Capítulo 15: Livros, Liberdade e Verdade.

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Parece que você está assustado, irmão.—Alone.

Você...você é insano!—V.

A idealização de que você morreu, foi algo muito fácil de se manipular, assim como seu velório, principalmente fazer você acreditar e tornar isso para si, real. Vê? Eu posso finalmente controlar você, esse corpo. Eu estou livre, tenho minha liberdade enfim. Fui reprimido por muito tempo. E agora, tudo está indo exatamente como deve. É claro que matar você é bem fácil, no entanto ter a certeza de que você realmente está morto? Bom, é aí que está o problema.
Assim como colocar inúmeras lápides com o seu nome, mas, você realmente estará dentro da cova? É, isso é duvidoso. Por isso idealizei isso. Sua "falsa" morte.— Alex.

O que vai fazer agora...que está livre?—V.

Agora eu vou preencher lugares com diversas lápides. Às lápides daqueles que iniciaram a sua "morte."—Alex fecha os olhos.—E assim, alcançar a nossa paz.—Sorri.

O que você está pretendendo, o que vai fazer? O que você realmente quer?!—V.

Eu quero a liberdade. É o meu objetivo. A paz. Todo o resto é apenas um complemento da extensão do meu "verdadeiro" desejo.—Alex.

O qual seria esse desejo?—V, com olhar de fúria.

A raiva não combina com você. E logo tudo será revelado. Bem mais cedo do que eu imaginei. "Vamos"—Alex saí andando rumo ao quintal.

O que?!—V.

O corpo de Valério saí andando contra sua vontade, seguindo os passos de Alex.
Ao chegarem no quintal, Alex levanta a cabeça e olha em direção a Lua, e sem controle de seu corpo, V faz o mesmo.

A Lua está cheia, e está linda. É uma bela noite, não é?—Alex olhava fixamente para a Lua.

V fica em silêncio.

Ah, é verdade, ela já começou a ser escrita.—Sorri.

Do que tá falando?—V.

"Muitos livros foram escritos desde sua morte, meu amado irmãozinho."—Alex.

O que?—V.

"Resquícios de um menino esquecido", "Carta para um menino, Alone", "The Curse" e por fim, é claro, nós. "O garoto solitário."
Agora, o livro final começou a ser escrito. O que significa, que "ele" está vindo.

Você cedeu a loucura? O que você tá falando?—V.

Somos apenas personagens de um livro, somos como um complemento. No entanto, se somos reais ou não? Bom, isso é algo que todos logo irão descobrir. Mas você consegue perceber qual é o ponto mais importante?—Alex.

Qual? Isso tudo não faz sentido.—V.

Todos nós somos personagens criados, com histórias, e fundamentos. Apesar de não sermos muito bem trabalhados, completos o nosso objetivo. Veja você ainda está ciente, mesmo que o controle do corpo agora seja meu, sua consciência ainda existe, mas logo ela irá sumir. E quando essa hora chegar, eu terei total controle desse corpo.

E agora? Vamos morrer? Ou melhor, eu vou morrer?—V.

Não, ainda não. Nós estamos no capítulo final, e logo vamos para o começo.—Alex.

Isso não faz sentido, Alex.—V.

Eu sou sua personalidade sombria V. Eu só puder ser visto por você, e apesar de algumas perdas ao longo do caminho, eu mostrei a você a verdade. Sim, eu forjei a sua morte com a mente, a maior arma contra o ser humano. Você acreditou, e aceitou. Mas você sabe por que? Porque no fundo você sabia que tudo era real, e em algum momento isso realmente aconteceria. Eu te fiz abrir os olhos, apesar de você já estar bem mais machucado do que eu possa imaginar. Eu não posso corrigir e apagar a sua dor, eu só posso afastar ela, como eu afasto tudo de você, e assim, eu estarei te protegendo. Eu não sou ruim só por ser sombrio, eu tomo decisões mais insanas, mais imprudentes, mas tudo com um único propósito, proteger você. Unicamente você! Eu sou capaz de amar, de me apegar. Mas sabe o que são esses sentimentos? Eles são facas, que em algum momento se voltam contra você. Eu estou cansado de ver você se ferindo, metendo facas em si mesmo. Pessoas são irritantes, e se eu tiver que matar você para impedir causar mais dor ao nosso corpo interior, então eu o farei.

Você apenas jogou, me manipulou, e forçou a tomar a decisão. Você não fez perceber nada.—V.

Você tem certeza disso? E por que eu sinto dúvidas? Você não tem certeza na própria fala, eu me machuco fisicamente, mas você machuca a única coisa que não pode, o nosso interior. Então, me manifesto ferindo a nós dois, fisicamente. Mas, se você desestabiliza nosso interior tem noção do caos de pensamento que é? Uma mente pensando já insuportável, agora imagine o dobro, ou triplo. Você teve e tomou decisões erradas, e agora todas eles serão corrigidas, porque eles estão chegando, e a verdadeira batalha pelo controle do corpo logo começará, com o último livro.—Alex.

Então, esse é o nosso último capítulo? E tudo depende do último livro. Apesar de você manifestar a ideologia do Alone, você não é ele, é? Você é apenas uma manifestação. Já que o verdadeiro Alone está aprisionado. No entanto...—V.

No entanto você também está sentindo, que "ele" está chegando. E sabe o que significa?—Alex.

Que o Pedro falhou. Assim como eu.—V.

Você finalmente se lembrou.—Alex.

É, eu lembrei.—V.

Então, você lembra quem você realmente é?—Alex.

Bruno e Valério nunca foram meus verdadeiros nomes, na verdade não passaram de pseudônimos. O que realmente importava era as iniciais de cada nome. O "B" de Bruno sempre significou "Benjamin." E o "V" de Valério sempre significou duas pessoas, que eram "Victor" e "V."—V.

Exatamente, esta foi a nossa história.—Alex.

Como a nossa história termina?—V.

Termina com duas existências observando o mais belo luar do céu noturno. Jamais visto em 20 anos. E então, a Lua brilha tão intensamente que suga às duas existências. E logo, elas desaparecem. Mas, o que realmente importa?
O que realmente significa?
E o mais importante, para aonde nós vamos? Nós vamos para o fim, que na verdade, será um novo começo.—Alex chora.

Logo, a última gota que caia do rosto de Alex toca o chão, e ao se dissipar na Terra. Alex e V já haviam desaparecido.

O Garoto SolitárioOnde histórias criam vida. Descubra agora