Capítulo 9: " Que Baita Sorte"

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Tuli me colocou no chão, estávamos em frente de uma enormepedra, eu não entendia muito bem o que realmente significava aquilo,mas, eu estava disposta a saber. Tuli se virou para mim e disse:

-A Senhorita vai ter que esperar por aqui, preciso falar que aSenhorita não é perigosa pelo o nosso povo. A Senhorita aguarda? –perguntou ele a mim sorrindo gentilmente e eu concordei com acabeça.

 Sentei nas pedras próximas e passei a observar, Tuli então, bateuquatro vezes sob a pedra enorme, e ela se abriu no meio.Apareceram dois gigantes como ele, olharam Tuli de cabeça as pés, eem seguida, os enormes olhos fixaram em mim. Eles conversarambaixinho, um negou com a cabeça e o outro ergueu a sobrancelhapeluda dele e então, Tuli se virou a mim e disse:

 -Vamos, você pode entrar. – Ele sorriu abertamente.

-Jura?! – eu exclamei animada – Eu achei que eles não deixariam. –falei tensa.

-Não deixaram, mas, eu fiz uma forcinha. – Sorriu ele – está tudobem, sou responsável por você. – falou ele esticando a mão paramim subir.

Eu ficarei aliviada por ter sido pelo menos, aceita, certamente elestinham uma política um tanto quanto rigorosa com intrusos ouvisitantes. Passamos pelas pedras, era um túnel bem alto ecumprido, mas Tuli me explicou que, valeria a pena atravessar porele. E realmente valeu, assim que o túnel acabou, um cheiromaravilhoso me inundou, parecia um cheiro de algo doce, do túnelsaia um caminho de estrada, e grandes pinheiros cobriram o resto docaminho do túnel até o início da cidade.Haviam pelos Pinheiros enormes montanhas, de pico bem cumprido efino na ponta, cheiro de flores silvestres inundavam a região, e haviamúsica e falas, as casas eram feitas de madeira maciça, grossas egigantes, e na entrada da cidade estava escrito:

 "Seja bem vindos a Golden Montain."

 Eu exclamei de ânimo, parecia mesmo uma cidade linda e impecável,e quando Tuli percebe a minha exclamação de ânimo ele dissesorrindo:

-É bonito não?!, eu sou apaixonado por este lugar – falou ele comuma voz doce e leve.

-É impecável! É surpreendente! Eu estou fascinada! – exclamei.

 -A Senhorita precisa provar a nossa Cerveja Silvestre, vai amar! –comentou ele sorrindo.

-Eu mal posso esperar para provar! – sorri e olhei para baixo – Euposso descer? – perguntei curiosa.

-Oh! Mas claro, claro. – comentou ele e abaixou a palma de sua mão,me colocando para o chão.

Assim que eu desci, eu olhei para a minha volta, jamais teriapercebido a existência desse lugar, mas como era possível?! Olhei aTuli, e então eu perguntei:

 -Como é possível?!, existir um lugar tão belo quanto esse e ninguémnunca ter visto? Não é possível né? – perguntei intrigada.Tuli sorriu e disse se abaixando:

 - Oras Donzela, é possível. Mas, quando amamos alguma coisa,protegemos ela de qualquer tipo de exposição. E está cidade,evidentemente que está protegida. – Piscou ele a mim com leveza.

-Protegida com o que? – perguntei curiosa e olhando para os lados.

- O céu, protegemos ela pelo céu, e contando com a natureza quenos ajude aos arredores. Temos uma política bem forte aqui, aSenhorita deve saber disso. – falou ele baixo.

-Tuli?!, quem é esta? – perguntou uma voz feminina atrás de mim.

 -Kim! Minha Querida! -exclamou ele a gigante feminina e dando umbeijo em sua testa com carinho.

-Onde esteve! Esteve preocupada com você. – falou ela com voz dedengo.

-Eu estive no lago, pescando e adivinhe, achei a Senhorita Ariela nolago. E resolvi ajudá-la – comentou Tuli – mas estou bem, nada meocorrera. – comentou ele com carinho.

-É um prazer lhe conhecer Senhorita Ariela, me chamou Kimberly, aesposa desse grandalhão aqui. – e ela bateu com a palma da mão emseu peito.

 Kimberly era bem parecida com Tuli, só tinha penas um olho, e o seucabelo era longo e liso, sua franja lateral escorria sob os seus olhos, eela frequentemente, afastava, seus olhos tinham cor de mel, suavese, mais intensos.Ela estava usando uma calça jeans clara, e uma camiseta regatabranca, e aparentemente, se unisse os dois, ela bateria no ombro deTuli:

 -Querido, você deve estar faminto, e Ariela também. Vamos paracasa, ah, Paul quer falar com você. - Ela indicou com o dedoindicador sob o peito de Tuli e ele passou um braço sobre a suacintura.

 -Está Querida, Ariela, mais tarde vamos caminhar e eu lhe mostrareia cidade, está bem? - perguntou ele a mim piscando.

 E eu assenti com a cabeça, achando gracioso os dois juntos.Conexão... é a palavra quando vejo Tuli e Kim juntos, e eu meperguntava se, algum dia, eu encontraria alguém com um sentimentotão intenso, que a conexão exalava sempre que estivéssemos juntos.Eu sempre me imaginei sozinha, apesar de ser apaixonada por John,eu jamais imaginei casada com alguém. E depois dos meussentimentos não serem retribuídos, eu sempre me via só. Talvez,pela a minha posição social, ou talvez, pela minha personalidade umtanto quanto forte para dividir a minha vida com alguém, ou, asminhas fraquezas. Mas, vendo Tuli e Kim agora mesmo, eu possorepensar a ideia de, talvez, algum dia, eu permitir estar do lado dealguém.

Assim que caminhamos pelas ruas de pedras da cidade, Tulli e Kim,acenavam para outros gigantes, e eu só conseguia observar.Dobramos a esquina, e então, chegamos a uma adorável casa demadeira e pedras, havia alguns ramos sob a construção, o quedeixava tudo muito rustico, uma enorme janela redonda, a casa, eraem formato de torre, longa e bem esticada para os lados, não haviacerca, mas havia um jardim bem gracioso. Tulli então, soltou Kim eabriu os braços e disse:

-Seja Bem vinda, Ariela. - e ele sorriu a mim.

 -Seja bem vinda, Querida. - Kim disse gentilmente.

Eu sorri e agradeci com a cabeça, Kim e Tulli caminharam para abrira porta enorme, o que, diferentemente de Vidar, era tudo maior.Janelas, caminho que dava em direção a porta, jardim, tudo eramuito maior do que eu, e eu estava com uma certa dificuldade paracaminhar até a porta enorme, então, Tulli esticou as mãos a mim edisse:

-Acho que vai precisar de uma mãozinha. - Sorriu ele piscandodocemente.

 -Acredito que sim. - E subi sob as suas mãos. 

-Então, o que Paul quer falar comigo meu bem? ele te falou? -perguntouTulli me colocando sob a mesa.

-Bem, não. Ele me disse que vai passar aqui esses dias. Não entrou emmuitos detalhes. - comentou ela e então se virou para mim e disse:

-Querida, você tem alguma restrição alimentar? - ela me olhou atenta.

-Não Senhora, eu posso comer de tudo. Eu gostaria de te ajudar, mas,acho que minhas mãos são bem pequenas. - Sorri olhando a ela.

-Acho melhor você me fazer companhia. - Piscou ela a mim e eu sorriconcordando.

-Bem, eu vou até o Paul para saber o que ele, você fica bem querida? -perguntou ele a Kim que assentiu docemente, e então, ele beijou em suatesta e disse se virando para mim:

- Se comporte hein?, volto antes doalmoço. - falou ele a mim e eu sorri.

Assim que Tulli saiu da casa, Kim foi para a geladeira e fez uma perguntaque eu hesitei em responder:

 -Então Ariela, de onde você veio? - perguntou ela a mim voltada ageladeira e procurando alguma coisa.

-Ah.... - Eu hesitei e quando fiz isso ela se virou para mim e eu conclui –sou filha do Rei Olavo. - e olhei para baixo, era impossível não me sentirculpada por ter nascido e por ter nascido justamente sendo filha dele.

Kim foi levantar bruscamente e acabou batendo a cabeça na geladeira,não sei como, mas ela conseguiu:

-O que?! - Exclamou ela a mim com um olhar indecifrável.

- é, eu sou a filha do Rei Olavo, lá em.... - Eu fui concluir, mas ela meinterrompeu com a suas enormes mãos erguidas.

-Você é filha daquele monstro?! que aprisiona o nosso povo, mata,maltrata e tomou a nossa mineração?! - exclamou ela com nojo erepugnância.

 Minha cabeça começou a girar, então, meu pai havia feito mal a aquelepovo adorável também? quantas pessoas ele tomou? quantas pessoastinham sido mortas por ele e então, uma triste profunda ecoou a minhamente.

 - O que? - exclamei – meu pai fez isso? ele matou o seu povo? -perguntei em choque.

O que é mineração? - perguntei confusa e com acabeça girando repleta de ideias.

-Não se faça de desentendida, filho de tigre, gatinho que não é! -exclamou ela. - Eu não quero você, e nem o seu sangue real em minhacasa! - exclamou ela com voz grave que ecoou sob toda a casa.

-Mas.... mas.... eu não fiz nada! E-eu..... - Tentei contrapor, mas ela meinterrompeu e agora, começou a dizer alto:

-SAIA DA MINHA CASA! VOCÊ E SEU SANGUE NOJENTO! - Gritou ela amim com voz brutal.

Meus olhos se encheram de lágrimas, eu não sabia o que fazer e elaentão, continuou a gritar:

 -SAIA! NÃO ACREDITO QUE O MEU MARIDO TE TROUXE AQUI! TROUXEDESGRAÇA AO NOSSO POVO! NÃO É BEM VINDA AO NOSSO POVO, ANOSSA GENTE! NINGUÉM AMA VOCÊ AQUI, OU SEU PAI! AGORA SAIA!ABERRAÇÃO! - Gritou ela a mim e então, eu desci da mesa, cai com tudono chão, me ergui e caminhando me virei em direção a ela já na enormeporta:

-Eu sinto muito, eu não sou o meu pai. Sinto muito pelos atos dele. - eentão, sai pela porta, Kim bateu fortemente, o que tremeu todo o chão.

 Com dificuldade, eu sai pulando sob as pedras enormes,caia por diversas vezes, e quando finalmente consegui sair daquelemaldito caminho, fui caminhando em direção a saída.
Meu coração estavapartido, dolorido, Tulli me disse para jamais tomar sob mim as coisas domeu pai, os atos dele, mas agora, com Kim ter dito exatamente tudoaquilo, era inevitável não pensar sobre. Tulli estava saindo de umaenorme casa, quando bateu os seus olhos em mim, mas eu, respireifundo e ele veio a minha direção, parecia estar me vendo por dentro:

- O que houve? - perguntou ele tranquilamente.-Sua esposa, me expulsou. - falei com a voz amarga.

 -ELA FEZ O QUE? -exclamou ele me olhando incrédulo.-Após eu dizer quem eu era, ou melhor, que espécie de Tigre eu era. Elame mandou embora. - falei com os olhos marejados.

 -Santa Celeste! - exclamou ele - por favor, não se vá, deveria ter tidoantes. - falou ele colocando a mão sob a cabeça.

-Não, ela está certa. Sou uma aberração, devo manter distância do seupovo. - Agora, só me diga, para que lado eu vou? - perguntei triste.

 -Ariela, eu a prometi ajudar, e eu vou. Não vai embora assim. - falou eleme olhando seriamente.

-Mas eu não quero mais ficar, meu lugar não é aqui. Deveria ter tido damineração. - falei com os olhos para baixo.

 -Ela jogou isso em sua cara não foi?! - perguntou ele me olhando.

 -Sim, e eu não quero mais voltar. Por favor, me leve para a saída. - faleicom a voz firme.

 -Certo. - Ele disse com os olhos marejados também - A Espada por ondevocê procura, está com um povo forte, com os Guerreiros. Eles usamcomo propriedade sua. - falou ele me olhando firme – Preciso, encontrar aEspada, e aí sim, se livrará da maldição. - Eu fiquei espantada, como elepoderia saber da maldição, sendo que eu jamais havia dito?

-Como sabe da maldição? - perguntei e dei um passo para trás.

 -Bem, eu vi em seus olhos. - falou ele sorrindo fraco – Sinto muito pelaminha esposa. - Afirmou ele com gentileza.

-Você diz que eu não devo me sentir afetada pelos atados de meu pai,mas como não sentir, se quando eu digo de onde que eu vim, nãoenxergam quem realmente eu sou? - perguntei com as lágrimasescorrendo.

Tulli, secou as lágrimas com a ponta do dedo, e então, disse:

-Lute. Lute com todas as forças, para provar que não é igual ao seu pai.Quando estiver disposta a lutar, certamente, com certeza, saberão quemvocê é. - falou ele e esticou a mão para a minha frente, e eu então, subi. 

Tulli me levou até o fim das duas pedras, e sorriu docemente a mim, e sedespediu:

-Adeus Querida Ariela, Nos vemos em breve. - falou ele sorrindo ederramou uma lágrima em seus olhos grandes.

-Adeus Querido Tulli, foi um prazer conhece-lo. Espero um dia ser livre,para libertar o seu povo. - falei com leveza.

-E eu sei que fará. - falou ele se levantando e então, eu segui o meucaminho.

Era impossível não me sentir culpada, e agora, eu estava sozinha, saidali, seja lá qual for o meu destino, eu não podia mais remediar, entreiem uma bifurcação de mata, e então, caminhei confiante de que, algumacoisa daria certa nessa viagem toda, pelo menos, alguma coisa deveriadar.
Então, caminhando sob a estrada de terra, depois de alguns minutos, eusenti a presença de alguém, alguém estava me seguindo, eu podia sentir,droga! eu nunca teria chegado o meu momento de sorte?! 

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