre os amigos, no fim, sabiam qual era o motivo de tudo aquilo.

era Carol, por todo o tempo — mesmo que pequeno — que haviam passado juntos e por saberem que ela não merecia estar lá, não merecia passar por aquilo de novo. e, uma pequena parte daquele motivo, era por Day.

— ruivinha, aí vamos nós. — Bruno falou, fazendo os amigos rirem de seu comentário e acabou sorrindo.— vamos tirar ela de lá.

— ela é especial pra você, não é?— Victor perguntou baixo para Day, enquanto agora estavam abraçados de lado.

— muito. — a morena respondeu, com um sorriso espontâneo ao pensar em Carol e sentir a esperança ressurgir.— ela é importante.

— me desculpa por ter sido tão egoísta.

Day olhou para Victor, com um sorriso ladino em seus lábios e afirmou com a cabeça.

— tudo bem, todos nós fomos bem idiotas na última semana.

— então melhor começarmos a nos preparar, Victor vai amanhã e nós vamos um dia depois. — Elana falou, sentando ao lado de Thaylise.— vou começar a traçar todo o nosso plano.

Dreicon passou a mão por seus fios antes de encarar Day com um sorriso fechado.

— nós sempre temos chance.— o garoto falou e riu de forma nasal.— vamos salvar a Carol e acabar com esses idiotas.

(amanhã volto com outro pra compensar a falta de att)

Paredes. | DayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora