Jack Kline Winchester
Eu havia perdido a Amy. A garota que eu amava. A garota que, literalmente, era minha alma gêmea. A dor era insuportável, tão insuportável que meu peito doía, meu estômago estava embrulhado e eu me sentia fraco. Perdido.
Eu estava confuso e com medo, triste e assustado. Incontrolável. Eu sentia a perda, um vazio e por causa disso cometi um erro. Me sentia culpado por não ter conseguido salvar Amy, e agora, eu me sentia um monstro por ter feito o que fiz com Mary.
Mas não tinha sido por querer, eu nunca quis machuca-la. Dean tinha pedido para que eu contasse a ela o que tinha acontecido e eu contei, com uma enorme dor no peito.
Ela começou a chorar e começou a dizer que tudo que ficaria bem, que Amy ficaria bem mas eu não quis ouvir. Então vieram as vozes, que se juntaram com a dor que eu estava sentindo, e eu só queria que aquilo parasse. E parou. Então percebi que Mary também tinha parado de falar.
E depois, eu não senti mais nada.
Sam Winchester
Eu havia perdido minha irmã, e agora, minha mãe também. Tínhamos feito um funeral digno de caçador para as duas, e depois de reprimirmos toda a dor, começamos a pensar sobre o que fazer com o Jack, já que era por causa dele que minha mãe estava morta.
Rowena tinha tentado um feitiço para trazer Mary e Amy de volta, mas ela precisava do corpo de Mary, o qual não tínhamos. Jack até tentou ajudar, mas não conseguiu. Já com Amy, por algum motivo não tinha funcionado, então lembrei da carta onde ela dizia que não voltaria independente do que acontecesse. Por que era o que Ele queria. Deus.
Eu me sentia perdido, sem saber o que fazer. Jack era culpado, mas tentou ajudar. Porém ainda assim ele era um perigo, era poderoso e podia acabar machucando outras pessoas. Ainda mais com o problema da alma, tínhamos quase certeza que ele não tinha mais uma.
E então, depois de tudo, Deus resolveu dar as caras. Mas antes de querer saber o por que ele tinha aparecido, Dean e eu queríamos saber o porque ele não queria que Amy voltasse, e foi a primeira coisa que perguntamos.
- Por que não deixa trazermos nossa irmã de volta?- começou Dean.
- Ah, a Amélia...eu lamento pelo o que aconteceu, mas eu...bom, não estava por aqui então não tenho culpa se não conseguiram trazer ela de volta.
- Ela disse que você não queria que ela voltasse- rebati entre dentes- ela sabia que não voltaria por sua causa. Por que?
- Ta bem- ele levantou as mãos como se rendesse- olha, eu só fiz o que era melhor pra ela. Como eu disse, eu não estava aqui, mas acompanhei a Amélia durante anos. Ela estava mal, estava cansada e queria paz e eu dei isso a ela. Eu só fiz um favor pra irmã de vocês, deveriam me agradecer.
- Te agradecer?!- Dean quase foi pra cima dele mas eu o segurei.
- Ela está em paz, okay? ela está bem, está feliz. Isso que importa.
- E por que está aqui?- questionei.
-Por causa do Jack- Castiel respondeu.
- Vocês me conhecem, eu sou o "mão na massa"- se explicou- eu fiz a caixa de areia e vocês brincam nela. Queriam enfrentar os leviatãs? legal, tudo bem. Queriam lutar contra...como era o nome mesmo? Homens Britânicos de Letras...tá, meio fraco, mas tudo bem. Porém, quando a coisa fica muito feia, tipo o apocalipse, eu tenho que aparecer.
- Está dizendo que Jack é apocalíptico?- perguntei.
- O garoto é poderoso e o único resquício de alma que ele tinha, se foi quando Amy morreu. Ele é uma bomba ambulante.
-Você pode detê-lo?
-Não exatamente, Sam. Mas vocês podem, com isso- ele apontou para a mesa e uma arma surgiu ali- isso mata qualquer coisa.
- Não tem balas- Dean falou depois de pegar a arma e analisa-la.
- É, ela não funciona com balas- arqueei a sobrancelha- a existência é uma questão de equilíbrio. Luz e sombra, bom e mau, chocolate a manteiga de amendoim...
- Direto ao ponto, Chuck- pedi impaciente.
- Isso não atira balas, mas lança uma onda de energia multidimensional através de um elo quântico bem equilibrado entre o atirador e quem ele está alvejando.
-O que?- Castiel perguntou por todos nós.
- O que acontece com a pessoa atingida, acontece com você. Então, se você mata...
-Você morre.
Dean Winchester
Tínhamos decidido que eu atiraria, pelo menos eu tinha decidido isso já que meu irmão não concordava. Castiel também não concordou com o plano e meteu o pé, eu até entendia o lado dele, Jack era como um filho, mas não tínhamos outra escolha. E pensar dessa forma fazia com que eu não me sentisse tão culpado pela promessa que eu iria quebrar. Tinha prometido a mim mesmo que não machucaria o Jack, pela Amy. Mas agora era nosso único caminho.
E lá estava eu, apontando a arma para o garoto ajoelhado no chão, com uma grande dúvida pesando nas minhas costas. Ele tinha que morrer ou era digno de salvação? será que ele se arrependia? será que aquilo era realmente o certo?
- Eu entendo- ele disse- eu sei o que eu fiz e você estava certo, o tempo todo. Eu sou um monstro.
Eu destravei a arma com certa insegurança. Eu deveria fazer aquilo para um bem maior, mas algo dentro de mim hesitava. Como se eu soubesse o que devia fazer, mas ainda estava incerto. E quando eu a vi, ali na minha frente, na frente da arma que eu segurava, me olhando como se implorasse por misericórdia, eu soube exatamente o que fazer. E eu faria, por ela.
Então abaixei a arma, a travei novamente e a joguei para longe de mim. Ela, que ainda estava ali, sorriu como se agradecesse e então sua imagem sumiu da minha frente e aquilo doeu, pois eu queria que tivesse sido real. Queria que ela estivesse ali, brigando comigo e me chamando de idiota. Queria que ela tivesse tirado a arma da minha mão e socado meu rosto. Eu só queria que ela tivesse ali, viva.
Só queria minha irmãzinha viva.
![](https://img.wattpad.com/cover/200053561-288-k299386.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
A pequena Winchester III
FanfictionAmy Morgam Winchester, a profeta. Todos a conhece assim agora, como a garota da profecia. E depois que ela teve mais uma de suas visões, os Winchester terão muito trabalho pela frente. Um Nephilim foi concebido, um dos seres mais poderosos da Terra...