Capítulo 10 - O caminho de volta para casa

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        O sol começou a brilhar naquela manhã e ele com certeza não sabia o que eu sabia. Eu havia passado três dias em Bermudas até ser salvo por esses homens. Em troca, um objetivo em comum, entrar nos Estados Unidos. Uma auto-cooperação. Minha cabeça estava a mil, sentia fome e vontade de ir ao banheiro mas não queria sair da cama sem uma ideia, um ponto de começo para nossa missão. Eu vivi o dia-a-dia da barreira, vi os seus pontos fracos, a maioria estava encoberto por planos de contigência quase impossíveis mas havia algo que podíamos aproveitar.

         As ondas eletromagnéticas da barreira foram descobertas um ano antes, era um tipo de frequencia que acelera as partículas. Onde se acelera, se aumenta a energia, e essa energia pode ser liberada em forma de calor. Esse calor pode lhe transformar em churrasquinho, isso era o que acontecia quando você tentava passar por ela. Acho que já falei isso. Tinha uma ideia, mas não sabia se seria possível. Enquanto pensava nela, alguém bateu a porta.

         - Acorda, cinderela. – Era Tom, atrás da porta.

         - Já vai. – Me levantei e abri a porta.

         - Acho que era bela adormecida, Yenks. – Falou Jey lá fora, não consegui segurar a risada.

         - Vá se ferrar.

         Ao abrir a porta lá estava Tom, com uma camisa do Aston Villa e uma calça esportiva, não parecia muito ele.

         - Aston Villa?

         - Melhor time da Inglaterra, nem pense em duvidar. O café tá na mesa, tem ovos, bacon, você desenrola. – Apontou para a mesa, lá havia pães e alguns queijos.

         - Valeu.

         Fiz então minha comida, ovos com bacon, meu preferido. Achei que nunca iria comer isso de novo. Logo após me reuni com Tchébi e Volkov na mesma sala de antes, era hora de começar.

         - Bom dia, Roach – Disse Volkov

         - Bom dia.

         - Então, contei tudo aquilo que o senhor me falou ontem para ele – Acenou para o Tchébi. – Agora vamos esquecer do que fizemos e vamos focar no que podemos fazer e no que não podemos. Alguma ideia?

         - Não ainda, mas tenho coisas para contar.

         - Conte.

         - É sobre a estrutura da barreira, toda a estrutura está voltada para as ondas, elas buscam o chip para identificar a pessoa, caso detectem uma pessoa mas não o chip elas aumentam a sua frequencia bruscamente acelerando as partículas do seu corpo, como água e outras coisas. Aumentando sua temperatura a níveis incríveis, incinerando a pessoa.

         - Então se não detectarem a pessoa..?

         - Elas detectam a pessoa por perturbações na frequencia. Se não houver perturbações na frequencia é porque não há ninguém então ela não busca o chip. Mas é impossível um corpo humano passar por uma onda e não causar uma mínima perturbação. Isso é de fato impossível, o foco que quero é outro. – Se ajeitaram nas cadeiras, Tchébi parecia uma criança assistindo o Discovery Kids. – Assim que as ondas chegam aos chips se o chip for permitido ele recebe um impulso da própria barreira, esse impulso faz com que ele, o chip, passe a emitir uma onda de mesma frequencia que inibe a ação da outra, são como imãs, afinal são ondas eletromagnéticas. Essas ondas possuem polos iguais, por isso a repulsão.

         - Então se criarmos um chip que emita ondas nós passamos pela barreira? – Perguntou Tchébi.

         - Sim e não. – Respondi. – Não é tão fácil como parece porque precisam ser ondas de mesma frequencia. Essas ondas variam de frequencia a cada segundo, já que o chip de permissão reconhecerá sua frequencia e emitirá qualquer uma.

Cartas Para Um DesconhecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora