22.

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a proposta feita à Day, não lhe pareceu tão boa, principalmente por não ter sido nem um pouco clara sobre como seus amigos ficariam livres.

— preciso pensar. — Day respondeu, deitando novamente na cama.

— lembre-se que não há muito tempo, se você não aceitar até seus amigos chegarem...— Day engoliu seco com a possibilidade de algo ruim acontecer com seus amigos.

a morena realmente precisava pensar, e precisava fazer isso o mais rápido que pudesse. a proposta era simples, mas não parecia uma boa proposta.

Day teria uma liberdade controlada, ela poderia sair e não estaria presa naquela sala, mas teria que trabalhar e seguir as regras deles, o que a deixaria presa naquele lugar de uma forma ou de outra, sendo completamente contraditório ao que lhe havia sido dito antes de resolver escutar a proposta. não houve muitos detalhes sobre seus amigos, apenas foi falado que eles poderiam ficar livres de serem pegos, assim como ela foi.

tudo havia sido tão mal explicado, que Dayane não estava confiando em nada do que lhe foi dito, e por isso precisava pensar. seus amigos sabiam se defender, e ficariam bem se tivessem uma chance de irem embora do lugar sem se machucarem, mas sua cabeça não estava nem um pouco confiante sobre sua principal escolha.

um infinito de tempo foi passado enquanto Dayane pensava, mas o que lhe pareceu infinito, foram apenas algumas horas. no fim, a morena acabou adormecendo antes mesmo de chegar à uma conclusão.

as horas passaram mais rápido do que os amigos esperavam, e talvez isso se devesse ao fato de que todos dormiram durante a viagem. após chegarem, ainda tiveram que andar por algum tempo até que pudessem chegar enfim no local que estavam procurando.

— e agora? — Victor perguntou, após chegarem na subida da montanha.

— vamos fazer o que combinamos.— Carol falou, levando seu olhar para Elana, que também havia olhado para a ruiva.

— e como a gente vai saber que ela tá mesmo aí?— dessa vez, Dreicon que perguntou.

— vamos ter que arriscar.— a loira respondeu.

a tarde já estava chegando ao fim, e a noite começava a deixar o lugar escuro. caminharam por cerca de três quilômetros até chegarem perto do local que Carol se lembrava, era literalmente como Carol descrevia sempre que escrevia, uma enorme caixa branca e vazia. os amigos seguiram o plano que Elana havia feito, se separando em três grupos; Carol ficou com Elana, que iam pelos fundos. Thay ficou com Bruno, que iam pela frente, para chamar atenção caso alguém tivesse fazendo a segurança e Dreicon ficou com Victor.

o plano era simples de ser executado, Dreicon se teletransportaria com Victor para dentro do local, e junto com Bruno e Thay, ganhariam tempo para que Victor conseguisse abrir a porta dos fundos para que Elana e Carol entrassem por lá. só aí, poderiam começar de fato o plano para tirar Day dali.

— tem certeza que isso vai dar certo? — Carol perguntou, enquanto olhava em volta, com receio.

— é nosso único plano.— Elana respondeu. — não tem nenhuma câmera de segurança, eles devem estar ocupados com os garotos. vai dar tudo certo.

um barulho agudo e alto foi ecoado pela sala, fazendo Dayane finalmente acordar, tentando levar as mãos aos ouvidos. o som estava fazendo a morena ficar impaciente.

— parece que já é tarde demais, Dayane. — a voz ecoou pelo quarto, após finalmente o barulho parar.— te demos dezenove horas, e você não nos deu uma resposta. agora, seus amigos estão aqui.

Day gelou, não era possível ter dormido por tanto tempo — por mais que sua noção de tempo estivesse completamente falha —. agora seus amigos estavam em perigo, e era tudo sua culpa.

— o que você vai fazer com eles? — a voz de Day saiu exaltada, e não obteve nenhuma resposta, além de uma risada.

Dreicon estava caminhando pelos corredores, o local parecia com um labirinto, mas estava vazio, o que o fez ficar alerta.

— não tem ninguém. — Bruno falou, olhando para Thaylise.— como isso é possível?

— não é...— a morena falou, olhando em volta, na tentativa de achar algo.— é uma emboscada.

— e o que a gente faz?

— nós usamos a armadilha contra o caçador. — a morena respondeu, indo até a porta, percebendo que estava aberta.

então, olhou para trás, encarando Bruno. os dois empurraram a porta, observando o local antes de entrarem.

— vamos ficar juntos.— Bruno falou.— nós precisamos encontrar os outros, sozinhos fica muito mais fácil de sermos pegos.

a porta foi aberta, fazendo Carol se assustar, mas logo se acalmou ao ver Victor.

— tá tudo vazio.— Victor falou, enquanto segurava a porta para as duas amigas entrarem.— ela não deve estar aqui.

— na verdade, ela tá aqui.— Elana falou, olhando em torno do local.— agora eu tenho certeza de que está. é uma armadilha.

— esse lugar parece um labirinto.— Victor falou.

os amigos se assustaram ao ver Dreicon aparecer do nada, junto com Thay e Bruno, fazendo com que os amigos dessem um breve grito.

— porra, você quer me matar do coração? — Victor perguntou, soltando um suspiro ofegante, levando a mão ao próprio peito.

— temos que ficar juntos.— Thay falou, sem dar a mínima para o comentário de Victor.

— é uma armadilha.— Elana e Thay falaram juntas, fazendo os amigos se entreolharem.

barulhos de palmas foram ecoados no cômodo que os amigos estavam, fazendo com que eles ficassem atentos, olhando em todos os cantos à procura de alguém.

— parabéns, vocês são completamente inteligentes.— a voz era robótica, e Elana prestou atenção à procura de algum transmitor de som.— confesso que subestimei vocês. menos a loirinha, ela é inteligente.

— são caixas de som embutidas no gesso do teto.— Elana falou, avisando os amigos, olhando para cada um antes de ouvir a voz voltar a ser transmitida.

— vocês foram espertos, se separaram... valorizo o esforço. — uma breve pausa foi feita.— töte sie alle.

o que ele falou? — Victor foi o primeiro a perguntar.

— matem todos.— Elana respondeu, e os amigos se entreolharam antes de aos poucos se aproximarem um do outro.

em poucos segundos, os barulhos de passos e pessoas correndo foi ficando mais alto, e Dreicon colocou Carol no meio deles, em uma espécie de escudo.

— vamos ter que lutar.— Thaylise falou, dando um sorriso ladino antes de olhar para cada um dos amigos.— nós conseguimos.

após isso, a morena ficou invisível, e os outros se prepararam. em segundos, vários homens com roupas especiais e armas apareceram, cercando os amigos por todas as entradas que levava ao local onde estavam.

Carol se sentiu inútil por não saber o que fazer, então tentou apenas se proteger como podia. Dreicon se teletransportou, fazendo dois dos homens caírem e atraiu alguns para longe dali, assim como Bruno, que correu em direção à uma das entradas, socando alguns dos homens e atraindo outros para longe. o principal objetivo dos amigos agora, era proteger Carol.

— eu vou abrir espaço e você vai atrás da Day, vai.— Victor falou rápido, sem dar tempo para Carol pensar, e correu em direção à alguns dos homens, conseguindo derrubar alguns deles. o cacheado segurou no pescoço de um dos homens, derrubando sua arma e o jogou contra a parede, levando seu olhar para Carol, que estava parada.— VAI! — gritou, e Carol correu para fora dalí.

Thaylise também conseguiu derrubar alguns dos homens, porém quanto mais homens eram derrubados, mais apareciam de todos os lados.

— O OUTRO LADO! — Dreicon gritou, ao ver Carol na entrada do corredor que estava, teletransportando para trás de um dos caras, batendo sua cabeça na parede.— VAI!

Carol então correu para o outro lado, sem saber para onde estava indo. os corredores pareciam os mesmos, e a grande maioria levava ao mesmo lugar, era quase impossível chegar à algum corredor que houvessem portas, como os que viu quando fugiu com Day.

Paredes. | DayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora