Capitulo DOZE: "A Impostora."

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-Está pronto? - perguntou Marçal me olhando firme.

-Estou, vamos? - perguntei a ele carregando a lança e a minha bolsa.

-Vamos, temos uma jornada longa pela frente. - falou ele a mim.

-Estou curioso, porque vamos tão bruscamente? - perguntei enquantocaminhávamos em direção a saída da nossa terra.

- Marquei uma reunião com a líder Zaya, ela tem uma estratégia deataque. - falou Marçal com cautela.

-Interessante, mas, já não tem o general para isso? - perguntei a Marçalque ficava olhando a frente, sem olhar a mim.

 -Bem, temos o general, mas precisaremos de reforços. - falou Marçalolhando fixamente sem desviar o olhar.

Algo estava errado, Marçal escondia alguma coisa, dava para sentir, eentão, eu disse:

-Marçal, me conte a verdade, o que está acontecendo? - perguntei sério.

Marçal, enfiou a bengala dele na estrada, já havíamos saído da entradada cidade, e estávamos indo em direção a bifurcação, ele me olhou eentão disse:

-Rei Olavo cortou os nossos laços, e está cobrando além dos nossostributos anuais, três reinos já pagaram a ele, e nós, não daremos nenhumcentavo a aquele rei mesquinho. Por isso, farei um acordo com Zaya, afimde que, quando negarmos, o exército dela nos ajude nessa batalha. -falou Marçal, que agora conseguia me olhar nos olhos.

 -Inacreditável! - cerrei o maxilar – esse rei não cansa de ter poder? Nãocansa de matar, roubar e destruir vidas? até quando vamos permitir o seupoder sobre nós? - exclamei furioso.

-Martín, não lhe contei porque sei do seu desejo de fúria e vingança peloRei Olavo, mas, agir por raiva e vingança não trará justiça, ou até mesmopaz. Por isso, contenha-se. - falou Marçal com voz de autoridade.

-Como pode falar uma coisa dessas? Olhe para nós Marçal? Caminhandono meio da noite buscando ajuda de um outro povo, temos lutado anos eanos para manter o nosso povo em paz e em segurança, e de repente, oRei Olavo decide bancar o Rei, e acha que nós somos pequenos e frágeis! - exclamei furioso.

Marçal então, colocou a mão sob o meu ombro, e então, disse:

-Eu entendo a sua dor, mas nesse momento, todo o tipo de reforço quetivermos será necessário, para mantermos a nossa paz e segurança. Porisso, vamos hoje, está rolando um festival deles, está livre para participarse você quiser, passarei o relatório. Agora vamos Martin, temos umacaminhada boa. - falou Marçal sorrindo levemente.

Eu assenti com a cabeça, e então, falei suspirando:

-Obrigada por me apresentar a filha do general, ela é encantadora. -comentei depois de alguns minutos de silencio.

 -Eu sabia que o pai dela era uma homem sério, e sua filha, é umaguerreira nata, uma moça perfeita para você, sei que não foi justo mentir,mas você merece o melhor, e gente da nossa tribo. - comentou Marçal -Me desculpe mentir e esconder você nessa Martín, mas as vezes, sintoque você merece se permitir e olhe só para você, vejo a diferença. -Sorriu ele gentilmente.

Eu sorri leve e concordei, caminhamos devagar pela estrada, Marçal,tinha problemas sérios no joelho, já não conseguia caminhar rápido, ousubir as escadas com firmeza. Eu não sabia o que eu sentia em relação aAmélia, mas era algo que valia a pena tentar, eu estava disposto, euqueria conhece-la mais, até é por que, fazia tempo que não merelacionava com ninguém, a última era Ana, e nem dera certo. Eu poderiaser bom com lutas e guerras, mas quando se trata de coração esentimentos, eu sou péssimo. Mas na verdade, eu tenho medo defracassar, em tempo de guerras, jamais uma estratégia havia falhado,mas quando penso nessa área amorosa, é como se tudo desmoronasse, epor falhar algumas vezes, decidira não tentar. Mas agora, sinto umapontada de esperança, talvez Amélia tenha sido feita para mim.

Caminhamos até chegarmos na bifurcação: A direita Terra dos Gigantes,e a Esquerda, Feiticeiras. Fazia tempo que não visitava aquela terra, massempre houve muita harmonia entre nós, logo quando entramos naestrada que dava a entrada, pude ouvir o sons de uma música calma elenta, os feiticeiros, não gostavam de músicas muito agitadas, elescurtiam sons de instrumentos de cordas ou que exigem fôlegos, era umacaracterística única deles, e por estarem do ouro lado do Rio, aquigeralmente fazia frio, então eles usavam roupas mais grossas como courode dragão. Assim que nos aproximamos, houve um monumento de pedras empilhadas, e mais a frente, o casebre da Senhorita Rita, umaadorável mulher que sempre nos recebiam com maior admiração, emcada entrada da cidade, havia o mesmo monumento, e casebre com umtipo de anciã deles, elas mantinham o lugar em segurança.

Assim que nosaproximamos, Rita abriu a porta do casebre, e com os braços abertos,nos recepcionou com muita delicadeza e doçura:

-Martin! Marçal! Que honra os receber no nosso festival. - Exclamou elacom muita cortesia.

-é um prazer enorme revê-la também Rita, como vão as coisas por aqui?- perguntou Marçal com cordialidade.

-Boas, sempre muito boas. - Piscou ela a ele, Marçal ficou vermelho.

- Evocê meu Guerreiro favorito! - e ela me deu um abraço apertado esufocante.

-é um prazer revê-la também Senhorita Rita. - Sorri sufocado.

-Zaya disse que está esperando vocês lá no festival, curtem bastante anossa festa. - sorriu Rita a nós e foi em direção a uma prateleira enormee puxou um livro velho sem titulo.Assim que ela puxou o livro, uma porta secreta que ficava escondida atrásde um quadro velho se abriu, Rita era uma mulher velha, com cabelosbrancos a mostra, e sempre usava roupas amarrotadas e velhas, quedavam a sensação dela ter 100 anos de vida. Passamos pela passagemque dava em um túnel, Marçal me deu as instruções:

-Vou ao encontro de Zaya, cumprimente-a e então está despachado.Passaremos a noite por aqui, me encontre na grande arvore para nosinstalarmos. Boa festa. - falou Marçal piscando.

E eu assenti, apesar da música está cativante, eu não tinha o menorinteresse de festejar, ainda não tinha engolido a história do Rei Olavo,aquele rei iria pagar por cada sofrimento que ele nos fizera passar.Quando o túnel acabou, a cidade apareceu, as rusticas casas dosFeiticeiros davam um ar completamente diferente de cada cidade e reinoque tínhamos passado, eram velhas e de madeira podres, mas era bemhistórica, a música vinha da direção central, certamente, já fazia tempoque o festival tinha começado. Marçal e eu caminhamos em direção aofestival, e próximo da grande arvore, Zaya, estava ali conversando com oseu tenente, Marçal pigarreou fortemente, e Zaya se virou e abriu umlargo sorriso em seu rosto, mostrando a sua jovialidade:

 -Marçal! - e eles se abraçaram fortemente.

-Zaya! que bom revê-la. - comentou Marçal sorrindo.

 -O prazer é todo meu! em tempos de festividade é uma honra receberconvidados. - Sorriu ela a Marçal e depois, ela se virou a mim:

- Martin!Que bom revê-lo também, seja bem-vindo a nossa festa. Albert está poraí. - sorriu ela mas então, ela ficou séria, mudando o semblantebruscamente, como se tivesse lembrando de alguma coisa.

 -Vou procura-lo. É uma honra estar presente em um momento tão belo.Com licença. - Sorri e fiz uma reverencia para os dois, que ficaramconversando animadamente sobre alguma coisa.

A festividade deles eram cheias de tendas brancas, cada uma com umaespeciaria para a estação que se aproximara, estava lotada a festividade,mas logo vi Albert conversando com uma moça, pelo menos, aparentavaser uma moça, ela estava de costas. Caminhei sorridente em direção aele, e quando ele me viu ele abriu um largo sorriso  e abriu os braços: 

-Martin! - Exclamou ele com os braços abertos – Não sabia que você viriameu chapa! - e me deu um abraço com fortes batidas nas costas.

-É bom revê-lo também Albert, e aí como vão as coisas? - perguntei e nosafastamos.

 -Uma belezura, não sabia que você viria, se soubesse teria ido ao seuencontro. - comentou ele sorridente a mim.

Tinha algo diferente em seus olhos, ele parecia ter esperança. A figura emseu lado, não saiu da sua posição, continuou de costas, e Albert sorrindoainda disse todo sem jeito:

 -Ah perdão por essa falha, quero lhe apresentar uma convidada, umapassageira, Martin, esta é Ariela, Ariela esta é Martin. - sorriu Albert amim e a figura se virou para mim.

Eu fiquei paralisado por alguns minutos, não acreditava que era aquelapessoa, aquela figura, ficamos sem reação por longos minutos, e Albertergue a sobrancelha confuso:

 -Vocês já se conhecem? - perguntou ele perdido.

Então era ela, finalmente a moça que eu estive pensando, dona do toqueleve, e que livrou o nosso povo de um ataque surpresa, Ariela , o seunome era Ariela. Ariela ficou perplexa, me olhando surpresa e pareciasem jeito, ela então, balançou a cabeça para os lados, e esticou a mãotimidamente para mim e disse:

-É um prazer Martin, lhe conhecer. - e ela deu um sorriso.

Eu estiquei a mão para cumprimenta-la, e quando senti o seu toque,percebi que era ela mesma, ficamos de mãos dadas por alguns minutos,olhando fixamente para os nossos olhos, e eu senti algo diferente aoreceber o seu toque, havia uma faísca que eu jamais havia visto, era umafaísca tão intensa, que só percebemos a presença de Albert, quando eleentrou no nosso meio:

 -Bom... chega de cumprimentos né? - sorriu ele encabulado.

Ariela continuou me olhando, ela parecia enxergar a minha alma comesse olhar, meu estomago se revirou, e o coração subiu pela boca, essaera a garota misteriosa que salvara o meu povo, e o mix de sentimentoera: Abraça-la e agradecer, e ao mesmo tempo, erguer a lança paraarrancar informações. Albert ficou no nosso meio, ele não parava de falar, mas, eu só conseguia prestar atenção em Ariela, e o quanto ela eracuriosa e misteriosa. E depois de algumas horas de conversa com Albert,Ariela pediu que Albert trouxesse uma bebida e eu interrompi o silencioquando ele partiu:

 -Ariela, eu gostaria de lhe agradecer, pelo que fez pelo meu povo. -comentei e quando ela me olhou o frio no estomago aumentou.

Ela abriu um largo sorriso, o que me fez suar frio e disse:

-Eu que agradeço por ter me escutado, eu sei que era mais provável quevocê me matasse na hora, mas, eu não podia deixar o Rei Olavo cometeresse crime com um povo bom. - comentou ela com delicadeza, sua voz ermansa, suave.

Eu abaixei a cabeça e sorri e olhei para os seus olhos novamente:

-Não poderia arriscar a vida do meu povo, sabíamos que estávamos emuma área arriscada, e seremos eternamente gratos pelo o que fez pornós. - Sorri e ela sorriu colocando uma mexa de cachos atrás da orelha,revelando a sua beleza.

-Eu guardei uma coisa... - Ariela sorriu e mexeu em uma bolsa e retirou opedaço de um pano, a bandeira que eu havia deixado no acampamento.

 -Não sabia o que significava, mas, achei que deveria trazer. - Sorriu elame olhando.

Eu dei uma risada e então disse:

-Eu queria que você pegasse mesmo, foi uma forma de agradecer, vocêsabe, o que você fez não tem preço. Coloquei depois de explodir todos osguardas do Rei Olavo – dei uma risada.

 -Então, foi você? - gargalhou ela – aquilo foi genial! Como fez aquilo? -perguntou ela sorridente.

Eu abri a boca para responder, mas Albert apareceu bem no meio docaminho, sentando do nosso meio e dizendo:

-Aqui está sua bebida Ari – e entregou o copo para ela e ela se calou eagradeceu, e Albert virou-se para mim e disse ele se virou para mim edisse:

 - Então meu chapa, como vão as coisas nos Guerreiros? , e Rick? -perguntou ele sorrindo a mim animado.

Eu olhei para Ariela, ela deu de ombros e abriu um largo sorriso, e eu sorri de volta e disse:

 -Vão bem cara, todos andam muito bem. - Sorri - E Rick é o Rick comosempre né? - gargalhei para ele.

 -Sabe, o que Zaya quer com o Marçal? - perguntou ele a mim curioso.

 -Talvez, afirmar o contrato de paz, ou algo do gênero. - Dei de ombros,obviamente não contaria para ele.

 -Curioso, né? - comentou ele comigo.

E eu assenti, olhei para Ariela mas ela não estava olhando para mim, elaolhava para o grupo de pessoas dançando alegremente, o que será queela estava pensando?A música ficou mais agitada, e ela sorria ao ver as pessoas dançandoalegremente próximo da Grande Arvore, tive a vontade de convida-lapara dançar, mas eu sabia que Albert a puxaria primeiro, então mecontive.
Assim que a primeira música acabou, iniciou-se outra, e ela selevantou bruscamente e Albert disse:

 -Ariela? está bem? - perguntou ele a ela preocupado.

-Sim, claro. Eu só preciso de ar. - sorriu ela levemente - Volto já. -comentou ela e Albert sorriu para ela.E ela se afastou de nós, e eu tive o desejo de ir atrás dela, precisavaconhece-la, eu não sei o porquê, mas algo me dizia que precisávamos nosconhecer. Enquanto Albert e eu conversamos, de relance via Arielabatendo palma para a dança, ela estava radiante, e eu sorri de canto norosto, ao ver um homem magrelo puxando-a para a roda de dança, e elasem jeito rejeitando mas depois não teve conversa, ela foi puxada pararoda de dança. Albert foi chamado por Zaya, e eu aproveitei e meaproximei, a dança acabou e ela voltou sorridente do grupo, depois deconversar com algumas pessoas, ela me olhou ainda com um sorriso norosto e veio ajeitando o cabelo e eu disse:

-É, você mandou bem na dança. Nem parece que é visita. - comenteisorrindo para ela.

-Eu estou tontinha, mas foi muito gostoso dançar com esse povo. - Sorriuela para mim

- Você dança? - perguntou ela me olhando curiosa.

-Nenhum pouco, sou um péssimo dançarino. - comentei tentando escapar.

A música ficou mais lenta, e os casais apareceram, e começaram a dançaruma valsa lenta, Ariela ficou olhando para eles, ela estava encantada comtudo aquilo, eu então, falei:

- Vem comigo, se gostou daqui, vai gostar desse lugar também. - eestiquei a mão para ela e ela segurou.

Fui puxando-a para longe da festividade, a música e as luzes setransformaram em silencio e sons de grilos, subimos umas escadas queficavam no monte, ela então, olhava para trás e disse:

-Onde é esse lugar? - perguntou ela curiosa.

-Você vai ver, esse lugar só se torna especial quando a gente olha porcima. - comentei sorrindo e fomos subindo até chegarmos no topo. 

-Ai meu Deus! Martin! isso é incrível! - exclamou Ariela sorridente e seaproximou da borda do monte.

-Linda não?! As casas daqui se olhar de longe, formam as cinco estrelasgêmeas, que só aparecem raramente. O povo daqui construiu as casasnesse formato para celebrar a existência delas, e a união dos povos. -comentei sorrindo ao vê-la maravilhada.

-É.... lindo demais.... impecável. - comentou ela com os olhos marejados,o vento frio passou por nós, e bagunçou o seu cabelo, eu peguei a mexa ecoloquei para trás da sua orelha e então ela me olhou com um brilho noolhar:

 -Obrigada por me mostrar essa riqueza. - Sorriu ela com doçura.

O frio no estomago aumentou e então, eu disse:

-Qual é a sua história? - perguntei curioso.

Ela sorriu e deu um passo para trás e se sentou em uma pedra queestava ali, e suspirou:

 -Uma história muito louca. - comentou ela sorrindo – Quer mesmo saber?- perguntou ela me olhando atentamente.

Eu assenti e então, sentei ao seu lado e ela começou a contar:

-Eu não sou daqui, minha casa, fica distante de todos esses reinos,quando eu era pequena, perdi a minha mãe, ela morrera muito jovem, euachava que ela havia fugido, ou se matado, mas só agora eu percebi queela fizera de tudo para me salvar. Já o meu pai, nem sabe a minha corpreferida, sempre atento nos detalhes do reino que não percebeu emmim, cresci tendo os melhores luxos que uma garota poderia ter, mas,hoje, vendo isto, descobri que minhas riquezas não valem de nada. -Suspirou ela e sorriu para mim.

-Quem são seus pais? - perguntei curioso.

E então, ela me olhou, e com um grande pesar, ela respondeu:

 -Rainha Vanessa, e o Rei...... Olavo. - Ela abaixou a cabeça.

Eu bruscamente me levantei, ao ouvi o seu nome, o nome daquele reimesquinho saindo da boca dela, me deu repulsa, meu semblante caiu, e eu cerrei os dentes, então era isso que a tornava misteriosa, diferente,ela era filha dele, Ariela assustada com o meu semblante logo se levantoue deu um passo para trás:

-Martin?.... está tudo bem?.... está me assustando...- comentou elanervosa.

-Você! - exclamei incrédulo - é filha daquele rei nojento, desprezível,asqueroso, eu nem posso acreditar, bem que vi algo de errado em você! -vociferei com ódio.

Ariela abaixou a cabeça e disse:

-Não me olhe assim! - exclamou ela assustada.

-Tem o mesmo jeito do seu pai, quase me convenceu de que era uma boapessoa, aposto que é uma traidora, mesquinha e arrogante. - Vomitei as palavras nacara dela.

 -EU NÃO SOU ASSIM! EU NÃO SOU COMO ELE. NÃO ME COMPARE! -Gritou ela para mim e lágrimas caia sobre os seus olhos.

-NÃO ME VENHA COM ESSA! APOSTO QUE APRENDEU TODOS OS GOLPESSUJOS! APOSTO QUE É UMA ESPIÃ! SEU PAI MATOU INUMERASPESSOAS, DESTRUIU POVOS, TERRAS, LEGADOS, FAMILIA! - Vomiteimais as palavras nela.

-EU NÃO SOU COMO O MEU PAI! - Gritou ela.

-DUVIDO MUTO! APOSTO QUE SÓ ESTÁ AQUI PARA ESPIONAR, ACHAR OPONTO FRACO DO NOSSO POVO PARA UM POSSIVEL MASSACRE! - griteicom ela e ela começou a chorar e se apresou para as escadarias.

Quando ela chegou nas escadarias, ela enxugou as lágrimas e disse:

-Você não me conhece! Não sabe nada de quem eu sou. - falou ela comuma voz grave e tensa.

 - VAI LÁ! APOSTO QUE DEIXOUO MEU POVO PARTIR PARA COMETER UMMASSACRE! - Gritei e então, ela sumiu descendo as escadas correndo.E o meu coração, estava sob a boca, meu sangue quente, eu nãoacreditava naquilo, tanto esse tempo achando que aquela moça, eradiferente, que ela tinha algo especial, mas na verdade, só era umasangue sujo, sangue sujo daquele rei sujo, e eu vendo ela nos meus sonhos, nos meus pensamentos, na minha cabeça! Tudo que vinha desseRei era uma bomba atômica, ele mata tudo aquilo que toca, causa dor epânico, e aposto que sua filha era tão ruim e pior do que ele.Assim que eu desci as escadarias, Albert estava vindo em minha direção,bateu no meu ombro e disse:

-O QUE VOCÊ FEZ COM ELA?! - Gritou ele a mim.

-NADA! ELA QUE É UMA TRAIDORA E IMPOSTORA. VOCÊ NÃO VÊ? FILHADAQUELE NOJENTO! - Comentei cerrando os dentes.Albert olhou incrédulo para mim, me olhou de cima a baixo, e disse:

- Você não tem noção do que está falando cara, você não a conhece. Nãoa julgue pelos atos cruéis do pai dela. - falou ele sério e tenso.

-QUEM NÃO A CONHECE É VOCÊ! - Falei cerrando os dentes – ELA É UMATRAIDORA! - apontei o dedo para o peito dele.

 -Você verá! - falou Albert me olhando um olhar desprezível.

E então, eu sai da festa, o clima havia se perdido, eu não queria maisestar ali, aquela garota estava usando todo o mundo, Albert, o seu povo,mas a mim ela não me engana, ninguém da família de Olavo me engana.Sai da festa tenso, eu nunca havia estado mais irritado como estou agora,as nuvens cobriam as estrelas, mas para mim o céu estava todo preto,sem nenhuma luz. Então, era isso, o destino me fez conhecer a segundapessoa mais detestável desse mundo, Ariela, filha de Rei Olavo, quais achances de ela ser boa? e por um minuto, um milésimo de segundo, euachei que o destino havia nos unido, como eu fui um estúpido.

Cruzei o caminho em direção de algum lugar onde que eu pudesse estar,quando, avistei a cena mais falsa que eu poderia ver, Ariela estavachorando no peito de Albert, e ele estava a consolando. O meu sangue ferveu, e eu me aproximei, como ele pode consolar uma garota horrível como aquela? Assim que me aproximei, Marçal apareceu e ao seu lado Zaya, Zaya colocou a mão no ombro de Ariela, então, ela havia enganado Zaya também? Marçal estava um pouco afastado, mas ouvia Ariela falarsobre alguma coisa, ele arregalava os olhos em menção de algo, e eu sabia que algo estava acontecendo ali. seja lá o que fosse, eu não queria participar, dei as costas antes que eu pudesse ser visto, mas, tarde demais. Ouvi a voz de Marçal me chamando, suspirei, e me virei emdireção a ele.Eu vou acabar com essa impostora. 

A Espada Vermelha - Vol 1Onde histórias criam vida. Descubra agora