Corríamos pela floresta, rindo bastante, até que encontramos o nosso povo, caminhando firmemente sob a floresta, já havíamos passado pelo bosque dos anões, e caminhávamos em direção Gold Mountain, a Terra dos anões, havia se passado várias luas, mas, tínhamos que correr se queríamos chegar junto com o nosso povo. Assim que alcançamos eles, Hadley percebeu a nossa ausência, e cochichou sob os ouvidos de Marçal, que olhou para nós, e fez um gesto com os dedos nos chamando:
- Poderiam me informar, onde estavam vocês? - perguntou Marçal nos olhando seriamente.
-A ideia foi do Rick. - Eu falei apontando a ele.
-Mas você, o grande líder concordou plenamente. - falou Rick retrucando.
-Não me responderam, então vou perguntar novamente: Onde vocês estavam? - repetiu Marçal.
Rick engoliu a saliva, e eu suspirei então disse:
-Decidimos, unanimemente, que queríamos deixar um pequeno recado aos nossos inimigos. - falei cordialmente, e já preparando pelo sermão eterno.
-Como?! - perguntou Marçal confuso.
-Bem, deixamos um pouco quentes as coisas por lá, mas, lhe garanto Marçal, que não virão sobre nós novamente. - garantiu Rick.
Marçal piscou duas vezes, abriu a boca e a fechou novamente, e depois de ficar em silencio por um tempo o suficiente onde eu achei que ele iria nos bater, ele sorriu e disse:
-Fizeram bem rapazes, o que foi feito, está feito. - falou ele se virando de costas – Martin, acompanha-me, por favor. - falou ele com um sorriso em seu rosto e caminhando entre o povo que havia parado.
-Boa sorte cara. - Bateu Rick em meu ombro.
Caminhei atrás dele, e quando estávamos distantes de Rick, ele disse:
-Conte-me mais sobre a sua informante. - falou ele com os olhos mais leves.
-Bem, não sei nada sobre ela. Mas, que bom que ela estava certa não é mesmo? - falei sorrindo leve.
-Certamente, gostaria de conhece-la. - falou Marçal.
E eu parei, confuso olhando a ele e disse:
-Eu também, não a conheço Marçal, mas sei que deve ser alguém.... - Hesitei e então, encontrando a palavra certa respondi: - intrigante. - Marçal abriu um sorriso e então me disse:
-Com certeza, agora, temos que retornar, em breve estaremos nos campos dos gigantes, toda a atenção será redobrada. - falou ele a mim - Seu contra-ataque ao Rei Olavo, fora bem bolado, mas, trará consequências, espero que esteja atento sobre isso. - comentou ele a mim e eu percebi que aquilo era verdade.
Estávamos há anos em paz com o Rei Olavo, tudo porque, Rei Olavo após o ataque contra o nosso povo, cujo matou meu pai e minha família, fizera um acordo com Marçal, onde, o Rei não atacaria, mas, os Guerreiros teriam que pagar tributos ao Rei, o que eu discordava plenamente dessa decisão, ele tomara tudo que era nosso, inclusive, nossas terras, fugimos como maribondos sobre as florestas para sobrevivermos, e ainda, após tantas perdas, deveríamos pagar pela Paz, o preço da paz.
-Estou certo das consequências, e estarei na linha de frente se precise. - Afirmei a Marçal.
-Que bom que não recue, afinal, tens que ser forte. Se a Guerra vier, estará nela com certeza. Pense em seus atos Martin, não haja mais como um garoto, é um homem agora, tenha atitude como tal. - falou ele a mim e seu olhar era tão duro que eu preferiria morrer pela espada.
Eu assenti com a cabeça, merecia aquilo e coisa pior, e então, me afastei de Marçal, e ajudei os Guerreiros a fazer as tarefas, acamparíamos por aqui, e partiríamos a noite. Assim que todos comeram, partimos pela floresta, a noite tinha chegado, e caminhamos firmes, até que atravessamos o fim do Rio, e caminhamos pela uma estrada bifurcada, onde dava em nosso acampamento. O povo dormia quando chegamos, e decidimos não os acordar, desmontamos as barracas, e os Guerreiros foram dormir com suas esposas, ou em suas casas, sobrou apenas eu e Marçal, então eu comentei:
-É bom estarmos de volta em nossa casa, é uma pena que o ritual não tenha sido longo como planejamos. - comentei suspirando.
-Pois bem, é realmente muito bom. Sobre o ritual, iniciaremos por aqui, com todo o povo. Inclusive, precisamos conversar seriamente amanhã, por hoje, vamos descansar. - falou ele a mim batendo em meu ombro.
-Tudo bem, boa noite Marçal. - Eu falei sorrindo levemente.
-Boa Noite, Martin. - e ele seguiu pela estrada da nossa cidade.
Eu caminhei pela outra estrada, até que cheguei na esquina, e entrei na minha casa, o cheiro familiar me invadiu, e eu sorri ao chegar em casa, e aspirei aquele ar tão bom, coloquei as malas no chão, depois arrumaria as malas. Subi as escadas, e fui ao meu quarto, tão vazio, tão silencioso, entrei no cômodo e abri o meu armário, peguei uma camiseta e um shorts, minha toalha, e fui ao banheiro tomar um banho. Me olhei no espelho, e fiquei imaginando, onde que aquela moça estaria, certamente, bem longe de mim. Eu não podia esquecer da forma como ela me olhou, ou, da forma como chorou pelo o meu povo, e como seria o seu nome? e a sua história?
Afastando-a novamente da minha cabeça, outro pensamento tomou conta da minha mente: O que de tão importante Marçal queria conversar comigo? o que ele tinha de tão importante a falar comigo? Aquele olhar dele me preocupara, algo muito sério ele contaria. Mas decidi, que não colocaria em minha cabeça aquilo, era tarde, e eu precisava dormir.
Assim que o banho acabou, eu me olhei no espelho, as marcas dos avanços no exército reluziam muito a cada tempo que se passava, meu corpo era todo marcado, e eu não me lembrava mais como seria ficar sem elas. Deitei na cama, a cama me abraçou, ela estava gelada, e o meu corpo quente, e assim que eu deitei sob o meu travesseiro, adormeci totalmente e todos os pensamentos se foram.
O sol entrou pelas minhas cortinas claras, me acordando completamente, desci as escadas da minha casa, e fui preparar algo pra comer, eu estava faminto, e totalmente tenso, apesar de ter dormido horas o suficiente para me recompor. Houve uma batida na porta, assim que as torradas estavam na torradeira, deixei-as e fui atender a porta, era Marçal, com um belo sorriso em seu rosto, ele entrou e eu achei estranho a sua visita tão repentina e tão cedo.
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A Espada Vermelha - Vol 1
RomanceEm uma realidade não muito distante da nossa, existe um mundo diferente. Onde povos e líderes têm a sua cultura própria cultura e terras, mas, com um único objetivo: Lutar pela Justiça. Dois jovens, diferentes com o objetivo de salvar o seu povo se...