XV

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Acordo com a sensação de não ter me recordado de quando caí no sono direito, já que com exatidão nunca sabemos, lembro de estar discretamente observando Reese trocar mensagens no celular.

Tirei essas conclusões pela mesma estar digitando e pausando entre um momento e outro para ler e revirar os olhos ou fazer alguma discreta careta. Depois de um tempo bem considerável largou o celular sobre o móvel ao lado da cama e cobriu Adelaide antes de pegar o livro que lia mais cedo quando estávamos na piscina.

Me recordo também de estar pensando sobre tudo, estava me privando de pensar nesses dias principalmente quando a questão era Reese e eu. Estava, em segredo, brincando de faz de conta. Fingindo que desde sempre era Reese e eu com as meninas.

Usando meus momentos de silêncio externo para imaginar como deveria ter sido nosso casamento, como foi nossos anos de namoro ou até como foi o nosso pedido de casamento.

Esse foi um dos motivos que me levou a silenciar Brandon, pois estava no meu conto de fadas perfeito e ele me interrompia constantemente me puxando para a realidade. E, não quero viver a realidade, quero viver minha vida dos sonhos com a garota adormecida na cama ao lado.

Retiro com calma a pequena mão direita de Serenity de dentro da blusa grande que usava para dormir. Me peguei muitas vezes brincando em me auto perguntar se ela era uma criança ou um filhotinho de bezerro, foi tão difícil trocar o leite dela por fórmula e mesmo após quase sete meses ela ainda tinha o costume de deixar a mão nos meus peitos.

Já estava tão acostumada que Finneas ria das minhas fotos tiradas por algum paparazzi quando eu estava com as crianças. Eram poucas mas em todas elas, Serenity estava com a mão nos meus peitos e eu nem mesmo percebia.

Sorrio levemente, passando meus dedos sobre os fios de cabelos dourados que exalavam cheiro de bebê. A cubro após devolver a chupeta a sua boca pequena.

Pego meu celular que estava debaixo do travesseiro e dou um geral nas redes sociais antes de zerar todas as minhas mensagens tirando as de Brandon claro, tive a coragem de arquivar o nosso bate-papo só para que não precisasse o encarar toda a vez.

Eram quase duas da manhã quando terminei, era mais cedo do que achei que seria, mas isso é explicado por termos voltado direto para o hotel após a tarde inteira entrando e saindo de piscinas e brinquedos.

Chegamos aqui ao anoitecer, Reese me ajudou a dar banho nas crianças e jantar para as mesmas, estávamos tão exaustas que nem descemos para o restaurante. Assistimos um filme com elas até dar a hora de dormir e só depois fomos arrumar a bagunça do quarto para então poder comer e tomar banho. E assim, me peguei a observando até cair no sono.

Suspiro chateada, achei que meus problemas com sono haviam passado mas só estava exausta demais com as meninas para ter uma insônia como essa.

Saio da cama e abro o frigobar pegando uma garrafa de água sem gás, me escoro na bancada logo acima pelo eletrodoméstico ser embutido na mesma. Abro a garrafinha e dou longos goles observando Rees dormir.

As camas eram King Size, imensas, daria nós quatro tranquilamente mas Adelaine se mexia demais durante a noite e despertaria Serenity incontáveis vezes ocasionando uma noite mal dormida para todas nós.

Encaro Serenity também adormecida, depois Reese e repito isso algumas vezes até me dar por vencida. Deixo a garrafa d'água sobre a bancada e caminho em direção a Rees.

Toco sua bochecha fazendo uma carícia suave na mesma com as costas dos meus dedos, prendo meu lábio inferior entre os meus dentes prendendo um suspiro. Estava fodidamente gostando dela.

Baby-Sitter • Billie Eilish Onde histórias criam vida. Descubra agora