A pequena Winchester III

Paradoxo

Amy Morgam Winchester

Eu estava entrando em um tipo de surto. Eu tinha tentado ligar para Jack, mas por algum motivo uma mulher chamada Bethany atendeu e me ofereceu o seu serviço de prostituição, que aliás era bem caro. Tentei ligar para Castiel também, mas quem atendeu foi um cara chamado Doug. Que merda tava acontecendo?

Eu tinha falado com meu pai e Mary sobre isso, e eles também ficaram confusos até que meus irmãos chegaram e explicaram as coisas. Eles estava feridos, tiveram uma briga com Zacarias e Castiel. Sim, isso mesmo, Zacarias estava vivo e Castiel não se lembrava de nós.

- Estamos em um tipo de paradoxo temporal- começou Sam- haviam cartazes com "procura-se Dean Winchester" espalhados pela cidade.

- É, eu continuei com o negócio da família pelo o que parece- suspirou o loiro- mas o Sam...vocês tem que ver.

- Ah Dean, qual é!

- Não, não- ele tirou o celular do bolso- vocês precisam ver- ele mostra o celular, onde rodava um vídeo do Sam dando uma palestra.

"Invistam em uma esteira com mesa, não tomem café e mantenham uma dieta de alimentos crus. Afinal, agradeça a Deus pela couve, não é mesmo?"

- Ta, para pelo amor de Deus- falei empurrando o celular dele pra longe-  é a coisa mais vergonhosa que eu já vi na minha vida.

- Bom, isso explica o por que de você não conseguir falar com Jack e nem com Castiel- Mary comentou- acho que nesse paradoxo, o Jack...

-Não existe- completei- ta, então...Dean ainda é caçador, Sam é um coach esquisito, Castiel voltou a ser aquele anjo idiota e o Jack não nasceu. 

- E não é só isso- Sam estende o tablet dele pra mim.

- Ta de brincadeira- falei olhando para aqueles fotos- eu sei que eu sou bonita mas...modelo?!

- Ta melhor que o Sam- disse Dean.

- Um paradoxo temporal- papai repetiu pensativo- e o que tudo isso quer dizer?

- Basicamente, se você não voltar...- começou Dean- Sam e Amy não vão mais caçar e a mamãe...

- O que?- Mary questionou.

- Depois de tudo o que fizemos- continuou Sam- Deus, a Escuridão... você não vai mais voltar, mãe. É bem provável que...você desapareça.

- Espera, se Mary pode desaparecer então quer dizer que eu posso acabar esquecendo de vocês?

- É uma possibilidade- me respondeu Dean.

- Tudo bem- papai disse- sou eu contra minhas garotas, isso não é uma opção. 

- Talvez...

- Não Amy, dessa vez não tem um talvez- Sam me cortou- infelizmente é o que vai acontecer.

- E como se desfaz isso?- nosso pai perguntou, eu segurava as lágrimas.

- Destruindo a pérola, e ai tudo volta ao normal- respondeu o irmão Winchester do meio.

Um som de despertador chama nossa atenção, a comida estava pronta. Mary se levantou e fui atrás dela para ajuda-la, limpei minhas lágrimas e respirei fundo, ela fez o mesmo.

- Vamos ter nosso jantar em família, ta bem?- ela disse forçando um sorriso.

- Tudo bem- me recompus e voltamos com a comida.

O clima na mesa não estava muito bom, todos estavam quietos, com cabeça abaixada e tristes. Eu começava a me incomodar até que John disse que deveríamos ser gratos pelo tempo que tínhamos juntos e não ficarmos pensando no que iria acontecer, aquilo nos deixou mais animados e nós brindamos. 

Aquele tinha sido o melhor jantar em família da minha vida.

...

"Eu amo você, minha garotinha"

As últimas palavras do meu pai para mim ainda ecoavam na minha cabeça. Vê-lo partir tinha sido doloroso, ainda mais vendo a tristeza de Mary e meus irmãos, eu odiava vê-los daquele jeito e achava injusto as coisas serem assim. Eles mereciam ser felizes, mereciam ter a família completa, mereciam mais jantares como aqueles, mereciam ter o papai de volta.

- Pelo menos passaram um tempo com ele- Jack falou enquanto acariciava meu cabelo, eu estava deitada no seu colo- e tiveram um jantar em família.

- É, queria que fosse pra sempre assim- suspirei- mas foi incrível ter ele com a gente por um tempo.

- Queria ter estado aqui para conhecê-lo.

- Teria gostado dele. É um meio termo entre meus irmãos, não tão paciente quanto o Sam porém mais calmo que o Dean.

- Acha que ele teria gostado de mim?- questionou, eu me sentei na sua frente e segurei seu rosto.

- É impossível não gostar de você, Jack.

- O Dean não gostou, não de primeira pelo menos.

- Por que o Dean é um idiota ciumento e cabeça dura.

- Você também é ciumenta e cabeça dura às vezes, sabia?- ele aproximou seu rosto do meu.

- Eu sei, mas eu tinha que ter algum defeito, né?- brinquei e ele riu.

Puxei seu rosto mais para perto e o beijei. A mão dele desceu para minha cintura e a minha subiu para sua nuca, o puxando mais ainda. Deitei na cama e ele ficou por cima, sua mão desceu para minha coxa e ele a apertou de leve. Eu iria tirar sua blusa, mas ele parou o beijo, se levantou e tossiu.

- Jack, tudo bem?- perguntei me sentando.

- Tudo- tossiu mais um pouco e eu acaricie suas costas- desculpe.

- Tem certeza que tá tudo bem?

- Sim, tudo bem- ele engoliu seco e eu o olhei preocupada- Amy, eu estou bem.

Ele segurou meu rosto e voltou a me beijar. Nos deitamos novamente, a mão dele subia e descia pelo meu corpo e eu arrepiava a cada toque. Seu beijo desceu para meu pescoço e sua mão apertou minha cintura, o que me fez soltar um gemido baixo. Ele voltou a me beijar e eu estava prestes a tirar sua blusa...

-Jack- Castiel bateu na porta.

- Merda- nos afastamos rapidamente. Jack sentou e colocou um travesseiro no colo, eu me sentei ao seu lado e ajeitei meu cabelo.

- Jack?- o anjo abriu a porta e nos olhou meio desconfiado- o que estão fazendo?

-Amy estava me contando sobre o pai dela, o John.

- Ah...bom, Sam achou um caso. Ele acha que é bom manter Dean ocupado enquanto não encontramos alguma coisa para ajuda-lo. Saímos em duas horas.

- Ta bem- Jack sorriu. Castiel coçou a nuca, sorriu de canto e saiu.

- Estraga prazeres.