Parte 35

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03 de maio, terça-feira

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03 de maio, terça-feira

04:57AM

— Abigail, abra a porra dessa porta! Agora!

Sobressalto na cama, com meu peito subindo e descendo de forma exagerada e dolorosa. Uma camada fina de suor escorre pela minha testa e minhas costas, causando-me um calafrio ainda mais intenso do que os gritos, por si só, causariam. Uma onda de tremor me invade ao encarar a porta do quarto e ver uma sobra abaixo dela.

— Babe? — Agora é apenas um sussurro calmo e preocupado. — Por favor, babe, abra a porta.

Killian...

Seu tom quase me faz ser capaz de vê-lo do outro lado, com uma expressão dolorosa e tão perdida; diferente do sonho que eu estava tendo, com todos aqueles gritos e o pavor.

Respiro fundo e me deito lentamente ao lado das minhas filhas. Não deve ser mais do que cinco horas, está chovendo forte lá fora, com trovões altos e uma onda de frio intensa. É a primeira coisa que me faz sentir vontade de levantar, primeiro para fechar a janela levemente aberta, mas estou presa em um transe, uma lembrança. Lembro-me da voz embriagada de Petter enquanto ele chutava e socava a porta, jurando que me mataria se eu não abrisse.

Outro arrepio me ocorre com a lembrança.

Minhas mãos estão tremendo. Acho que todo meu corpo está. O medo que não sinto há meses vai me invadindo-me aos poucos, fazendo-me refém das minhas próprias lembranças.

De repente, escuto April chorando.

Não sei o que acontece ou de onde tiro forças, mas no segundo seguinte estou de pé, afastando de uma só o medo que lembrar de Petter me faz sentir. Fecho a janela do quarto e arrumo o cobertor em cima das minhas filhas para finalmente sair. E aqui, do outro lado, encontro meu marido mentiroso totalmente perdido. Está frio aqui fora e Killian usa apenas a calça do seu pijama, sentado no corredor com as mãos percorrendo freneticamente seus cabelos loiros e bagunçados.

É a segunda vez que o encontro assim.

Duplamente doloroso.

Grandemente revoltante!

Esquivo-me dele da forma que posso, ignorando o olhar arregalado e seguindo para o quarto de April, minha pequena monstrinha que se contorce irritada no berço. Quando a pego, seu choro vira alguns resmungos e seu rostinho se esfrega contra meu seio em busca de leite.

— Não acho que seja bom você amamentá-la agora... — Killian resmunga, fazendo sua presença ser notada da porta do quarto. Dou de ombros apenas e vou me sentar na poltrona de canto. — Há uma mamadeira aí.

Encaro a cômoda ao lado, suspirando.

Deveria ter pensado um pouco antes de decidir que encher a cara seria uma ótima ideia, agora terei que esperar mais algumas horas para poder amamentar April. E ela não parece nada contente com a mamadeira, soltando resmungos ainda mais irritados.

Quanto Vale o Amor? - HISTÓRIA COMPLETAOnde histórias criam vida. Descubra agora