"Você está preso pelo homicídio de sangue frio, a vítima cujo nome de Bruno..."—Eu imagino que a sequência dessas palavras juntas, causem um grande impacto. Ou será que esse impacto é pela minha voz? Mas, não. Não foi o Rony que fez tudo isso, foi eu.
Por segundos e talvez minutos, às frases ouvidas pelos quatro gelou seus corações, e paralisaram seu corpo. Aquela presença que os surpreendam por trás, somente sua voz trouxe terror. Era ouvido seus passos, lentamente caminhando próximo a eles, e então, a pessoa da voz, passava entre eles e isso gerava um calafrio ainda maior, de costas, na frente dos quatro, logo a pessoa se virou, e ali estava ele, frente a frente com os quatro.
Va...lé...rio...? É... realmente você?—Questionava Sophie, incrédula.
Em carne e osso.—Valério ascenava a cabeça e respondia.
Mas...como?—Paula.
Acho que isso não importa mais, não é? Devo dizer, bem vindo de volta, irmão.—Alex.
Valério logo olha na direção de Alex, que surge em seu lado direito.
Então, são eles? "Seus amigos." Aqueles com quem você formulou laços, com quem você criou vínculos, sentimentos e lembranças. Mas principalmente confiança. E aonde essa confiança trouxe você? A sua cova.—Alex.
Mas...—Valério.
"Mas?" Deixa eu adivinhar, você ainda vai tentar se abraçar a ideologia tola de que eles se importam? Você vai tentar abraçar a idéia de que há uma explicação? Ou você vai somente ignorar tudo o que aconteceu, tudo o que sentiu, apenas para tentar manter eles próximos? É isso?—Alex.
Sophie, Gaspar, Rony, Jerry e Paula continuam olhando fixamente para o Valério, que permanece imóvel, com o olhar atento. A hora vai andando, mas todos se questionam do que realmente está acontecendo ali. No entanto, se ouvia ao longe o eco da voz repetindo "Valério" sem parar.
Eles mataram você. Eles tentaram, e teriam tido êxito. Mas ainda sim, você não percebeu? Será que você é tolo o suficiente? Ou a falta do seu óculos realmente te cegou?—Alex.
O que quer dizer?—Valério.
Pare de sonhar, e vê se acorda de uma vez. Enquanto você tiver eles em sua vida, você vai apenas ser machucado e se machucar. Nenhum deles jamais aceitará quem você realmente é. A verdadeira extensão do que você pode ser, e se tornará, sua verdadeira natureza. Eles agarraram a idealização de alguém que você não é, e então só aceitam o padrão e a essência dela, mas quando você muda, eles justificam que "esse" não é você, e que te conhecem, mas não, eles não conhecem, não de verdade. E não aceitam, mas eu? Eu sim. Eu sou seu irmão.—Alex.
Meu... irmão...?—Valério.
Quando tudo fica escuro, eu permaneço aqui, com você. E eu nunca te abandonaria, ou deixaria de lado. Eles te machucam, todos eles, sem nenhuma exceção. Mas eu? Eu nunca machuquei você. Eu nunca desisti de você. Eu nunca abandonei você. Eu nunca troquei você. Eu nunca esqueci você.—Alex.
Valério, nós...nós somos seus amigos.—Sophie.
Isso mesmo, está ouvindo? Somos seus amigos Valério!—Jerry.
E também, a sua família.—Gaspar.
Consegue ouvir nossa voz?! Valério, ouça a gente.—Paula.
Eu nunca desconfiei de você. Eu nunca te machuquei com palavras. Eu nunca o fiz se sentir mal. Eu sempre te protegi. Eu sempre cuidei de você. Verdadeiramente, eu sempre estive com você. Então ouça a minha voz, e ouça o que eu tenho a dizer. Aceite sua verdadeira natureza, aceite quem você realmente é.—Alex.
Valério!—Sophie.
Valério!—Paula.
Patrícia, As três Alices, Glória, Daniely, Juan, Vanessa e Alberto.—Alex.
Valério!—Jerry!
Carlos, Isabel, Gisely, Golias, Gael e Rannah.—Alex.
Valério!—Rony.
Por acaso já se esqueceu de todos os nomes que entraram e saíram? Os nomes que abandonaram você, sua família, irmãs. Todos eles se vão, e você permanece sozinho, sem ninguém, apenas sobra uma pessoa. E quem é?—Alex questiona Valério.
Você.—Valério responde Alex.
Valério!—Gaspar.
Ah?—Valério põe a mão em sua testa e começa a ser preenchido de lembranças.
Parece que a voz "deles" alcançou você. Realmente quer continuar se machucando? Ou você finalmente vai aceitar quem você realmente é? Eles não são reais. Mas eu sou, então venha para mim, meu pequeno irmãozinho.—Alex abre seus braços.
Ele tem razão. Meu irmão sempre tem razão.—Valério.
Sorri.—Alex.
Naquele momento, a Lua subiu alto tão cedo que o iluminar de seu luar clareou a platina do cabelo de V, de uma forma fenomenal. Seus olhos, mesmo que com a luz da lua, era a própria escuridão.
Então, ele suspirou, e logo andou rumo ao seu quarto. E todos ali, haviam sumido, para ele. "Mortos e enterrados" eles estavam.[ 23h:45m ]
Em seu quarto, V acorda, e então se senta na mesa, pega uma caneta, abre um livro em branco e começa a escrever. Logo, Alex aparece em suas costas.
Muitas histórias foram escritas enquanto você estava morto, irmão.—Alex.
Eles não viram.—V.
O que disse?—Alex.
Eles não viram você.—V.
Ah—Alex.
Por que?—V.
Alex recebe uma mensagem, e ao ler a mensagem, ele mudou totalmente.
Mensagem: "Eu estou chegando."
Ninguém, nunca me viu. Exceto você, irmão. —Alex.
O que? Mas...como assim?—Valério.
"A morte de Valério." Ah, eu nunca disse a você e aos leitores que tudo que eu falei era real, ou que realmente havia acontecido.—Alex.
O que?!—V.
Eu apenas prendi você em um sonho no qual você idealizou, sentiu e manifestou a sua morte. Os sentimentos, tudo. Nada disso nunca aconteceu. A verdade? É que você estava dormindo durante todo esse tempo, e tudo isso não passou de um sonho que eu criei.—Alex movimenta sua mão esquerda, e mexe seus dedos.
A mão de V solta a caneta e se levanta, e então seus dedos começam a se movimentar, iguais aos de Alex.
Você finalmente cedeu ao cansaço, e agora eu finalmente posso controlar esse corpo.—Alex.
Alex, como está... quem...quem é você?! O que... o que está acontecendo?
"Ele" está chegando. E quem eu sou? Por acaso já se esqueceu?—Alex.
Esqueci?—V.
"Quando o mundo perdeu a cor."—Alex.
Não...—V.
"Quando eu também esqueci o amor."—Alex.
Pode...—V.
"Onde reina a escuridão."—Alex.
Ser...—V, com a face assustada, olha para Alex.
Eu sou Alone. A personalidade da escuridão.—Alex.
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O Garoto Solitário
Teen FictionQuem somos nós? Ou o que somos? O que é a realidade? Ou o que não é real? Nós realmente existimos? Realmente sabemos o que é a "Existência humana?" Nós sabemos o que nos move? Nós guia? Há um livre arbítrio, ou nosso destino? Essa história é de...