A pequena Winchester III

Górgona

Semanas depois...

Amy Morgam Winchester

Assim que Dean abriu a porta, senti um cheiro de comida queimada. O loiro fez um sinal para Sam ir pela direita e fez um sinal para que eu seguisse reto, e ele subiu as escadas. Jack e Castiel vieram atrás de mim. O cheiro de queimado ficava mais forte a medida que eu me aproximava da cozinha, e pude ver um corpo em cima do balcão.

Castiel foi até ele e Jack e eu fomos até o fogão, o corpo estava com o peitoral aberto e suas partes estavam sendo cozinhadas. Desliguei o fogo e tampei as panelas, aquilo era nojento demais.

-Ele estava cozinhando partes humanas, outra vez- disse Jack.

- Não tem nada- Sam apareceu.

- Ah, qual é- Dean chegou fazendo cara de nojo.

- Como isso continua acontecendo?- questionei- achei que a gente ia pegar ele dessa vez.

- Vítima toda cortada, sem olhos como da última vez- o loiro falou olhando para o corpo.

- Ele morreu a pouco tempo- disse o anjo- suspeito que ainda estava vivo quando os cortes começaram.

- Eu não estou entendendo, por que ele não reagiu?- perguntou Jack tão confuso quanto nós.

- Isso ta com cara de bruxaria.

- Ah, olha só você- Rowena apareceu interrompendo Dean- sempre culpando as bruxas.

- Seu feitiço rastreador deveria facilitar isso- falou Sammy.

- Eu estava no meio de uma gloriosa massagem, com óleo de rosas e baunilha em um spa exclusivo no deserto, quando vocês ligaram pra mim implorando ajuda.

- Só por que caçamos esse cara há semanas- respondeu Dean. Ele pegou a carteira que estava no bolso do cara morto- o nome dele era Dennis Barrow, 43 anos e essa é a casa dele. Sem entrada forçada e nem arrombamento.

- É tudo igual- falou o Winchester mais alto.

- Nem tudo- Jack pegou algo no chão, era pele de cobra.

- Bicho de estimação?

- Acho que não- respondi Dean, olhando ao redor- ele não parece ser um admirador de cobras.

- Não tem nenhum pôster de pantera também- Rowena disse me deixando confusa. Jack começou a tossir e nós o olhamos.

- Tem pimenta em alguma coisa por aqui- ele falou- eu to bem, eu não to morrendo.

- Ta legal, então o cara deu uma de Houdini?- questionou Dean- ele matou seis pessoas e continua fugindo da gente.

- É, e essa é a primeira vítima que eu vejo- comentou a bruxa- todos tinham lábios pretos?

- É, ou manchas de pele negra no rosto e pescoço- respondeu Sam.

- Espera, se a cobra não é dele então obviamente é do cara que estamos atrás- comecei meu raciocínio- isso explicaria o por que das vítimas não lutarem e as manchas pretas.

- Por que a cobra explicaria isso?- meu irmão loiro perguntou.

- Envenenamento- a bruxa entendeu.

- Exatamente- concordei- e ligando isso a parte do canibalismo, eu chuto que estamos atrás de uma górgona.

- Gógona? tipo, Medusa?- Sam perguntou.

-Medusa? igual no Fúria de Titãs?- vez de Dean perguntar- mas ela não transforma o pessoal em pedra?

- Essa é uma versão exagerada, irmão. Não é pedra, é paralisia por veneno- suspirei- num intervalo de décadas, as górgonas fazem uma chacina e enchem o estômago.

- E como sabe tanto sobre górgonas?- me perguntou Castiel.

- Medusa é minha personagem preferida da mitologia grega- dei os ombros- e pelo o que eu me lembre dos livros de mitologia do tio Bobby, tem uma lenda que diz que ao consumir olhos humanos, a górgona pode ler a sorte das pessoas e vislumbrar todo o futuro.

- Mesmo se usarmos o feitiço rastreador, ele vai saber- o anjo complementa e eu concordo com a cabeça.

- Bom, e como vamos pega-lo?

- Eu não sei- respondi Jack- podemos fazer um mapeamento com base em mortes que combinem com o padrão mas...

- Ele vai ver a gente chegando- conclui o Winchester mais velho- legal, que ótimo. E como mata essa coisa?

- Cortando a cabeça fora, com uma faca de prata.

...

Tínhamos mais uma vítima, um caminhoneiro num ponto de parada de caminhões. Castiel e Dean foram dar uma olhada enquanto eu e os outros três ficamos no hotel. Depois de um tempo Dean ligou, disse que o cara tinha deixado um bilhete para ele.

- Na carta ele disse que era para pararmos de ir atrás dele, se não ele iria nos parar. Ele consegue ver o Sam, eu e a Rowena- ele disse do outro lado da linha- Castiel, Amy e Jack ele não vê.

- Isso é uma chance- falou Sam- esse cara, por alguma razão, não pode ver anjos e profetas.

-Eu não sou anjo- Jack se levanta.

-Bom, você chega perto- falei- e eu acho que não é por que eu sou uma profeta e sim por isso- apontei para o colar que Dean havia me dado de presente há alguns anos. 

- Um colar de proteção wiccano- a bruxa disse- muito bom.

- Ta legal, Rowena prepara o feitiço localizador- Dean pediu e desligou.

- Ta bem, tem tudo o que precisa?- Sam perguntou.

- Sim, só vou fazer um antídoto para veneno de górgona caso um de vocês se descuide- a ruiva respondeu- mas preciso de um pouco de contra veneno.

- Contra veneno é uma substância controlada, onde você...

- Não se preocupe- ela interrompeu meu irmão- eu tenho um plano.

Ela explicou sua ideia, todos concordaram e eles saíram. Eu esperaria no hotel enquanto Rowena, Jack e Sam executavam o plano. Eles roubariam o contra veneno de uma clínica veterinária que tinha aqui perto. E como fariam isso? bom, a bruxa teve a brilhante ideia de transformar Jack em um cachorro para ele poder se infiltrar dentro da clínica. E eu soube que deu certo quando a bruxa entrou no quarto contente.

- Conseguimos- ela me mostrou o frasco e eu revirei os olhos sorrindo.

- Jack, você ta bem?- perguntei, ele parecia um pouco atordoado.

- É que mediram a temperatura dele, sabe...- meu irmão coçou a nuca.

- Pelo o que eu sei, eles medem a temperatura pelo... ah...- eu tinha entendido. Jack sentou ao meu lado na cama, dei dois tapinhas nas suas costas- você vai esquecer isso, não se preocupe.

- Não tenho tanta certeza, mas obrigado.