Cofre

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Amy Morgam Winchester

Já fazia uns dois minutos que Dean discutia com Bart. O motivo? Dean não concorda que eu seja a distração.

- Ser a distração é a parte mais segura do plano- Bart disse.

- E se ele perceber que é uma armação? não vou deixar minha irmã perto desse maluco- rebateu.

- Tá, já chega- praticamente gritei- Dean, Luther é um cara velho e paranoico, eu dou conta dele caso dê alguma coisa errado.

- E nós não sabemos quais são as armadilhas que podem ter- Sam ajuda- pode ser bem mais perigoso do que ser a distração.

Dean faz sua cara de irritado, mas acaba concordando.

- Se alguma coisa acontecer com ela- aponta o dedo na cara de Bart- eu te busco nos cafundó do inferno e te mato.

- Não será preciso.

...

O plano era: eu negociaria a faca mata demônio com Luther, enquanto os outros roubavam o cofre. Parecia simples, rápido e prático. Isso é o que veríamos. Parei com o carro na frente do portão da fazenda de Luther e apertei o interfone.

- Oi, meu nome é Becky Banner, eu mandei um email falando sobre um bem de família- falei e depois sorri para a câmera. O portão abriu- valeu!

Entrei com o carro e parei alguns metros depois. Meus irmãos, Alice e Grab, que estavam escondidos, desceram do carro. Sam mandou eu ter cuidado e então eles se esconderam perto das árvores. Continuei meu caminho e estacionei na frente da casa.

Peguei a caixa com a faca mata demônio e toquei a campanhia, a porta abriu sozinha. Entrei um tanto relutante. Havia um pentagrama desenhado no chão, achei bem conveniente.

- Eu estou aqui- uma voz disse. Segui a voz e cheguei em um escritório muito grande, Luther estava lá sentado em uma cadeira atrás da mesa- você é mais jovem do que eu pensei.

- Acho que idade não importa quando o assunto são negócios, não é?

- Você bebe?- pergunta enquanto se serve com o que eu imaginei ser gyn.

- Não- coloquei a caixa em cima da mesa e olhei ao meu redor, algumas coisas de sua coleção enfeitavam o escritório- é impressionante a sua coleção.

- Vamos tratar de negócios, como você disse. O que você tem?

- Certo, bom, o que eu trouxe é muito especial- abri a caixa e mostrei a ele- é uma faca que mata demônios.

Ele ri de um jeito estranho, eu não tinha gostado daquilo.

- Qual é o seu preço?- ele se levanta e abre a gaveta da sua mesa.

- O que combinamos por email está ótimo.

- É claro- ele pega o dinheiro- mas nós sabemos que não veio aqui só por isso.

- Como?- me fiz de sonsa. Ele pegou a faca e apontou pra mim, eu recuei.

- Bart mandou você aqui. Quer me roubar, não é?- ele deu dois passo em minha direção, eu recuei mais ainda.

- Não, está engando- levantei as mãos.

- Eu acho que não, demônio.

Ele tentou me esfaquear mas eu desviei. Dei uma cotovelada no seu rosto e ele recuou. Luther avançou sobre mim com a faca, desviei de novo mas a faca passou raspando na minha bochecha, senti o sangue escorrer. Chutei seu joelho, soquei seu rosto e o desarmei. Ele me jogou contra a estante de livros, meu corpo latejou de dor.

- Era pra você ser só um velhinho- resmunguei enquanto me levantava.

- Você queria uma distração, não é?- ele falou enquanto pegava uma espingarda, ele apontou pra mim e atirou, me joguei no chão e o tiro acertou a parede. Enquanto ele recarregava, peguei a faca mata demônios e o acertei na barriga, mas ele simplesmente tirou ela como se não fosse nada- Bart não disse? enquanto estiver em minha propriedade, eu não morro.

Ele acertou minha cabeça com o cano da arma, eu cai no chão e fechei meus olhos por um momento. Essa seria a hora em que Jack me salvaria, mas nada aconteceu.

Quando abri, Luther não estava mais lá. Me levantei apoiando na mesa, eu me sentia zonza. Fechei os olhos com força e respirei fundo. Quando me recuperei, sai correndo atrás de Dean e Sam.

Cheguei na parte de trás da casa, onde era a entrada do porão. Grag estava morto e não havia sinal da Alice. Desci as escadas e encontrei com Dean atirando em Luther e Sam ao lado dele.

- Dean, ele é imortal!- avisei. Meu irmão socou o cara e ele desmaiou.

- É, mas o queixo é de vidro.

...

- O negócio é o seguinte- o loiro começou- você vai contar pra gente como que passa pela armadilha até o cofre.

- Desculpe mas você nunca vai decifrar a charada- respondeu sorrindo, ele estava amarrado ao pilar do porão- e se tentar, vai virar alvo de mil dardos com pontas de prata. Cavalheiros e dama, eu lhes desejo boa sorte.

- E eu desejo que cale a boca- tampo a boca de Luther com fita adesiva.

Eu e meus irmãos ficamos analisando a armadilha, para chegar ao cofre era preciso passar por um chão onde havia vários símbolos desenhados e se você pisasse no simbolo errado, levava dardos na cara. Estilo Indiana Jones.

- O que vamos fazer?- questionei.

- Eu não sei, isso é como um teclado gigante- fala Sam- você tem que pisar nos ladrilho em uma ordem especifica que só o Luther sabe qual é.

- E se a gente jogar ele ai dentro e deixar todos os dardos acertarem ele? - dei a ideia. Nós três olhamos pra Luther que balançava a cabeça em negação.

- Até que não é má ideia, maninha você é uma gênia- Dean da um tapinha na minha cabeça.

- Ai!- reclamei, mas ele não ligou.

Amarramos Luther em uma cadeira e colocamos a cadeira em cima de um carrinho que tinha ali, por que diabos tinha um carrinho ali? não fazia ideia, mas era bem conveniente. Então fizemos o que eu tinha dito, empurramos Luther e todos os dardos acertaram ele.

Dean pisou em um ladrilho com cautela para se certificar, o plano tinha dado certo. Sorri orgulhosa de mim mesma. Dean levou o velho pra fora e voltou.

- Sabe abrir isso?- perguntei ao Sam.

- Eu não vejo um cofre desses há muitos anos.

- Mas eu sim- Alice apareceu atrás de nós, me assustando.

- Olha, a gata de botas- debochou o loiro- por que você não deu no pé?

- Acha que eu quero estar aqui? eu não tenho escolha.

- Você fez um pacto- deduziu o mais alto.

- E se eu pudesse voltar atrás, eu voltaria, mas eu não posso. É por isso que eu estou aqui.

- Nós podemos ajudar você- Dean começa, mas ela interrompe.

- Não, não podem. Agora me deixem trabalhar- ela vai até o cofre, coloca um estetoscópio e em segundos o cofre é aberto.

- Parece tão simples- comentei.

Pegamos o baú do Bart e saímos de lá o mais depressa possível, porém Luther tinha desaparecido. Colocamos o baú no carro e saimos de lá, e no meio da estrada encontramos com Luther em uma camionete, ele bloqueava a passagem.

- Esse cara não desiste?- questionei- que saco.

A pequena Winchester IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora