Parte 31

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23 de abril, sábado

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23 de abril, sábado

06:09PM

Puxo o elástico e o estico ao redor do meu indicador e o dedo médio, prendendo mais uma bexiga e a soltado para que caia no chão da cozinha, sem ser capaz de tirar meus olhos das duas meninas sentadas em cima do balcão. Não posso acreditar. Robin está ensinando a Lily como tirar as folhas do morango usando um canudo, sorrindo com o sucesso da irmã. Jamais acreditei que fosse presenciar qualquer cena parecia com essa, mas aqui estamos nós.

Ainda não sei se é real e não consigo afastar a sensação de que a qualquer segundo vou cair da cama em um choro profundo, percebendo que tudo o que tenho desfrutado desde o momento em que as encontrei, é um sonho.

Um sonho.

Que ridículo pensar que isso possa ser um sonho, pois em nenhum sonho as imaginaria tão grandes. Na verdade, jamais pude criar qualquer imagem sobre Lily. Ela está aqui agora. E eu ainda estou com medo de ser puxada desse sonho.

Suspiro e encaro minha irmã e minha sogra enchendo balões, soltando-os pelo chão e rindo em meio a conversa que prolongam com Lily, Robin e as outras três garotinhas tagarelas. E pelo que sei, April dormiu há algum tempo e meu marido simplesmente sumiu para me ignorar por mais um tempo e evitar de me contar sobre como recuperou minhas filhas. Pensar sobre isso me faz suspirar de novo e encarar Robin.

— Você vai me contar aonde esteve, docinho? — Questiono finalmente, já não podendo lidar com a curiosidade.

— Por quê? Já contei tudo a polícia. Deveria falar de novo?

Semicerro os olhos, impressionada com o tom cru que ela usa, não se importando ou esquecendo-se que está falando comigo. Robin nunca usou esse tom comigo; pelo menos, não a Robin que convivia comigo alguns anos atrás... Essa é diferente, e eu sei disso por mais assustador que seja para assimilar. Estou tentando lidar com o fato de que elas estiveram por aí, enfrentando um mundo e talvez pessoas ruins, mas ainda sou a sua mãe e não posso lidar com esse tom!

— Não use esse tom comigo novamente — alerto, apontando o dedo em sua direção — sou a sua mãe e exijo mais respeito.

Robin arregala os olhos em total estado de alerta com o tom que, agora, eu uso. Ao menos isso ela entende e se lembra. Sei que deve ter passado por muitas coisas – que estou ansiosa para descobrir –, mas não vou deixar que fale assim comigo.

— Ga... Robin — Lily corrige-se em um sussurro, olhando com certa confusão para a irmã que ainda está assustada. — Ela não é a mãe?

— É, Lily, você sabe que sim.

— Então você não está feliz?

— Por que está sendo tão boba? É claro que estou.

— Uma pessoa feliz não fala assim com a mãe — deixa claro, ainda mais confusa.

Quanto Vale o Amor? - HISTÓRIA COMPLETAOnde histórias criam vida. Descubra agora