Adora recebeu em seu aniversário de 11 anos o melhor presente que poderia ter pedido, uma melhor amiga, um laço inseparável.
Catra teve que se mudar a força para outro bairro mas não esperava encontrar seu primeiro amor morando na casa ao lado.
Eu e Adora estávamos a caminho de casa dentro do Uber, preferimos ir de carro já que estava tarde, A loira repousava a cabeça em meu ombro enquanto fazia carinho na palma da minha mão. Não conseguia parar de sorrir olhando para janela, aquilo era muito melhor de tudo que já tinha experienciado e, com certeza, melhor do que eu teria imaginado nos meus melhores sonhos. Adora pediu para que as coisas entre nós acontecessem devagar e eu não poderia concordar mais, esperei anos por isso e apressar as coisas agora estragaria tudo.
Depois de alguns minutos o motorista sinalizou que tínhamos chegado e só então percebi que a loira tinha adormecido, tive que acordá-la para sairmos do carro com certa dificuldade e quando chegamos em sua porta Adora me olhou tímida.
-Você quer passar a noite aqui? - Ela corou mais do que o normal depois disso e pareceu evitar olhar nos meus olhos.
-Achei que você queria levar as coisas devagar Dorinha. - A olhei maliciosa.
-É-é... Não é pra i-isso Catra. - Ela disse envergonhada e eu ri.
-Eu to brincando idiota, claro que passo a noite com você.
Adora sorriu e me deu um selinho antes de entrar, dei graças pelos pais da loira não estarem e nem Sombria, pelo menos não teríamos que nos preocupar com eles.
Subimos as escadas de mãos dadas logo depois adentrando o quarto da loira.
-Pode pegar uma roupa pra você, vou só terminar um seminário que preciso enviar para Glim e depois podemos assistir algum filme. - Ela disse se sentando na escrivaninha e abrindo o notebook.
-Só se for de terror loirinha. - Adora bufou e deu de ombros.
Peguei um shorts e uma camiseta dela para me trocar no banheiro, quando voltei a loira digitava freneticamente o trabalho. Revirei os olhos pelo tédio e por um momento tive um pensamento que serviria como distração.
Fui a caminho de Adora e sentei em seu colo, ela me olhou com as sobrancelhas franzidas.
-Preciso me concentrar Catra...
-Eu tiro sua concentração? Eu nem estou fazendo nada. - Falei com os braços em volta de seu pescoço me segurando.
Adora bufou mas continuou digitando com uma mão e com a outra segurou minha perna desnuda pelo short, por mais que ela não tenha percebido senti aquele toque aquecer todo meu corpo.
Balancei a cabeça e peguei meu celular tentando me distrair do toque da menina. Tinha recebido algumas mensagens e também uma marcação no instagram de Adora, ela tinha postado uma foto dos nossos patins como uma legenda brega como sempre. Curti o post e fui checar as mensagens.
Algumas eram Scorpia falando sobre Perfuma e sua calmaria inacreditável que eu insistia ser algum efeito de drogas ilícitas, Entrapta me mandava também alguns anúncios de jogos que ela prometeu me ensinar a jogar durante as férias e também... Lonnie, uma menina que eu ficava quando marcávamos de ir para as mesmas festas mas que no momento era a última pessoa que eu queria falar. Por um momento deixei de ouvir as teclas de Adora e quando olhei nos olhos azuis eles me encaravam com vergonha.
-Posso te fazer uma pergunta?
Assenti erguendo uma sobrancelha.
-Você gosta da Lonnie? Sei que já ficaram algumas vezes e- Interrompi a loira.
-Vendo minhas mensagens Dorinha? E eu aqui achando que você tava toda concentrada no tal seminário. - Falei rindo.
-D-desculpa é que você tava se mexendo muito e quando eu olhei vi que você tava na conversa com a Lo-
A interrompi de novo mas dessa vez com um beijo, apenas um selinho.
-Não gosto da Lonnie. - Disse me levantando de seu colo e me esparramando pela cama. - Mas olha tem uma loirinha que eu to de olho faz tempo.
-Idiota. - Adora disse rindo mas logo voltou sua atenção para o computador.
Passei alguns minutos vendo algumas coisas pelas redes sociais e conversando com minhas amigas até a loira se levantar estalando os dedos e com uma expressão feliz no rosto.
-Terminei.
-Finalmente, achei que tinha me chamado pra dormir sozinha.
Adora sentou-se ao meu lado na cama e nos cobriu.
-Coloca seu filme de terror logo antes que eu me arrependa.
Sorri vitoriosa e em questão de segundos o filme estava passando na televisão do quarto dela que passou a segurar em meu braço reagindo a todos os pequenos suspenses do filme.
Estávamos aninhadas, Adora tinha seus olhos meio fechados com medo de olhar para TV, algo que não serviu de nada pois no primeiro susto ela levantou da cama e me abraçou forte. Só consegui rir com a situação pausando o filme tentando sustentar a maior em meus ombros.
Depois de alguns segundos ela se afastou levemente e me olhou com uma expressão indecifrável, a proximidade repentina que nós estávamos me fez girar e perder o ar. Adora parou seu olhar em meus lábios e minha língua involuntariamente tratou de umedecê-los, engoli seco quando a loira mordeu seu próprio sem tirar atenção de mim.
Adora em questão de segundos abaixou um pouco a cabeça e pressionou nossos lábios fazendo meu corpo esquentar, sentia que nunca iria me acostumar com isso.
A menina se afastou um pouco como se pedisse permissão para continuar e a única coisa que consegui fazer foi segurar em sua nuca e puxá-la de volta para mim, eu precisava dela e ela de mim pois nenhuma de nós pareceu se segurar.
Meus nervos fritaram quando ela pediu passagem com a língua e eu cedi aprofundando o beijo. Aquele era um beijo de verdade, cheio de desejo diferente dos de antes. Seu braço envolveu meu pescoço e eu tratei de segurar em sua cintura a deixando sentada em meu colo. Senti meu corpo esquentar mais do que o normal pela pressão que a loira sentada fazia em minha intimidade, precisava parar mesmo não querendo. Prometemos ir devagar.
Diminui a velocidade do beijo e colei nossas testas depositando pequenos beijos em toda face de Adora que riu com a ação.
-Falamos que iríamos devagar. - Falei justificando meu afastamento.
-E olha onde fui parar, em cima de você. - Ela ressaltou e rimos juntas.
-Agora entendi porque aceitou ver o filme de terror. - A olhei com um sorriso malicioso.
Adora levantou rapidamente e mostrou o dedo do meio antes de entrar no banheiro.
-Vou tomar um banho, idiota. Fica aí beijando seu filme de terror. - Foi a última coisa que ouvi dela rindo antes de fechar a porta.
Suspirei e logo ri para mim mesma, nunca achei que meu corpo ficaria quente dessa forma por ter Adora me beijando, fora dos meus sonhos.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Aquela noite dormimos abraçadas como se uma dependesse dos cuidados da outra, um abraço que se eu tivesse a oportunidade faria meu para sempre algum dia.
