- Como é?
- Não sabemos o que houve com o COC, Capitão, mas algo desativou a barreira e não estamos conseguindo acessar o sistema. Pode ser algum tipo de vírus, não sabemos.
- E os nossos homens que estavam refém?
- Perdemos eles. – O sangue não costuma subir a minha cabeça tanto como subiu agora mas não tínhamos escolha, tínhamos de continuar. Costumava sentir muito as perdas mas havia mudado muito, com o que havia visto, ouvido, presenciado. Isso me mudou para sempre. – Precisamos que retornem até o COC e assegurem o local por agora. – Ordenou.
- Entendido. – Estávamos razoavelmente longe, mesmo tendo perdido os inimigos conseguimos salvar o jipe o que já era de grande valia. – Onde estão atacando, senhor?
- A costa leste, estamos perdendo Nova York. Não se preocupe com isso, precisamos que volte para o COC, HM está indo ao seu encontro. Desligo.
- Ok. Desligo. – Respondi. – Vocês ouviram, vamos voltar.
Só tinha um problema. Estávamos razoavelmente distantes e sem caminhonete. Ao irmos em direção ao clarão do fogo que ainda serpenteava vimos destroços dos helicópteros misturados com destroços do nosso único meio de transporte.
- Devem haver carros passando na estrada. Vamos até lá e pegamos o carro de alguém. – Disse Renard.
- É o único jeito. Vamos. – Tentava motivá-los mas não era muito fácil. Talvez eu mesmo não tivesse dimensão do que estava acontecendo e percebi que eles não tinham. Eu ia na frente enquanto ouvia o que falavam atrás.
- Estão nos atacando. Como fizeram isso? – Atrás Blake conversava com Huth.
- Não sei mas isso só mostra que são poderosos e perigosos. – Respondeu Kátia. – O que acha, Jacob?
- Nada. – E era verdade. Eu só seguia ordens não me interessava a que elas levavam. Não tinha família, não tinha nada, a única coisa que me preocupava era em servir cervejas bem e não levantar suspeitas. Agora que o bar, o meu trabalho e o meu mundo estão indo pro beleléu, não tenho mais nada a me preocupar. – Desde quando sabe atirar daquela maneira? – Estava surpreendido por ter acertado a cabeça daquele homem.
- Acho que foi sorte. – Respondeu.
- Foi fantástico. – Parabenizou Renard. – Salvou a nossa vida.
- É, e agora vamos lutar uma guerra – Brincou Blake
- O prazer foi todo meu. – Estavam rindo. E eu não suportava isso, era o que odiava nela, a maneira alegre que levava tudo, a maneira tranquila que via a vida. A vida não era tranquila muito menos para mim.
- Parem com isso. Isso não é brincadeira. – E então silenciaram, chegamos então a estrada. Nenhum carro, não sabia se podíamos nos dar o luxo da espera então teríamos de tomar algumas decisões. – Blake. Você e Huth vão indo a frente. Se algum carro vier pegamos vocês no caminho.
- Ok. Vamos. – Partiram na frente, enquanto isso ficamos eu, Kátia e Renard. Kátia trazia a metralhadora às costas e Renard um rifle acoplado.
- Onde arranjou isso? – Perguntei sobre o rifle.
- Peguei antes de sair, tinha um reserva. Precaução chefe. – Finalmente alguém me agrada.
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Cartas Para Um Desconhecido
AksiEm Cartas Para Um Desconhecido, Joe Marcus Roach conta sua própria história e a realidade a sua volta. O ano é 2026 e os avanços tecnológicos que deveriam dar a humanidade mais segurança foram os responsáveis por seu maior conflito. Roach, até então...