Capitulo Dezesseis: " Um Momento Inesperado"

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Saber que Ariela pertencia de alguma forma no meu povo, era reconfortante.
Apesar do sangue dela ser misto, seria mais fácil apresentá-la dessa forma, do que a apresentar como 'Filha do Rei Olavo", Ariela parecia estar bem nervosa diante disso tudo que ela descobrira, e eu compreendia muito bem isso. Caminhamos até o encontro de Zaya e Marçal, que estavam em frente a Harmonia das Pedras, Marçal se virou para nós e arregalou os olhos, certamente, ele estava surpreso:

-Ariela, minha querida, Seja Bem vinda ao nosso clã. - Abriu ele um largo sorriso e arregalou os olhos ao mesmo tempo.

Ariela, com muita cortesia, abraçou Marçal de volta e disse:

-Para mim é uma honra em pertencer ao seu clã Marçal. - Sorriu ela levemente.

-Pois bem, pois bem. Quem diria não Martin - piscou ele a mim e eu dei de ombros.

-Sentiremos a sua falta Ariela, vê se aparece. Vamos enviar o antidoto o mais rápido que pudermos, aguente firme. Tá? - falou Zaya a Ariela que assentiu com a cabeça.

-Sentirei a sua falta também Zaya, por favor, apresse-se o mais rápido que puder. - suplicou Ariela a Zaya e as duas se abraçaram.

Marçal me olhou e caminhamos alguns passos de distância de Zaya e Ariela, o suficiente para que elas não escutassem o nosso assunto, e então, Marçal disse:

-Filho, quero que me faça um favor. - falou ele a mim sério.

-Diga, Marçal. - comentei tranquilamente.

-Quero que hospede Ariela em sua casa, pelo menos, até que eu encontre uma casa para ela adequadamente. Ariela é uma peça importante para nós, sendo filha ou não do Rei Olavo, ela conhece os truques do pai dela. - Comentou ele me olhando - pode fazer isso? - perguntou ele a mim.

-Posso. Mas, o que falarei a Amélia? - perguntei preocupado.

-Bem, não sei. Inventaremos algo. Mas, é importante que nenhum dos nosso saibam da existência total de Ariela, então, eu peço que você a proteja. Esteja com ela o tempo todo. - falou Marçal me olhando sério - Consegue fazer isso? - perguntou ele.

Eu então, olhei a Ariela, tão distraída conversando com Zaya, e nós retornamos até as duas, Marçal netão, disse:

-Então. Está pronta Querida? - perguntou Marçal a Ariela.

Ela concordou com a cabeça, e se despediu de Zaya, e começamos a caminhar, após alguns minutos, Ariela perguntou:

-Estamos muito longe? - perguntou ela curiosa.

-Um pouco. - comentei com ela - Mas, até que o sol se ponha, estaremos em casa. - falei olhando a ela que esticou a mão para pegar a bolsa dela e eu desviei e disse: - o que está fazendo? - perguntei olhando sério e erguendo a sobrancelha.

-O que?! Vou te ajudar, e eu não aceito um não como resposta. - E arqueou a sobrancelha e eu fechei a cara, ela então disse: - você não é um burro de carga Martin, eu posso te ajudar com as minhas coisas. -disse ela teimando e pegou a bolsa que estava sob o meu ombro.

-Você é teimosa assim sempre? - perguntei olhando nos olhos dela.

-Sempre quando é necessário, e outra, sou uma Guerreira agora, pelo menos a metade de uma. E não posso mais fraquejar. - Ela piscou para mim e o meu estomago ficou frio.

-Vocês dois tem muito em comum sabia? - comentou Marçal sorrindo e Ariela sorriu de volta.

Caminhamos mais um pouco, Ariela, escrevia em seu caderno tudo que via, aos poucos o sol ia mostrando a sua luz, mas ela, ficava atenta em todos os detalhes da viagem, chegamos na bifurcação, e Marçal comentou:

-Do outro lado, perto do rio, ficam os Gigantes. Vai por mim, você não vai querer mexer com eles. - comentou Marçal com uma voz tenebrosa.

-Eu os conheci. São umas graças, pena, que a mulher de um deles me enxotou antes de eu dar as explicações. - comentou ela com um olhar triste.

-Deixe-me adivinhar, foi pelo seu pai né? - comentei provocando-a.

-Bem, na época, ele era o meu pai né. - Ela deu de ombros - Eu fiquei triste por ser julgada daquela forma. - E ela me olhou feio.

-Okay, okay. Foi justo esse olhar. - Eu ergui as mãos em rendição.

Ela sorriu escondida, e foi caminhando pela frente, anotando tudo, ela parecia estar tão concentrada que nem percebeu que Marçal diminuiu os passos, Marçal ao meu lado mancando disse:

-Ela é encantadora, você não acha? - comentou ele sorrindo de um canto do rosto.

-É, pode dizer que sim. - Eu dei de ombros.

-Ela te causa um frio na barriga também? - perguntou Marçal distraído.

Eu parei, e então, falei:

-No Senhor também?! - exclamei curioso.

Marçal sorriu e gargalhou e disse:

-Eu sabia! Eu sabia! - comentou ele brincando.

-Ah qual é Marçal, isso não tem graça! - comentei impaciente.

-Sabe meu jovem, quando conheci minha esposa, ela me gerou esses mesmos sentimentos. Eu a odiava. - Confessou ele a mim.

-Sério? E como que se casaram? foi algum contrato? - perguntei curioso.

-Foi.... o contrato do amor. - Suspirou ele todo apaixonado e caiu na gargalhada.

-Ah deixa de ser chato! - comentei revirando os olhos - Ariela e eu não temos nada em comum, eu gosto da Amélia e quero passar o meu tempo cm ela. Ariela é só uma pessoa comum. - comentei simplesmente.

Marçal concordou com a cabeça, mas, ainda tinha um sorriso divertido no rosto.

Prosseguimos caminhando, até que Ariela apontou animadamente para uma arvore, e perguntou da existência dela a Marçal, que alegremente, explicou que o seu fruto gerava uma vez no ano inteira, e no inverno, suas folhas ficavam amarelas, mas não caiam. Ariela foi anotando tudo, cada detalhe, cada informação, cada coisa que Marçal explicava. Desde as plantas, até do nosso povo, Ariela escutava com muita atenção, e eu fiquei ali observando só dois, eles se davam tão bem, que pareciam que se conheciam há anos, e quando chegamos próximo da entrada da nossa tribo, Ariela exclamou com ânimo ao ver a entrada da cidade.

-Isso é tão bonito! - exclamou ela maravilhada e Marçal deu umas batidas no meu ombro como consolo.

Marçal e eu fomos bem recebidos, os guardas que protegiam as fortalezas da nossa cidade, olhando curiosos a Ariela, afinal, ela tinha uma mistura de duas tribos e era nítido isso. Ariela sorrira para todos com educação, mas era nítido que estava tímida.

Rick veio até mim, assim que eu passei pela entrada da cidade, abriu os braços e disse:

A Espada Vermelha - Vol 1Onde histórias criam vida. Descubra agora