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Carol acordou com um estrondo, seguido de vários outros e alguns outros barulhos estranhos que despertaram seu sono.

- MERDA! - foi a última coisa que escutou, antes do silêncio voltar a reinar.

Carol se levantou da cama, após o silêncio ser quebrado por alguma coisa sendo jogada contra a parede contrária a que ficava a estante de livros.

- QUE PORRA! - era uma voz suave, mas carregada de fúria, Carol pôde perceber isso.

piscou diversas vezes, estava acostumada a ter sonhos lúcidos ou até mesmo algumas alucinações, aquele lugar deixaria qualquer um com problemas, duvidando de sua própria sanidade. deveria ser apenas mais um sonho desses.

- TEM ALGUÉM AÍ? - a voz estava mais alta dessa vez, com mais fúria, Carol supôs.- ALGUÉM ME DIZ QUE PORRA É ESSA E O QUE EU TÔ FAZENDO AQUI!

só então Carol percebeu que não era um sonho, realmente havia alguém ali, em tantos anos. juntou então suas forças pra conseguir falar algo.

- quem é você? - Carol perguntou, encostada na parede de onde vinha o barulho. pensou que seria mais fácil de quem quer que seja escutar.

do outro lado da parede, Day escutou finalmente alguém, após todo seu surto. se levantou do chão, caminhando de forma rápida até a parede que há minutos atrás era alvo de toda sua raiva.

- quem é você? - fez a mesma pergunta, respirando fundo na tentativa de controlar a respiração descompassada. - que porra eu tô fazendo aqui?

- e-eu... eu não sei. - Carol gaguejou, finalmente havia alguém ali afinal.- responde minha pergunta. quem é você?

- você também tá presa aqui? - Day desviou do assunto, não sabia ainda se deveria confiar em qualquer pessoa que a respondesse.

- tô. - foi a única resposta de Carol, fazendo o silêncio se instalar no local novamente.- por que você tá aqui?

Day respirou fundo, sentindo as pernas vacilarem com a lembrança do possível motivo de estar ali.

- eu não sei. - mentiu, escorregando na parede até chegar ao chão. - e você?

- também não sei. - Carol respondeu, sendo a única sincera naquela conversa.- você não me respondeu.- Carol relembrou.

- responder o quê?- Day fingiu desentedimento.

- quem é você?

- Dayane. e você?

"Dayane", Carol marcou o nome, era uma garota, não que já não desconfiasse pela voz.

- Caroline.

Day ouviu a resposta, não sabia se podia acreditar naquilo, mas o tom de voz da garota não acusava nenhum tipo de mentira.

então, novamente voltou a ficar silêncio. Carol suspirou com isso, mas tinha conversado com alguém após tanto tempo. isso já era uma coisa boa.

não se falaram, não tentaram descobrir mais nada uma sobre a outra, apenas ficaram em silêncio. Carol tomou seu café da manhã em silêncio, Day não quis comer, estava focada demais em pensar como sair daquele lugar.

ainda era manhã, disso ela sabia, afinal havia uma bandeja com um café da manhã em sua porta. a porta obviamente não estava destrancada, precisava de algo que pudesse abrir. era isso. procurou por todo o quarto algum grampo ou qualquer coisa que a ajudasse a abrir a porta, mas não achou nada.

- porra. - xingou, chutando a cômoda de seu quarto.

ao contrário do "quarto" de Carol, o de Day não havia uma gigantesca estante de livros. havia apenas uma pequena estante, ao lado da cômoda com alguns livros. também havia uma cadeira, que agora estava aos pedaços já que em seu surto de raiva acabou quebrando a mesma ao jogá-la contra a parede.

Paredes. | DayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora