▪︎ ventisei

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Não consigo sequer tocar na comida presente no prato a minha frente pensando na noite passada

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Não consigo sequer tocar na comida presente no prato a minha frente pensando na noite passada. Ainda continuo perplexa sem ter A mínima idéia do que será de mim e minha consciência depois daquele episódio.

Como se já não fosse torturante o suficiente saber que amo um homem casado a vida vem e me prova que tudo pode piorar ainda mais. Ele é marido de uma mulher maravilhosa, tem filhos bons e amáveis e tudo que eu precisava era não saber disso.

Porque o destino faz questão de esfregar em minha face o quão ruim sou?

O almoço já se tornou intragável para mim e só consigo olhar para o nada me amaldiçoando por tudo que já fiz com aquele homem e principalmente por ama-lo tanto a ponto de saber que ele é marido de Michela e mesmo assim continuar apaixonada.

Sim, continuo o desejando como antes e isso é o que mais me incomoda, eu sei que agora tudo é ainda mais difícil e mais errado, mas eu continuo querendo aquele homem com todas as minhas forças.
Sei que lutar contra isso é o mais sensato e certo a se fazer, porém tenho certeza que não conseguiria, nossos corpos parecem ter uma conexão transcendental daquelas que arrebatam e atingem tudo que há em volta, e é exatamente isso, somos duas bombas prestes a explodir deixando resquícios de fogo em toda parte, não há alguém que não seria impactado pelo estrondoso desastre que somos capazes de causar.

Estar com Vicente nas últimas semanas fez tudo parecer mais leve, mas a verdade é que cada segundo que eu passava longe de Luigi me corroía gradativamente, o que ele despertou em mim nenhum homem fez e nem seria capaz de fazer.
Em contrapartida tenho ao meu lado um homem incrível, disposto a estar comigo e a me fazer feliz, o fotógrafo vem me proporcionando momentos bons, gosto de sua boca e quando me deitei com ele foi prazeroso.

Mas ele não é o Luigi.

Ele não faz meu corpo queimar e minha alma se incendiar, quando nossas bocas se encostam não sinto um choque se espalhando por todo meu corpo, quando penso nele borboletas não se movem dentro de mim e quando nossos corpos se deleitam não é enérgico como sempre foi com o italiano.

Isso é tão injusto.

Me levanto da mesa e vou em direção ao meu quarto sem olhar para trás, me sento em minha cama e enterro meu rosto em minhas mãos. Quando dirijo meu olhar para a porta Amora está lá, caminhando sob suas pequenas patinhas em minha direção.
A pego em meus braços e ela se aconchega ali enquanto faço um singelo carinho em sua barriga intercalando com beijos na região.

— Você parece sentir quando a mamãe precisa do seu chamego, não é garotinha? – exclamo com a voz manhosa — Eu achei que era capaz de lidar com tudo isso sozinha, mas está tão difícil filha – desabafo e ela ela me olha como fosse realmente capaz de entender minhas palavras.

— Lorena – a voz de minha vó adentrando o cômodo é ouvida por mim e então ela se senta na minha cama ao meu lado — Precisamos conversar.

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