Capítulo 3

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Tinha plena certeza que não iria falhar é isso não era pelo fato de achar que deveria fazer oque pensava ser certo, matar alguém nunca me passou pela cabeça antes, porém para tudo havia uma primeira vez, a cada dia morrem milhões de pessoas e eu apenas precisava matar a minha mãe e com certeza estaria livre do ódio que sentia por ela.

- Falhar não é uma opção - Disse determinado.

- Bom que não seja mesmo - Assim que ele disse isso seu celular tocou, ele o tirou do bolso e colocou no viva voz.

Eu olhei para ele sem entender.

- Tivemos um pequeno contra tempo, porém mesmo ela tentando fugir a pegamos ! - Disse um homem, provavelmente um dos que me trouxeram aqui.

- Vocês ao menos bateram nela ? - Perguntou Maycon, ele parecia impaciente.

- Só por garantia atirei nos dois calcanhares dela e a jogamos no porta malas - Ouvi o homem rir - Em breve estaremos aí! - Disse entre risos.

- Sejam rápidos, não quero atrair a atenção da polícia ou de qualquer possível inimigo! - Disse seriamente e desligou.

Ele voltou a guardar o celular em seu bolso, ele me olhava com uma curiosidade.

- Soube que não é do mesmo sangue que sua mãe - Disse ele, isso me fez olhar para ele um tanto surpreso - Eu investigo sua vida a mais de um ano, sei de muitas coisas sobre você - Ele tocou em seu queixo me olhando com interesse.

- Porquê me investigaria ? - Perguntei surpreso - Quer dizer que eu não sou filho biológico dela ? - Perguntei me levantando com tudo, eu não estava acreditando.

Ele me olhava calmamente, parecia analisar minhas atitudes.

- Sente se agora Dimitri, você não pode perder a calma mesmo sendo pego de surpresa - Disse dando um soco na cadeira que estava sentado - Saiba que agora tudo que vai fazer, irá te mudar e você não irá sair disso mais - Disse seriamente, eu me sentei tentando me acalmar - As vezes temos que matar não apenas pessoas, como sentimentos - Concluiu me olhando com desdém.

Passei minhas mãos sobre o meu rosto, não estava acreditando no que estava acontecendo e ainda pior nessa situação toda.

- Sei que pode ser difícil, porém quero saber se irá aguentar viver assim ou simplesmente irá pirar ! - Disse e eu o olhei - Já vi pessoas se matando por menos. - será que ele disse isso apenas para me assustar?

- Eu não tenho a pretensão de me matar e nem morrer, porém a vida é imprevisível.. - Disse tentando manter a calma, mesmo que isso fosse apenas uma tentativa frustrada de tentar parecer bem, realmente eu tentava me enganar.

- Eu.. - Ele foi interrompido quando Victória passou pela porta.

- Encontramos um homem próximo daqui! - Disse ela e olhou para trás, veio um homem que estava com um saco preto na cabeça e outro homem ao seu lado o segurando com força seu braço e o jogou no chão.

- Vamos ver quem é! - Disse Maycon e o homem que o trouxe,tirou o saco de sua cabeça.

- PAI ? - Perguntei assustado olhando para ele, ele me olhava sério.

- Você me parece familiar - Disse Victória.

Ele olhou para ela por uns segundos e olhou para mim.

- Olhe para você, já está conspirando em matar a sua mãe - Disse ele - Realmente você não vale nada e pensar que eu já tive a chance de te matar e não matei - Quando ele disse isso vi arrependimento em seus olhos.

- Ricardo Oliveira, não é ? - Perguntou Victória e lhe deu um chute no estômago o fazendo urrar de dor.

- Então você o conhece? - Perguntou Maycon olhando para ela.

- Esse desgraçado é um assassino de aluguel e também um sequestrador! - Disse ela nervosa.

- Parece que vou acabar como a maioria das minhas vítimas - Riu e me olhou - Pode ser que eu não seja seu pai, porém eu nunca irei dizer aonde está sua família de verdade, eles ficaram tão preocupados por você ter sumido do berço - Riu e continuou - Pagaram um resgate milionário, porém eu decidi criar você como filho.. - Disse e ouvi um barulho de tiro, olhei para o homem é vi que não foi ele, Victória olhou para Maycon e eu também olhei, ele estava com a arma apontada para oque era agora o cadáver do homem que chamei de pai.

- Acho que já ouvimos demais - Disse ele visivelmente irritado, então guardou a arma - Se livre do corpo imediatamente - Disse e o homem se dirigiu pegando nos braços do cadáver.

- Espero que isso aconteça com aquela que chamei de mãe - Digo sentindo algo diferente, então eles não eram meus pais de verdade..isso poderia facilitar para a minha consciência.

- Irá acontecer, estou confiando em você para que o destino dela seja esse - Disse ele calmamente - Bem, eu preciso beber - Concluiu e se levantou indo para o outro lado do avião.

- Sempre que ele mata alguém, ele gosta de beber - Comentou Victória sorrindo - Aceita alguma coisa? - Perguntou prestativa.

Eu dei um sorriso fraco para ela, bem ver um homem morrer não me pareceu ser tão traumático o quanto pensei que seria, ainda mais depois do que ouvi dele.

- Talvez um whisky, vodka ou oque tiver - Disse sem sentir vergonha, eu estava preso a essa vida para sempre de qualquer forma mesmo, poderia ao menos aproveitar enquanto estava vivo por tempo indeterminado.

Ela foi na mesma direção que Maycon foi, chamá-lo apenas de Maycon e não de Senhor Maycon, talvez isso seja ter uma intimidade na qual eu ainda não tinha porém parecia ser algo natural.
Para ele eu era apenas uma "propriedade" como o mesmo pontuou, me perguntei se seria assim por muito tempo e até quando teria que suportar tudo que estava acontecendo ?
Eram coisas e mais dúvidas, nas quais eu não tinha respostas e talvez nunca teria.

Não demorou para que Maycon volta-se segurando uma garrafa de whisky que eu se quer conhecia, Victória estava atrás dele segurando três copos, ele se sentou perto de mim e ela se sentou a minha frente aonde havia outra cadeira, o avião tinha cadeiras ou melhor dizendo poltronas e até um sofá mas para frente, parecia até um bar o lugar.

- Bem vamos comemorar a companhia de Dimitri e por ele matar a mulher que um dia acreditou que fosse sua mãe. - Disse Maycon dando um sorriso diabólico, ele realmente parecia ter a alma mas escura a cada momento que passo ao seu lado.

- Um brinde a um belo futuro e que a morte esteja sempre presente ! - Disse Victória animada e me deu um copo no qual foi preenchido rapidamente por Maycon que me olhava com expectativa.

Nas Mãos Do Mafioso - Gay - Concluído #Wattys2022Onde histórias criam vida. Descubra agora