Capitulo Vinte: "Medo de Confessar"

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Eu estava nervoso, à tarde no rio com Amélia foi perfeito: conversamos, rimos, e planejamos algumas coisas, como, as alianças do noivado. Apesar do susto enorme que eu recebi com o noivado surpresa, eu estava pensando honestamente que esse seria o melhor caminho para mim e para Amélia, e era impressionante, a forma como nós combinávamos. Passei no ferreiro mais cedo e lhe dei uma pedra de Rubi, nas redondezas da cidade, haviam pedras preciosas, e essa pedra em especifico era a pedra mais valiosa que eu havia encontrado, o ferreiro fez o anel, e ficou a coisa mais linda que eu já tinha visto. Eu queria que os meus pais estivessem aqui para me ver noivar, tudo bem que não era da forma como eles talvez planejassem, mas, seria ainda sim especial.
Eu então, respirei fundo em frente ao espelho do banheiro e então disse a mim mesma:

-Calma campeão, você lutou contra vários exércitos. Pode muito bem casar com uma mulher, não é tão difícil. - Tentei me consolar.

Eu não sei o porquê , mas, ao mesmo tempo que eu achava que era uma boa opção, também achava que era um tremendo erro que eu estava fazendo, ao mesmo tempo que eu dizia a mim mesmo o que eu podia fazer isso, eu sentia que não estava pronto.
Não era o noivado, e sim com quem eu estava noivando, mas eu estava enroscado demais para desfazer, e isso custaria a liderança de Marçal também, e sua reputação para com o povo dele.
E Ariela, mesmo se for aceita pelo nosso povo, precisava aprender muito sobre as leias e as regras impostas aqui, e eu só tinha essa chance de conquistar o meu lugar e assumir o meu posto.
Eu suspirei ao ver o que estava pensando, era cruel, era insensível, era injusto, mas eu não podia deixar de pensar naquelas coisas.

Hoje, eu daria o anel para Amélia, e a partir de hoje, seríamos noivos, e casaríamos na praia, para todos verem, esse era o certo, e eu tinha certeza disso, ou pelo menos, quase. Coloquei o pano sob o meu pescoço, ele simbolizava que um jovem estava prestes a se casar, Amélia também usaria um, afinal, ela seria a futura líder do nosso povo, com o pano sob o pescoço, nem vi o tempo passar, o jantar seria as 18:00 e estava um tanto quanto nervoso com tudo aquilo.

Era 17:30 quando saí de casa, passaria na casa de Amélia e juntos iriamos jantar as luzes das estrelas junto com Marçal e o General Bryan, o pai de Amélia, e depois, me ajoelharia e pediria sua filha em casamento, tinha que dar certo, nada poderia dar errado.
Caminhei tremulo até a porta de Amélia, bati e então, o General abriu e disse:

-Martin! Meu grande herói! - Sorriu ele me olhando - Você está lindo! - comentou ele sorrindo: - Entre, Amélia está lá em cima, sabe como mulher é, demora para se arrumar. - Sorriu ele e eu então entrei na casa.
-Você aceita uma bebida? um vinho? - perguntou ele me oferecendo.

-Um vinho. - Sorri e ele deu as costas e foi até a adega dele, e pegou um vinho e me serviu uma taça.
-Obrigado. - Agradeci sorrindo.

-Martin, você foi um grande negócio, só tenho o que te agradecer por aceitar a proposta. - comentou Bryan sorrindo.

-Proposta? como assim? - perguntei confuso.

-Bem, minha filha tinha muito pretendentes. Mas, mesmo assim, aceitou ela de bom coração. Razões políticas não é mesmo? - comentou ele dando um gole de vinho.

Eu parei, abri a boca para dizer e então, ouvimos passos de Amélia no andar de cima, e ela veio devagar descendo as escadas:

-Papai? Martin já chegou? - perguntou ela e quando me viu desceu as escadas mais rápido.

Amélia estava linda, era verdade. Seus olhos estavam destacados com maquiagem, seu cabelo preso para trás para frente e o resto atrás solto, sorri olhando para ela e ela veio ao meu encontro e disse:

-Martin, você está lindo. Esse tecido é tão delicado. - Ela comentou passando a mão no pano.

-Amélia, você está linda também, mas, obrigada pelo elogio. - disse olhando para o pano em volta do seu pescoço, mas, o tecido era diferente do meu, ele era rendado.

O vestido dela, era longo, e florido com rosas vermelhas, e o fundo era branco do tecido, o que ressaltava a sua pele leve e lisa. Ela sorriu para mim e me deu a sua mão, eu a segurei e beijei o dorso dela e disse:

-Está pronta? - perguntei a ela e ela encostou a cabeça em meu ombro e disse:

-Estou. Papai, poderemos ir? - perguntou ela olhando para o pai dela.

-Vão na frente, esperarei Marçal. - disse o pai dela sorrindo levemente.

-Nos veremos lá. - comentei assentindo com a cabeça e ele ergueu a tala do vinho e disse: - Seja bem-vindo a família - disse ele sorrindo com um sorriso que me arrepiou.

Descemos a rua com Amélia segurando a minha mão, e então, eu disse:

-Está nervosa? - perguntei curioso.

-Nenhum pouco, planejei esse momento por anos. - comentou ela sorrindo - E você? - perguntou ela me olhando.

-Completamente. Nunca havia noivado antes e você? - perguntei olhando curioso.

Ela me olhou, parou e disse:

-Não. É a primeira vez. - disse ela meia rouca.

Mentira, ela estava mentindo para mim. Será que eu não era o único noivo dela?

-Vamos focar na nossa noite, será inesquecível. E acalme-se, estrei do seu lado sempre. - disse ela sorrindo.

E eu assenti com a cabeça concordando. Foi então, que depois de alguns minutos, chegamos no centro, havia duas mesas próximas, talvez, alguns 5 metros de distância, eu achei estranho e então, Amélia comentou baixo:

-Porque tem duas mesas se somos em 4? - ela disse confusa.

-Eu não sei. Tem alguma coisa estranha rolando, não acha? - perguntei olhando para ela.

E ela assentiu confusa e séria.

A Espada Vermelha - Vol 1Onde histórias criam vida. Descubra agora