Tratos e condições

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Amy Morgam Winchester

- AMÉLIA MORGAM WINCHESTER.

Abri meus olhos assustada. Jack se levantou tão rápido que quase caiu, eu até riria se a situação não fosse desesperadora. Olhei pra frente e me deparei com meu irmão.

- Lascou- resmunguei.

- O que que é isso aqui?- ele começou a falar-você ficou doida? Você só tem 16 anos.

- 17 - rebati, ele arqueou a sobrancelha- fiz 17 lá no outro mundo.

- De qualquer forma, você é nova demais pra...

-Sammy, não é nada demais- interrompi- não aconteceu nada.

-Jack, é melhor ir pro seu quarto.

O menino, que estava quieto e assustado, saiu sem pestanejar. Cocei os olhos e bocejei.

- Ele estava triste-comecei- não conseguia dormir, conversamos até tarde e acabamos dormindo, só isso.

- Por que ele estaria triste? Querendo ou não nós vencemos.

- Por causa do Lúcifer- suspirei- ele era mal e tudo mais, só que era o pai dele, Sam. A morte dele o afeta.

- Ele não morreu- sentou na minha frente e abaixou a cabeça.

- O que? Mas você disse...

- Miguel apareceu, Lúcifer tentou lutar com ele e acabou se ferindo. Nós o deixamos pra trás.

- Por que você fez isso?- me levantei- Sam, isso é...desumano.

- É o Lúcifer, Amélia. Ele faria o mesmo com a gente. E se ele tivesse vindo, ia tentar levar o Jack- me calei- olha, vamos fazer um trato. Você não conta pro Jack sobre Lúcifer e eu não conto pro Dean que Jack dormiu aqui.

Eu não tinha muita escolha, então concordei. Demos um aperto de mão e ele de levantou para sair.

- Valeu, Sammy.

- Eu confio em você irmã, você sabe se cuidar. Mas eu não quero que isso se repita, tá bom? Você deu sorte de não ser Dean que entrou aqui.

- Aliás, por que você veio aqui?

- Vim te chamar pra tomar café, e por que Dean e eu queremos conversar com você. Então escove os dentes, troque de roupa e vai pra cozinha, okay?

- Tá- respondi me jogando na cama. Ele saiu e fechou a porta, então eu pude relaxar- parabéns Amy, quase fez seu irmão infartar.

Fiz o que tinha que fazer, coloquei uma roupa do dia a dia e sai pra tomar café. Haviam pessoas andando pra lá e pra cá, os sobreviventes. Isso era estranho, mas eu tinha que me acostumar.

- Eai- sentei na frente dos meus irmãos depois de pegar café e os meus donuts- vocês queriam conversar...sobre o que?

- Olha, maninha- Dean, que mexia no computador, me olhou atento- a mãe nos contou algumas coisas que aconteceram lá no outro mundo.

- Que coisas?- questionei nervosa, será que ela tinha contado que eu e Jack nos beijamos?

- Sobre suas crises- respondeu Sam. Desviei o olhar- escuta, é normal caçadores terem problemas psicológicos e você já passou por muita coisa...

- Eu to bem- o cortei- foram só alguns momentos de estresse, vocês não precisam se preocupar.

- Sim, precisamos sim- Dean me olha bravo- você é nossa irmãzinha e o nosso dever é cuidar de você. E se você não está mentalmente bem, nós vamos te ajudar.

- E você espera o que? Que eu vá na terapeuta?- brinquei.

- Nós imaginamos que você não ia gostar da ideia, então eu pesquisei bastante pra ter certeza do que fazer e comprei alguns calmantes para você- ele empurra uma sacola pra mim- quando você sentir que está prestes a ter uma crise, você toma um desses.

- Valeu- respondi enquanto olhava os comprimidos com o nome de Paroxetina.

- E eu vou te ensinar a meditar, vai ser bom para você se controlar- Sam falou.

- Ah não, meditação não- olhei para Dean, pedindo ajuda e ele apenas deu os ombros- tá bom, mas eu tenho uma condição.

- Condição?- questionou o loiro.

- Eu aceito a ajuda, tomo os remédios e até faço a meditação, se vocês não me proibirem de caçar. Eu sei que tinham isso em mente.

- Mesmo se a gente proíba, você vai de qualquer jeito, então tá, condição aceita- Sam falou.

Sorri vitoriosa. Terminei meu café da manhã, Sam tinha ido dar uma aula sobre o nosso mundo aos sobreviventes, Dean mexia no computador, Mary e Bobby tinha saído em um passeio, Jack tinha acabado de chegar na cozinha com Castiel e eu resolvi ir ler um livro na biblioteca.

Fiquei um tempo lendo até que meus irmãos, o anjo e o nephilim passaram por mim apressados.

- Ei, tão indo a onde?- questionei os seguindo.

- Mary ligou, aconteceu alguma coisa lá fora- Jack me respondeu.

Eles saíram do bunker e eu os segui. Andamos até a floresta que tinha ali perto, estava chovendo fraco e pra minha sorte eu estava com um casaco moletom então cobri minha cabeça com a touca do casaco.

Encontramos com Mary e Bobby, eles estavam parados na frente de um corpo, era Meggy, uma das sobreviventes. Parecia que ela tinha batido a cabeça na pedra que tinha ali, sangue escorria na lateral da sua cabeça. Ela estava morta.

- O que foi que aconteceu com ela?-Dean perguntou.

- Não parece algo sobrenatural-Mary respondeu.

- Parece que algum filho da mãe bateu nela até...- Bobby não conseguiu terminar de falar.

- Quem faria isso?- o anjo questionou.

- Acho que vamos ter que interrogar algumas pessoas.

A pequena Winchester IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora