Sentado com o rosto apoiado em minhas mãos observo a garota a minha frente devorar o prato que acabamos de pedir.
Lorena propôs que pegassemos estrada sem destino certo, apenas para nos afastarmos um pouco da cidade a fim de sermos livres essa tarde e aqui estou eu, perdendo mais um dia de trabalho e deixando de comparecer a uma reunião importante apenas pela necessidade de estar em um restaurante de procedência duvidosa no meio da estrada na companhia dela.
Não sabia que precisava tanto disso até estar aqui.
Vê-la toda concentrada em sua comida da espaço pra que eu a observe a vontade. A menina é tão sutil ao comer com sua simplicidade e aparentemente está faminta, pois mal termina de ingerir uma garfada e já coloca outra em sua boca. Sorrio diante a cena e nesse momento ela dirige sua atenção a mim.
- Eu acordei atrasada e não consegui tomar café da manhã - exclama passando um guardanapo de papel na boca - Então pode rir a vontade.
- Eu só estou perplexo.
- Comigo não ser tão delicada ao comer como imaginava?
- Não. Em como você continua linda comendo como uma desesperada.
Lorena amassa o guardanapo próximo a ela e joga a bolinha de papel mim, começamos a rir de sua atitude infantil. Os risos vão parando de forma decrescente, quando as risadas finalmente se cessam fincamos o olhar um no outro, toco a mão da garota sobre a mesa rústica de madeira e faço um singelo carinho no local.
- Eu queria conseguir me enxergar como você consegue - diz a capixaba com um terno sorriso no rosto.
- O que quer dizer com isso?
- Me sinto tão bonita perto de você.
- Mas é isso que você é.
- Não vai comer? - questiona olhando o prato intocável a minha frente.
Dou a primeira garfada na comida após sua indagação. Em poucos minutos nós dois acabamos de comer, pago a conta e caminho junto a ela em direção ao meu carro.
Assim que nos acomodamos no veículo pego meu celular e digita o número já muito conhecido por mim que atende logo no primeiro toque.
- Alô João, tudo bem?
- Tudo bem seu Luigi, e com você?
- Tudo ótimo. João vou precisar de um favor.
- Por favor diga.
- Se tiver algo para fazer na cidade pode ir agora? Vou precisar da Fazenda vazia essa tarde.
- Claro patrão. Você que manda.
- Obrigada - agradeço desligando o telefone.
Coloco o cinto e dou partida com o Jeep, pela minha visão periférica vejo Lorena com um singelo sorriso no rosto enquanto olha a estrada a sua frente.
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SFOGARSI
RomanceTrilogia Europeus 1° ERLEBNISSE 2° SFOGARSI 3° INEFABLE Não é necessário ler o primeiro livro para que haja compreensão dessa história! Luigi mudou-se para o Brasil a dezenove anos juntamente com sua esposa Michela. Vindo de uma família consideravel...