Catra POV
Faziam duas semanas desde que eu estourei a cara do engomadinho do ex namorado da Adora. Meus machucados das mãos e do olho estavam sarando e as coisas estavam fluindo relativamente bem, o pai da loira quando soube quase fez pior mas, como ele ainda tem um cargo político se conteve e apenas fez o menino ser expulso e com algumas ameaças, a família mudou de cidade.
Ou seja, nada de Luke por um bom tempo.
Comecei a dormir mais na casa de Adora por pedido da menina, algo que me deixava ligeiramente nervosa ficar tão perto da loira mas me tranquilizava ao mesmo tempo pelo fato dela conseguir dormir comigo perto, significava que ela se sentia segura. Randor em uma dessas saídas me chamou em particular para agradecer tudo o que eu fiz pela filha dela, no caso ter arrebentado o ex namorado agressor, e ainda me prometeu a bolsa dele a qual eu recusei mas ele insistiu em me recompensar. Basicamente eu acabaria indo para mesma faculdade renomada de Adora ano que vem, não posso esconder que isso me deixou muito feliz ficar ao lado da loira por mais alguns anos me pouparia de fazer novos amigos.
As vezes minha cabeça voava para aquele dia em que tirei a loira da escola e a trouxe para casa, nós quase nos beijamos... Desde então me pergunto se ela teve segundas intenções comigo.
Um sentimento que tentei tanto esconder agora insistia em formar borboletas na minha barriga com qualquer toque inocente.
Ah... Um pequeno detalhe inconveniente, minha mãe. Sombria ficou brava quando descobriu que eu fodi com o Luke mesmo tendo se calado quando Randor me seu a bolsa.
Basicamente mamãe nunca foi carinhosa comigo mas também nunca foi agressiva fisicamente, as vezes me pegava forte demais pelo pulso mas nada demais. Sombria atacava mesmo era o psicológico, sempre conseguiu me destruir por dentro sem nem encostar um dedo em mim, ela sabia cutucar onde doía. E ela sabia que eu me importava até demais com Adora, coisa que poderia interferir na minha ficha de ''filha perfeita'' já que a loira me distraía fácil.
Enfim... Eu acabo ignorando Sombria completamente e saio escondido as noites que Adora precisa da minha companhia, devo admitir que as vezes me sinto usada pela loira que ainda estava superando o término então matava a carência comigo, mas como sou completamente trouxa me deixei levar só para poder passar mais tempo com ela.
Hoje era um dos dias que Adora me pediu para ir na casa dela e mesmo relutante acabei aceitando pois hoje era sexta então amanhã não tínhamos aula. Sai de fininho quando já era noite pela minha janela e subi na outra, graças as minhas garras conseguia escalar elas todas as noites se quisesse. Adentrei o quarto da maior em um pulo que fez a menina despertar.
-Achei que você não vinha. - Disse ela com um sorriso meigo deitada na cama.
-É eu também. - Digo quase sem voz mas o bastante para Adora ouvir.
Ela me olhou com as sobrancelhas franzidas. Droga, não podia evitar me sentir frustrada pela loira me usar desse jeito.
-Eu fiz alguma coisa? - Ela perguntou levantando da cama e vindo até mim.
-Não, só estou de mau humor. - Falei cruzando os braços e tentando evitar olhar nos olhos azuis da loira.
-Ah mas isso é normal. - Adora disse rindo. - Sabe o que cura mau humor? Álcool. Papai e Mamãe foram para uma convenção na cidade ao lado, só voltam amanhã.
Finalmente ergui meu olhar para loira que tinha em suas mãos duas garrafas de uma bebida BEM forte. Adora me olhava com um sorriso divertido, isso deveria me preocupar mas foda-se eu estava precisando.
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-Eu não supooorto ir em festas com você Catra, parece que tem um ímã de mulher na sua bunda. - Adora disse meio embriagada. Já estávamos bebendo a uns 40 minutos e a loira estava em órbita, eu não tinha bebido muito por medo de Adora precisar da minha ajuda, eu tinha que estar minimamente consciente.
-Pelo menos nas festas as pessoas não ficam me olhando estranho que nem na escola, por isso passo tanto tempo indo nelas. - Revelei dando de ombros.
Nós estávamos no quarto de Adora com a minha playlist de fundo. Sinto uma energia tomar meu corpo e meu rosto se iluminar quando ouço a música que estava prestes a começar.
* Música: Yoko Ono – Mob Rich *
Puxo Adora para dançar que ria comigo divertida e tentava acompanhar meus passos meio desastrada.
-Sabe que as pessoas te olham pela sua beleza né Catra... - Adora disse com uma voz rouca agora se aproximando de mim ainda mexendo seus ombros com a música.
-Está flertando comigo Dorinha? - Provoquei como se não fosse nada, mas, na verdade, meu estômago embrulhou com cada palavra de Adora.
-E se eu estiver? - A loira ergueu uma sobrancelha.
-Você tá bêbada isso sim. - Disse soltando uma risada sem humor e franzindo as sobrancelhas.
-É sério, quem não se hipnotiza com esse seu olhar bicolor. - A loira sorria maliciosa.
Adora dançou mais próxima de mim durante o verso fazendo nossas respirações se misturarem e consequentemente meu coração saltar pela boca. O que estava acontecendo?
-Posso fazer uma coisa? - Adora perguntou olhando para meus lábios.
Não tive tempo de responder pois a loira em questão de segundos colou nossos lábios. Parecia que tudo dentro do meu corpo poderia explodir naquele momento. Ela segurou meu rosto com uma mão e com a outra acariciava minha nuca.
Adora tinha os lábios macios... Eu sempre sonhei com esse momento e as sensações que ele me traria, por esse motivo empurrei a maior me desfazendo do toque que resultou em uma loira revoltada.
-Você tá bêbada Adora. Muito.
-Eu sei o que estou fazendo Catra. - Disse a menina cambaleando até a cama.
-Eu não quero ser seu tapa buraco. - Falei em um tom quase inaudível.
-Do que você tá falando?
Taquei o foda-se pensando que a loira não lembraria de absolutamente nada no dia seguinte levando em consideração a quantidade de álcool no organismo dela. Devo admitir que também sentia me corpo ferver pelos efeitos da bebida.
-Merda Adora! Você terminou a duas semanas e nós estamos passando tanto tempo juntas, não fazíamos isso a meses... Não que eu não goste mas eu só... Me desacostumei a ser tão importante pra você e eu me recuso a acostumar com a sua presença pra te ver indo embora de novo, me trocando de novo. - A última palavra saiu com resquícios do nó em minha garganta, me segurava para não chorar naquele momento. - Eu gosto tanto de você que dói.
Não tive certeza se Adora ouviu a última frase, antes que ela pudesse reagir eu já tinha saído pela janela com apenas meu casaco.
Merda Catra o que você fez?
Pensei na possibilidade da menina lembrar de tudo no dia seguinte mas não seria possível, Adora era fraca para álcool. Tentei afastar esse tipo de pensamento entrando em meu quarto e me atirando na cama depois de fechar a janela.
Poderia facilmente ter adormecido nos próximos segundos se não fosse a vibração do celular ao meu lado.
Levantei a barra de notificações, era Adora.
Dorinha🖤
''Desculpe você pode voltar? Juro que não vou mais
fazer coisas idiotas''
''Cat?
''Por favor
''Você gosta de mim em que sentido?''
Mensagem visualizada.
Merda.
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Falling For You - Catradora
FanfictionAdora recebeu em seu aniversário de 11 anos o melhor presente que poderia ter pedido, uma melhor amiga, um laço inseparável. Catra teve que se mudar a força para outro bairro mas não esperava encontrar seu primeiro amor morando na casa ao lado.