SFOGARSI

▪︎trentasei

Termino de organizar as malas em meu porta-mala e me despeço dos meus filhos. Antonella se encontra com a cara emburrada por estar insistindo avidamente a viajar comigo e eu não permitir, Gabi se despediu passivamente e Giovani depois de tudo que aconteceu se encontra ainda mais calado, mas se despediu de forma carinhosa.

Michela está na loja, disse ter algumas coisas para fazer lá e por isso mandei a ela uma mensagem avisando que já estava de partida.

É só um final de semana e na segunda feira retornarei para casa, mas são raras as vezes em que viajei sem minha família e notei o estranhamento deles quanto a isso.

Essa não é uma viagem qualquer de trabalho, é mais que isso, vai ser o primeiro momento em que eu e Lorena vamos experimentar a liberdade, uma liberdade da qual nunca fez parte das nossas limitações, mas sempre foi almejada por nós de forma recíproca e única. Não posso abrir mão de viver isso ao lado dela.

Dirijo meu automóvel com um turbilhão de expectativas pairando sob minha mente, pensando na saudade que nutri nesses últimos dias longe da morena e na vontade arrebatadora que estou de mata-la.

Estaciono o carro na rua de trás da casa dela e a jovem já está lá a minha espera, vestida com um short jeans e uma blusa despojada provando que mesmo se portando de forma tão simples consegue exalar uma beleza quase que divina a olho nu.
Saio do Jeep e coloco a mala da capixaba no porta malas, logo após caminho até a porta do banco carona abrindo-a para que a menina se acomode e em seguida caminho até o lugar do motorista acomodando-me também.

Olho para ela que sorri serenamente para mim trazendo em seu rosto uma feição angelical, pego uma de suas mãos e beijo o dorso da mesma em um gesto carinhoso.

— Você está linda.

— Apenas coloquei a primeira roupa que vi – exclama risonha.

— Isso prova o quão linda é naturalmente.

Ela aproxima sua boca da minha e me dá um beijo terno, repleto de saudade e calmaria fazendo com que eu explore delicadamente cada centímetro da sua boca. Enrosco meus dedos em seus cabelos a pressionando mais contra meus lábios de forma com que minha sanidade comece a sair de mim gradativamente e meus desejos instintivos que tanto anseiam por ela apareçam.

— Você me deixa louco – falo me afastando dela em um movimento rápido — Se eu continuar te beijando dificilmente vamos chegar no nosso destino a tempo.

— Estou com saudades – confessa a garota.

— Vamos mata-la da melhor forma possível, eu prometo.

Volto a me aproximar de Lorena depositando um beijo em sua testa dessa vez. Logo ajeitamos nossos cintos de segurança e eu enfim dou partida.

Após alguns minutos em silêncio ouço a voz da capixaba preenchendo o pequeno ambiente do carro.