|CORA|
Eu sou alguém lidando com as consequências de ser filha de pais que não me queriam, levo a vida sempre fugindo do que possa respingar em mim por conta deles.
Então o universo deu um jeito de eu conhecer você, logo você, este ser intenso, orgu...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Até que ele fica bonitinho pegando cocô de cachorro do chão, ao menos desse ângulo. E é bem feito para ele aprender a não assustar as pessoas, seguindo elas ou estacionando de frente de suas casas.
Fico analisando aquele rosto repleto de linhas de expressões, com a barba bem feita, compenetrado no serviço que lhe dei e um pensamento súbito me vem: eu já o vi.
É claro que já o vi, ele era o piloto mau humorado ao qual venci. Que mundo pequeno!
E isso só me dá mais vontade de rir!
— Se parasse de rir, eu agradeceria!- Resmunga, todo sisudo.
Ops, acho que ri alto de mais!
— Desculpa.
Viro de costas para ele e o meu riso simplesmente persiste.
— Você deu ao novato o pior serviço, você é má!- Petra, a voluntária encarregada de dar banho nos animais recém chegados, diz.
Reviro os olhos. Sei o que faço.
— Alguém tinha que fazer isso, então, por que não ele?- Aponto para Evans brutamontes atrás de mim.
Todo mundo cumpre tarefas aqui sem reclamar, e acho bom Evans ficar caladinho.
Ela dá de ombros.
— Ainda assim, Cora, é maldade- O olha, mordendo o lábio inferior.
Ah, eu já entendi. Alguém veio flertar.
— Hey, Evans, tá fazendo sucesso, hein?- Me encosto na parede— A Petra aqui estava só te secando.
Ele levanta seus olhos para a gente, com sua carranca, e pelo canto dos olhos vejo a pobre Petra desfalecer.
Okay, vamos conversar!
Salvatore Evans é um pedaço de caminho bem feito. O cara é o meu tipo de certeza, porque eu gosto de homens grandes, com muita barba pela cara, e olhos castanhos expressivos. Além disso, Evans tem todo esse porte de macho sisudo e protetor, o menino é um charme.
É, eu entendo a causa da Petra!
— Desculpa, estou em horário de serviço.
Ai, a sinceridade dele é de matar!
Petra murcha como uma plantinha sensitiva, então alguém a chama e a salva de ter de encarar Evans.
— Duro você, hein?- Balanço a cabeça numa negativa, desaprovando seu comportamento.
Ele sobe uma sobrancelha para mim.
— Apenas disse a verdade.
Oh, pai, encontrei uma versão feminina minha?!
Não pira, Cora, lembra que ele foi o cara que te fez pensar que seria assassinada, penso.
Ignorando minha cabeça doida, eu apanho uma vassoura, balde, água sanitária e vou ajudá-lo.
