Capítulo - 03- "ADENTRAMOS NO DESCONHECIDO"

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NAQUELA NOITE ELE SONHOU COM SEU IRMÃO

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NAQUELA NOITE ELE SONHOU COM SEU IRMÃO. Via suas mãos geladas e ásperas tocando seu rosto e lhe chamando profundamente para longe.

Grégory queria ir até Lírio, mas a fina chuva lhe acordou naquela fria manhã, lhe despertando e dando a noção de que estava muito longe de casa naquela altura. Os outros dois colegas já se posicionavam, terminando de arrumar seus pertences e desmontando a velha barraca de viagens de Minos. Alexis e Jamil encontravam-se do lado de fora, preparando seus pertences para a continuação da viagem, analisando o terreno e vigiando os céus ao horizonte.

Os pássaros cantavam aos arredores, numa canção calma e bela. Quando colocou sua cabeça para o lado de fora, via montes e árvores, vegetações e campos. Cavalos selvagens corriam ao longe, deixando que a chuva lhes percorresse pelas crinas e cascos. Livres.

— Vejam! — Jamil apontava para o outro lado, de onde as árvores seguiam.

Ao se aproximarem, eles avistaram um grupo de pessoas caminhando para dentro da floresta. Alguns a cavalo, outros de sobre os pés. Não conseguiam reconhecer nenhum estandarte, ou nenhuma das cores das Casas importantes de Senses, mas não poderiam arriscar em aparecer para eles daquele modo. O plano devia seguir da mesma forma de se seguia até o instante.

— Continuem na estrada — Alexis encarava aquelas pessoas como encarava um inimigo em campo. Quaisquer movimentações estranhas me avisem.

Depois de se recolocarem na estrada, os três seguiram pelo caminho que indicava no mapa. Alexis não tirava seus olhos daquele pedaço de pergaminho, sempre atenta em todas as suas características e mínimos detalhes. A preocupação e vontade de encontrar seu pai lhe tiraram o sono, ela não conseguia se manter acordada sabendo do que Mateo lhe contou... o mal, com certeza ele estava espreitando pela floresta na escuridão, diante das nuvens que escondiam a lua e seu brilho.

Por alguns momentos os dois rapazes se olhavam estranhando a situação, percebiam que ela sempre estava há cinco passos na frente, dificilmente tomando a água de seu cantil e observando mais e mais o mapa que lhe fora dado. Jamil não aguentava mais aquele silencio todo, queria que alguém puxasse um assunto ou cuspisse um palavrão. Mas nada era ouvido a não ser o canto dos pássaros, o barulho dos animais e insetos da floresta e.... seus próprios passos pesados sobre o solo.

— Esperem... — Jamil disse, erguendo o braço direito com o punho fechado. — Aldeões de Tuvilin. — Mais grupos eram vistos pelas estradas, mas, desta vez, seguiam em número maior, com pessoas acorrentadas.

— Já ouvi falar sobre eles — comentou —, os veteranos da colônia contavam que eram aliados de mercenários, uma das aldeias mais perigosas da região de Serendibite. — Grégory apontou para o estandarte que carregavam: uma caveira negra num fundo branco-osso, usando uma bela, e bem detalhada, coroa dourada, além dos detalhes de fogo negro na borda.

— Vamos dar a volta, não queremos virar banquete de selvagens. — Alexis se esguiou pelo canto, andando calmamente para não ser notada.

Grégory não parava de pensar no irmão e em quer que fosse que estava com ele. Minos nunca o abandonaria, mas, e Lírio? Faria o mesmo pelo guerreiro? Não sabia o que dizer para si mesmo. Logo atrás de si, Jamil não parava de se coçar enquanto Alexis seguia sempre em frente, com o mapa em mãos e os passos pesados. Onde eu vim parar? Jamil pensava consigo mesmo.

As Canções da Guerra: GARDÊNIA | LIVRO 01Onde histórias criam vida. Descubra agora