Agarrada a minha fiel xícara de café, com cara de tédio, eu observo meu celular tocar.
Já faz umas três horas, mais ou menos, que papai querido não para de me ligar, ele raramente faz isso, prefere me mandar e-mails, ordenando o que tenho de fazer, o que geralmente eu não faço.
Só que eu já não aguento mais a porra desse celular tocando tanto, incessantemente, tenho vontade de jogá-lo no primeiro rio que encontrar, mas não posso sair por ai poluindo.
O que me lembra que essa preocupação toda deveria está focada no Teodoro, não em mim.
— Estou ouvindo, Foster, você tem dez segundos antes que eu desligue- Atendo a chamada.
Foster é a minha doença sem cura, meu mal súbito.
— Eu esperava que me atendesse quinze ligações atrás.
Estalo a língua.
— Já se foram 5 segundos do meu tempo, desenvolva, Foster!
As pessoas dizem que sou muito dura com meu progenitor, mas é só porque não conviveram com ele boa parte da vida. Foster é muito pior que o figurão egoísta que se mostra ser no trabalho!
— Não seja infantil, Cora, isso é importante- Ele esbraveja.
Só é importante quando o assunto diz respeito a ele, claro.
— Também era importante a sua presença em meu primeiro dia de aula, em minha primeira vez andando de bicicleta, em minha vida, mas você nunca esteve lá, então, por que devo lhe dar ouvidos mesmo, hipócrita?
Não perco a oportunidade de jogar isso na cara dele, meu pai é frio e calculista, tudo o que faz é premeditado, mas não sou como ele, tenho muitos sentimentos engasgado.
— Aconteceu umas coisas, Cora, e você precisa ser protegida.
Dou risada. O quê? Que papo de gente doida é esse?!
Nunca precisei ser protegida por uma vida inteira, mesmo morando boa parte da infância em um bairro perigoso, com a louca da minha mãe de porre. Naqueles tempos eu corria do perigo e me defendia do jeito que podia... E Foster nunca esteve por perto.
— Acabou seu tempo, Foster, tenha um bom dia- Cansei dele.
— Cora, Cora...- Ainda o ouço gritar antes de eu desligar a chamada.
Quem ele pensa que é?
Não pode me meter em suas falcatruas!
Chuto a ponta do sofá.
Foster sempre acaba com o bom humor do meu dia. Chuto agora cadeira da varanda e grunho quando uma dor aguda atingi meu pé.
Droga!
Eu odeio Henry Foster e toda sua merda!
Apoiada no parapeito da minha varanda, meus pensamentos me varrem para longe. Para quando eu tinha somente 5 anos e foi apresentada ao carma que chamaria de pai.
Ele parecia tão heróico naquela época, tão majestoso e capaz de me tirar da lama, mas por mais que Foster tenha me tirado da lama, fiquei manchada para sempre.
Viro-me para pegar minha xícara na mesinha de centro, e abaixo o corpo no exato momento em que uma bala passa rente ao meu ouvido esquerdo.
— Puta merda!- Me jogo no chão.
Outro tiro faz um furo gigante em minha parede e eu engulo em seco. Foster me botou em maus lençóis!
Rastejo para dentro de casa e aciono rapidamente o alarme, me escondendo atrás da pilastra enorme que delimita sala e cozinha, a espera de que minha visita vá embora.
Já voltamos com capítulo e ele termina assim kkkkk
Esperem mais cenas de ação na história, afinal, Cora está metida em encrencas que não são suas
Já deu para notar que Cora e o pai têm uma relação bem ruim, né? Isso é algo que não vai mudar
Salvatore não é o príncipe que irá salvá-la, mas será parte da confusão kkk
Eu não demora nada
😊
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Seguirei Você
Romance|CORA| Eu sou alguém lidando com as consequências de ser filha de pais que não me queriam, levo a vida sempre fugindo do que possa respingar em mim por conta deles. Então o universo deu um jeito de eu conhecer você, logo você, este ser intenso, orgu...