Foi bom ver a cara da Cora quando eu disse que sou seu segurança pessoal. Não contar a ela quem sou uma ova, é claro que eu não acataria as ordens do Foster pai.
Expressão facial hilária a dela, icônica, pena não ter enquadrado!
Ela nada me diz, só retira seu capacete do rosto e sai andando na frente e eu a sigo, afinal, estou ganhando para isso.
— Poderia ter dito isso mais cedo, seu babaca inoportuno!- Berra sem se virar.
Rio. Como ela é doce, senhor, doce como a patada de um cavalo em minhas bolas!
Ela faz menção de entrar no canil, mas para, olhando-me com desdém.
— Diga ao Foster pra ir a merda!
Franzo as sobrancelhas.
— Não trabalho pro Foster, trabalho pra você!
Ela grunhe.
— Tá me sacaneando, cara? Nem sei quem fodidamente é você.
Estalo a língua.
— Salvatore Evans, seu segurança pessoal- Me apresento.
Cora bufa, contrariada.
— Não contratei um!
— Não importa, me pagaram pra estar aqui.
Sua boca vira uma linha fina e... Opa, ela é brava!
— Manda o Foster enfiar seus seguranças na bunda.
Agora sou eu a bufar.
— Não sou garotinho de recados, Cora Foster, sou segurança pessoal e se fui contratado para executar trabalho de proteção a senhorita, assim o farei.
Ela encolhe os olhos para mim.
— Olha só, cara- Cora enfatiza bem o "cara"— Depois converso contigo sobre isso- Seu dedo aponta em riste pra mim— Vou aproveitar que estou aqui e fazer meu trabalho voluntário, mas se você me fizer passar vergonha, com essa sua pose de macho alfa protetor de menina riquinha, chutarei essa sua bunda, me ouviu bem?
Solto uma risada.
É impossível não rir. Cora é baixinha, sabe? Tem olhos castanhos faiscantes (quando olhados de perto como agora), cabelos escuros, lábios carnudos bem bonitinhos, parece uma boneca fofa, daí ela fala e expõe essas tatuagens dela e tudo cai por terra.
Mas não é por isso que rio, rio na verdade do fato dela parecer uma smurf, que grita ordens para um gigante feito eu.
Vou fazer o que eu bem quiser, Cora Foster!
Ela nem espera minha resposta, entrando no canil em seguida.
Sigo-a dentro do local, enquanto vejo-a cumprimentar a todos com intimidade. Ela me olha de rabo de olho, mas permaneço atrás dela, seguindo-a para onde vá.
— Babaca- A ouço murmurar num momento.
É muito difícil me tirar do foco, Cora Foster!
E mantenho-me atrás dela.
— O que eu posso fazer? Fui contratado para estar aqui, não posso fingir ser seu namorado ou seu pai, né? Porque sou seu segurança pessoal- Me ofereço para ser útil.
Seu rosnado não deixa margens para que eu perceba que está enfurecida. E a revirada de os olhos então... só reforçou minhas teorias.
Ela para de andar para me encarar com firmeza.
— Escuta uma coisa: meu pai é paranóico, não preciso de proteção, eu me protejo sozinha, a vida toda- Diz— Pode contar isso ao seu pagante.
Coço minha barba, fingindo pensar.
— Hum, vejo que a filhinha não tem uma boa relação com o papai... Problema seu!
Seus olhos se arregalam, contrariei a garota.
— Escuta uma coisa, Cora: não sou garoto de recado, não, estão me pagando para estar aqui, só estou cumprindo o papel ao qual fui incumbido, é só isso.
Ela sai andando mais uma vez e me deixa para trás, nem pestanejo e a sigo. O barulho de cachorros ganindo se intensificam conforme vamos andando.
Quem será que cuida de todos esses animais?
Cora se aproxima de uma espécie de balcão e se vira para mim.
— Bem-vindo ao canil, senhor Evans, deseja voluntariar-se?
Certo. Ela que ajuda a cuidar dos barulhentos.
— Eu sou voluntária no projeto da cidade que tira cães e gatos da rua- Diz quando nada digo.
Moro nesta cidade a tanto tempo, mas nunca ouvi falar deste tipo de projeto.
Ocupado de mais em sua vida badalada, Evans? Pois é.
— Então não é seu trabalho- Afirmo.
Na ficha ao qual tive acesso, Cora é formada como pedagoga e não tinha nada falando sobre bichos e ser voluntária.
Ela revira os olhos.
— Trabalho meu e de quem mais se voluntaria.
— Hum, certo.
Um sorriso se espalha em seu rosto e me pego pensando que é a primeira vez que a vejo sorrir, nem nas fotos vi seu sorriso.
— Bem, como vou demorar aqui, eu tive uma ideia- Ela levanta as sobrancelhas— Você vai ser voluntário hoje, porque não quero que as pessoas pensem que sou uma patricinha fútil com um segurança do lado.
Ah, meu bom Deus, dai-me paciência para lidar!
— Como vou poder fazer meu trabalho se vou limpar merda de bicho?
Tenho certeza que vou limpar cocô de bicho, eu sinto!
Ela dá de ombros.
— Se vira!
Pronto. Agora essa meio metro de capeta me tirou a paciência. Mas tudo bem, vou fazer o jogo dela, afinal, não vai cair minha mão se eu ajudá-la.
E além disso, ainda vamos ter de conversar, seja lá o que for, porque não é assim que pretendo trabalhar.
Cora e Salvatore é isso ai ó kkk... faísca pura
Esperem mais conflitos, esses dois são bastante brigões e orgulhosos
A perspectiva é que eu só volte próxima semana, porém se der eu posto outro capítulo no fim de semana
😊Não esqueçam: vocês me apoiam votando, comentários são sempre muito bem-vindos, mas o voto é sempre o primordial
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Seguirei Você
Romance|CORA| Eu sou alguém lidando com as consequências de ser filha de pais que não me queriam, levo a vida sempre fugindo do que possa respingar em mim por conta deles. Então o universo deu um jeito de eu conhecer você, logo você, este ser intenso, orgu...