Capítulo 06: Nascimento.

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- Chega um determinado momento da nossa jornada em que nós, os protagonistas nos vemos no fogo cruzado de nossas emoções.
Por mais que corra, de cima, de baixo, direita ou esquerda, há tiros de todos os lados, únicos e diretos com o objetivo de acertar nada menos do que aquilo que nós chamamos de "Coração."
Estou farto, e cansado. Há situações ao qual não posso recorrer, ou fugir, simplesmente tenho de bater de frente. Mas olhe para mim, quero dizer, eu não consigo, não desse jeito.

Se passaram 3 anos depois daquela ligação. Valério estava prestes a concluir seu ensino fundamental, onde lá fez amizade com às 3 Alices, eram meninas distintas com o primeiro nome similares, no entanto, por um período de tempo nos anos antecessores, Valério teve de suportar algumas "brincadeiras" das três que passavam dos limites, no qual o fazia se sentir mal, mas ele aprendeu a suportar tudo calado, apenas ouvindo e deixando a voz em sua cabeça, o seu pensamento apagarem. Por mais que ele tivesse de aguentar seus problemas em casa, também teve de carregar o famoso fardo das outras pessoas, na escola. Valério era muito mais próximo de Alice Marcela, uma das três Alices. Até que no meio do último ano chegava quem ele menos esperava, depois de três anos, mesmo morando próximos, sem vê-la, finalmente o Valério reencontrava Sophia, que por coincidência, caia na mesma sala que ele. E assim, logo eles ficavam próximos, e formava-se ali um grupo, um novo e último grupo, às 3 Alices logo também se aproximavam de Sophia.
Já estava quase no final do ano, e o final do ensino fundamental estava a frente, logo a pergunta não para de se repetir, era a voz que não conseguia calar: "Para onde eu irei? Onde irei fazer meu ensino médio? Há várias opções."

Lhes peço desculpas pela pressa, mas eu devo passar a caneta em breve para o autor. Lembre-sem meus caros leitores, eu estou apenas narrando algumas partes importantes da história do nosso autor, e logo ele quem irá contar a história.

Ao chegar em sua casa, Valério era aguardado com a notícia de que seu ensino médio já havia sido decidido pela sua mãe, ele passaria a estudar em uma escola de tempo integral, no qual só retornaria para casa aos finais de semana. No início ele se negava a aceitar aquela decisão, mas não adianta contrariar aquela quem toma as suas decisões, ou você obedece, ou você se arrepende. E Valério compreendia isso, já que foram quase 15 anos de aprendizado.
Ainda sim, ele aceitou.
No dia seguinte, ele contaria às suas "amigas" o que aconteceu. Das 3 Alices, apenas uma também iria para a escola ao qual o Valério foi obrigado a ir, mas o que mais o confortou, foi o fato de que Sophia também iria.
Essa notícia de certa forma o fez perceber que por mais que aquela não fosse uma decisão dele, foi a melhor que ele aceitou.

Então chegava o grande dia, o dia em que os corações param, as mãos e todo o seu corpo congelam juntamente com uma tremedeira sem limites. Em uma folha de papel estaria escrito o que seria da sua vida, se você se livraria das correntes do ensino fundamental, ou afundava ainda mais na areia movediça de toda aquela experiência, que sinceramente, para ele, não foi uma das melhores.
Naquele papel colado na portaria estava o destino determinando o que seria dele, o que aconteceria com ele. "Eu dúvido você passar." Foi o que durante 1 ano ele ouviu, até mesmo de sua própria mãe, Mary.
Por mais que não parecesse, Valério se dedicava aos seus estudos de uma forma que ninguém percebia, pois no Jardim e fundamental I ele havia sofrido "preconceito" por ser nerd, e outros mais. Então, ele queria ocultar aquele lado de tudo e todos. Mas mesmo assim, ele sabia e sentia o medo, e ao colocar seu olho naquele papel e encontrar seu nome, seguido de um "Aprovado" foi a única coisa que o acalmou.

-Aprovado.
- O que?
- Aprovado.
- Tá falando de que, menino? Questionava Mary.
- Aprovado. Eu passei- Com um sorriso no rosto e um olhar superior, repetia com orgulho Valério.

Ao ouvir isto, Mary saia e dava as costas a Valério.

- Parabéns meu filho! Tudo que quero ver é você formado naquilo que deseja. - Falava a avó de Valério, Teodora.
- Obrigado vó!- Com um sorriso no rosto.

No fundo, Valério estava muito feliz pelo que conseguia, e nada o iria deixar abalado ou arrancar sua felicidade. Na verdade, nada mesmo... será?
Uma discussão, na noite daquele dia aconteceu entre Valério e Mary.
"Você é um infeliz" foi a frase que durante toda a noite não saiu de ata cabeça, que durante a noite se repetiu. Não apenas lágrimas caíram naquele dia, como muitas outras coisas foram ao chão, no barulho da noite e silenciosamente seu pensamento vagava tomando as decisões, decisões que mudariam tudo.
E novamente, às 02h45m tocava seu celular, a mesma voz repetia o que na ligação passada havia dito.

- Quem é?-Confuso e irritado questionava.

"Desligado." era o que aparecia.

Ao amanhecer, depois de passar a noite em claro chorando, devido a todas as suas frustrações, seus problemas internos e familiares, a cada dia aumentavam e como balas, se direcionavam ao seu coração.

- Hora de acabar com tudo isso de uma vez por todas. -Decidido ele falava.

Antes de sair de seu quarto, ele pegou às coisas que mudariam sua vida de uma vez por todas. Uma tesoura, um descolorante e uma tinta, era tudo que ele precisava.
Ao pegar isto, Valério seguia rumo ao banheiro de sua casa, lá os longos cabelos negros, cabelos esses que tocavam em seu pescoço eram cortados. Acima de sua sobrancelha, uma franja partida ao meio, a barba já não tinha, descolorante sobre todo aquele curto cabelo caiam, logo em seguida, a tinta. Mais de seis horas foram necessárias naquele dia, por seis horas sem sair ele permaneceu no banheiro. Afinal, era o dia perfeito, o dia em que ele estava sozinho em sua casa, sem ninguém para atrapalhar o que ali estava acontecendo.
Ao finalmente sair do banheiro, ele segue rumo ao seu quarto e ao chegar lá, ele avista um esmalte, ao qual pinta todas as unhas de ambas as suas mãos, preto era sua cor. Agora, é hora de abrir o seu guarda roupas, há três tipos de camisas, 1 camisa preta com capuz, e manga longa. 1 camisa branca, com gola em V e manga média. E por fim, uma camisa cinza escura, sem mangá. Qual você prefere? Me diga.
Mesmo sabendo que a camisa preta será a escolha de Valério.

Ao pegar a camisa de manga longa preta, ele pega sua camisa xadrez de cor preta e cinza, ao qual carrega em sua mão esquerda. E logo vem sua calça jeans rasgada, de cor preta, também. Hora de calçar aquele belo All Star preto, e por fim pegava aquilo que há muito tempo não usava, não na frente das pessoas, apenas sozinho, ele pegava o seu óculos retangular acetato. Logo após concluir sua vestimenta, ele pegava em mãos seu celular, e logo começava a criar aquilo que ele não tinha vontade, mas com alguns minutos, ali foi criado sua conta no Facebook e Instagram, juntamente logo seu verdadeiro nome havia sido revelado, diferente do nome no Facebook, no Instagram ele usara o seu verdadeiro nome.
Depois de "nascer" nas redes sociais, era hora de pôr para fora quem acabava de chegar, e dar as boas-vindas.
Um fone de ouvido conectado.
O volume no máximo colocado.
Na playlist, ele buscava.
Mary chegava com Teodora, e ao adentrarem dentro de casa, olhavam para aquela pessoa de costas, toda vestida de preto, com um cabelo curto e branco, usando óculos.

-Mas...o que é isso, Valério?!- Questionava Mary, boquiaberta.
-Irei sair. Vou ao shopping.- falava Valério, seguindo com seus olhos fechados.
- Aliás, me chame pelo meu nome. Me chame de Bruno.- parava e abria seus olhos.

Dito isto, Valério, ou melhor, Bruno erguia sua mão direita em direção ao seu bolso, retirava seu celular, apertando o "play" de sua playlist, e então em seus ouvidos, conectava-se seu fone. Ao fazer isto, nada mais ali existia, nada além de sua conexão surreal com a música "Monster-Imagine Dragons."
E por fim, nascia ali Bruno, que saia livre para adentrar ao mundo.



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