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15 dias depois

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15 dias depois.

— Geralmente, quando a gente deixa o cliente, desinstala todo o equipamento também.

Forneço meu dedo do meio ao Calixto.

— Não fode, okay? Só quero saber se ela está bem.

  Isso realmente é verdade, eu vi movimentação pela casa nos últimos dias e me preocupei.

Mesmo ela não merecendo.

— Vou desligar, assim que...

Calixto ri.

— Assim que o quê, hãm?- Ele me analisa— Você gosta dela!

Me endireito na cadeira.

— Gosto!- Dou de ombros— E me preocupo com ela, por isso, mesmo sem ela saber, estou de olho nela.

— Ah, sim- Debocha.

  Decido ignorá-lo e volto a observar Cora. Ela está limpando a sala, com um short tremendamente curto, engulo em seco. Seus cabelos curtos estão mais bagunçados que nunca, deixando-a mais bonita. 

Na verdade, a deixou muito bela!

Eu deveria ter desativado essas as  câmeras, penso ao observá-la dançar.

Dança bem!

Querendo ou não, eu me preocupo com ela, sei que está correndo perigo.

  Seus quadris se movem conforme ela  vai limpando o chão da sala, deve ter uma música muito alta naqueles fones, de um vermelho escarlate. E como se fosse mágica, um volume começa a surgir em minhas calças.

Okay, amigo Salvatore ai de baixo, não é pra tanto!

— O que ela está fazendo? Você está com uma cara engraçada- Calixto pergunta, de olhos fechados, deitado em meu sofa.

Meus olhos o perscrutam.

— Como sabe que estou fazendo uma cara engraçada? Está de olhos fechados.

Ele estala a língua.

— Fechei os olhos agora.

Eu só o encaro.

— E por que quer saber o que ela está fazendo?

Ele dá de ombros.

— Sei lá, você fica tanto tempo  concentrado assistindo-a, então ela deve fazer coisas interessantes, né?

Não mesmo!

  Cora faz coisas normais, o dia inteiro, eu nem sei como ela não se entedia ficando dentro de casa todo o tempo. Nos primeiros dias ela só ficava deitada, mas ao longo dos dias isso foi mudando.

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