Capitulo Dezoito: "Paternidade"

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Nem me despedi de Ariela, eu estava cansado, acordei ouvindo uns gritos do andar de cima, e quando cheguei, era Ariela gritando, corri para acalma-la ela me bateu e então tive que segurá-la com força, assustado eu disse:

-ARIELA! ARIELA! - Gritei e ela abriu os olhos assustada, e quando me viu ela me abraçou fortemente, e caiu no choro. - Ei, está tudo bem, acalme-se. - Falei sem saber o que fazer com a situação.

-Augustine...Augustine.....ela.... ela...- e Ariela e desabou no choro.

-O que ela fez? conte para mim.- comentei colocando a mão sob sua cabeça.

-Ela disse que está perto, que vai vir me buscar. Martin, nós temos que fazer alguma coisa. - comentou ela suspirando.

-Você precisa se acalmar, vou buscar água para você, falarei com Marçal, ele saberá o que fazer. - comentei e então ela com os olhos inchados disse:

-Por favor, eles precisam se apressar. Ela está vindo Martin. - suspirou Ariela e então, ela deitou e eu fui buscar água para ela.

Naquele momento, eu vi o quanto Ariela era forte, mas ao mesmo tempo frágil, e aquilo chamou a minha atenção. Ela tão forte, apareceu tão simples, tão singela, tão doce, desci as escadas e peguei o copo com agua, assim que voltei Ariela estava sentada, parada olhando para frente, devagar eu disse:

-Toma, beba a água, vai te ajudar a acalmar. - comentei ela trêmula pegou o copo e deu um gole, e então, ela respirou e disse:

-Não é um sonho Martin, é um aviso. Eu pude sentir ela falando comigo, eu pude sentir ela dizendo, o som da voz dela é tão nítido. Ela realmente está se aproximando, as coisas vão ficar mais tensas por aqui. - Suspirou ela me olhando com os olhos marejados.

-Ei, vamos dar um jeito. Ela deu algum tipo de previsão? - perguntei preocupado.

-Bom, eu vi a lua. Ela estava minguante - falou ela pensativa.

-Lua minguante é daqui dois dias! - exclamei - Fica aqui, preciso contar ao Marçal.

Ariela ficou em posição de alerta e então, ela veio correndo atrás de mim e disse:

-Mas Martin, está tarde! - comentou ela e eu então, virei e disse:

-Mas, Ariela, preciso ir avisa-lo. É importante! Eu sei que ele iria brigar comigo se eu não avisasse a tempo. Augustine não pode passar pelos portões. - comentei desesperado e desci as escadas.

Ariela veio atrás de mim, e então, juntos corremos até a casa de Marçal, a noite não tinha muitas estrelas, mas mal havia prestado atenção nela, e então, dobramos a esquina, e chegamos na casa de Marçal, bati na porta, Marçal demorou um pouco para atender, e quando atendeu ficou surpreso e disse:

-Martin, Ariela, o que está acontecendo? - perguntou Marçal olhando para nós assustados e com os olhos inchados de soo.

-Bem, Ariela acabou de ter uma visão, acho que essa coisa de meia isso e aquilo deu a ela esse dom, a questão é que, Ariela acabou de ver Augustine vindo até nós. A lua estava minguante. - comentei suspirando e então, passei a sentir o frio da madrugada.

Marçal meio confuso disse:

-Porque vocês não entram? eu vou fazer um chá, Ariela estava pálida. - comentou ele, Marçal deu uma olhada no céu, viu que lua que era e então, entramos na casa dele.

Ariela, ficou observando o lugar, e então, Marçal disse:

-Conte-me Ariela, como foi isso? - perguntou ele a Ariela, ela suspirou e então disse:

-Na visão, eu estava celebrando alguma coisa, parecia algo de bom que tinha acontecido, e então, ela chegou e sua voz ecoou sobre todo o lugar, ela estava distante em um capo grande, quando, ela me chamou e eu fui até ela. - Ela suspirou com pesar, deveria estar revendo a visão de novo - Então, assim que eu cheguei, Augustine segurou em minhas mãos, e disse que estava vindo, que os meus dias estavam sendo contados e que, ela estava a caminho. Eu comecei a chorar porque ela apertava forte o meu braço, ela estava me machucando. E então, eu olhei para o céu e vi a lua, vocês têm alguma celebração por esse mês? - perguntou ela olhando a Marçal.

Marçal então, disse:

-Vamos. - Ele disse baixinho - Vamos comemorar o noivado de Martin. - disse ele suspirando baixo.

Ariela ficou parada e então, ela disse:

-O que?! - perguntou confusa.

-O que! - exclamei perdido - Desde quando vou noivar? - perguntei e cerrei os punhos.

-Bem, Martin, Amélia disse ao pai dela que quer casar com você. Que te ama profundamente, e que, vocês conversaram e decidiram oficializar. Eu achei estranho já que.... - Ele parou e olhou para Ariela - Mas, o pai dela vem amanhã, conversará com você e com Amélia. Eu sinto muito Martin.... - falou ele baixinho.

-Sente muito...... sente muito.... SENTE MUITO! - Bati nas coxas com raiva - SERÁ QUE NÃO VÊ QUE TUDO QUE VOCÊ FAZ É NÃO SENTRIR MUITO? TUDO QUE EU FIZ ATÉ AGORA FOI PARA MANTER A DROGA DA MINHA POSIÇÃO, PORQUE QUALQUER OUTRO NESSA VILA NÃO É CAPAZ DE FZER COMO EU E TUDO QUE TEM A ME DIZER É SINTO MUITO?! - Levantei irritado e de repente, eu esqueci completamente a presença de Ariela no momento - ME FEZ CONHECER ARIELA! UMA FILHA DE UM REI QUE EU ODEIO! - Gritei com ele e ele abaixou a cabeça, e então, eu ouvi a porta de Marçal bater, eu olhei para o lado e Ariela não estava mais lá.

-Martin, precisamos conversar... - falou Marçal olhando baixinho.

-CONVERSAR? EU NÃ OIQUERO FALA RNADA COM VOCÊ. ME ESQUECE! - E sai da casa de Marçal batendo a porta, Ariela estava em minha frente, e então, eu corri em direção a ela, e por sorte, consegui alcançá-la.

-Ariela.... escute.... por favor... eu posso explicar.... - falei e ela seguiu os passos a minha frente, me ignorando completamente e então, insisti - Ariela, me escuta.... - Supliquei - Pare! por favor! - pedi a ela e então ela parou, com os olhos coberto de lágrimas, aquilo me destruiu.

Vê-la chorar, acabou comigo, eu suportaria uma lança atravessada em meu peito do que vê-la chorar. Eu então, disse suspirando, e sentindo aquela dor no coração, parecia que eu ia ter um infarto.

-Ariela, escuta, deixe eu explicar. - comentei suplicando,

-Você não tem nada para me explicar, eu não sou nada sua, absolutamente nada! - disse ela grave e irreconhecível.

-Isso não é verdade, isso não é verdade. - falei suspirando.

-Você é u m homem comprometido, e eu não quero ficar em seu caminho. Isso explica tudo, sua reação presente a ela. A intimidade entre os dois, a forma como ela te olha.... - Ela olhou para o céu e suspirou e disse: - Eu não quero ser peso em sua vida... - Ela se virou para prosseguir o caminho e então eu segurei o seu braço levemente e disse:

-Não seja tola, você não fez nada.... Eu... por favor... não chore - eu supliquei como o coração partido.

Ela suspirou e disse:

-Amanhã de manhã, eu partirei da sua casa. Eu não quero estar aqui quando Amélia chegar, não quero ser motivo de nada ruim em sua vida. Eu nem sei o porquê estou te dando tantas explicações - ela sorriu com deboche mas os seus olhos estavam marejados - Eu sou apenas uma pessoa cujo você não queria encontrar..... filha de um pai cujo você odeia! - falou ela sorrindo e eu então disse:

-Isso não é verdade?! eu .... não.... isso... não é verdade! - comentei - por favor, deixe-me explicar, por favor. - Eu supliquei.

-Vê se me esquece Martin, eu não quero olhar para você. - Falou Ariela e soltou a sua mão da minha e aquilo doeu como uma facada em meu estomago.

A Espada Vermelha - Vol 1Onde histórias criam vida. Descubra agora