Capítulo 05: Os pensamentos surgem.

28 4 0
                                    

-Você deve tomar a minha vida com este punhal.
-Mas...
-Não tenha dúvidas....acabe logo com minha vida.

-Não! Não! Não pode ser, a... não pode estar...
-Nãooo!!!-Grito desesperado de dor em lágrimas.

"Não vou esperar que o mundo irá mudar
Tão depressa assim a luz dominar
E as trevas acabar
Eu vou lutar, Acreditar
Até o fim
Vou caminhar e te buscar
Até te encontrar
E sempre devagar
Eu vou me aproximar
Do pouco que sonhei
De todos que eu amar
O tempo vai passar
Mais não desistirei
Tu vou te entregar
O amor que eu sonhei
A dor que vem nos cercar
Que nos força a desistir"

- Valério!
- Sim, mãe?
- O que está fazendo?
- Eu estava assistind...-sua mãe o interrompe.
-Vá no comercial do outro lado da Avenida.
- Está bem.

Valério então, desligou a TV, pegou o dinheiro dado pela sua mãe e foi até o comercial ali próximo, na Avenida próxima a sua casa, duas ruas a frente, dobrando a esquerda.
Ele seguiu de cabeça baixa, com seus olhos fixos ao chão, parecia que eles se encaravam fixamente até que de repente Valério acaba esbarrando em uma garota

- Puf, ei, olhe por onde anda.
- Desculpe. Não foi intencional...
- Ah, você é o garoto novo não é? Que se mudou recentemente- Ela o questionou, olhando fixamente para os olhos dele.
- Sim, e você seria...?-Ele questiona, com a expressão confusa.
-Meu nome é Sophia, é um prazer.- Ergue sua mão esquerda para fazer um gesto de comprimento.
-Me chamam de Valério, mas você pode me chamar de...
- Sophia! - Alguém, próximo o interrompe com o grito.
-Vá logo antes que feche! Já são 11h45m.
- Está bem pai. Bem, até qualquer dia, Valério.- Ela sorri, e saí andando.

Valério então continua sua jornada rumo ao comercial, e antes de lá ele chegar, continuou andando conversando com seus próprios pensamentos, relembrando a primeira vez em que se debateu com Sophia, e a beleza que ela possuía.

- Será se a verei novamente?- Questionou para si próprio.

Valério chegou no comercial, onde lá comprou o que sua mãe lhe pedia, e então retornou novamente para sua casa, apressado na esperança de novamente se esbarrar com aquela moça no seu caminho de volta. Afinal, ali próximo ela morava. No entanto, de nada adiantou, ele retornou e ela não viu, não mais naquele dia, ou nos próximos dias.
Ao chegar na esquina da sua casa, a mãe de Valério estava na porta, o esperando com seus braços cruzados e um olhar de raiva, ou reprovação.

- Onde estava? Não dei a você 10 minutos para ir e vir? E está demora toda? O que estava fazendo?
- Desculpa mãe. Ainda estou me adaptando às ruas e locais aqui próximo.

Ao pegar a sacola onde estava as coisas que pediu para Valério comprar, e olhar o que ele comprou, deu a Mary ainda mais motivos para ficar brava. Pois, Valério havia comprado algumas coisas erradas. Mary brigou com Valério e o repreendeu.
No dia seguinte, novamente Mary pedia para Valério ir ao comercial, e então ele seguiu pelo mesmo caminho, olhando fixamente para o chão onde seus pensamentos andavam juntamente com seus passos, milhares de pensamentos ao mesmo tempo, assim como o pensamento de se reencontrar com Sophia. No meio do caminho, algo aconteceu, e infelizmente, não era algo bom. Valério tinha sempre 10 minutos para ir e vir do comercial, e da vez passada, ele havia errado. Então dessa vez ele deveria acertar, sem erros, mas o problema é que no meio do caminho ele acabou por esquecer o que deveria comprar, e então retorna a sua casa, onde sua mãe o aguardava com aquele mesmo olhar ela o questionou sobre onde estava as coisas, e então ele disse que havia esquecido, e perguntava novamente, Mary disse o que era, mas não antes de lhe repreender novamente e brigar com ele.
Depois de ouvir o que ouviu, ele seguiu andando com seu pensamento vazio, ao qual seu olhar encarava o asfalto, e ao encarar, deixava algumas gotas caíram.
Ele foi, comprou o certo, e voltou para casa.
- Atrasado! Já para dentro.
- Sim, mãe...

Depois de algumas horas, logo depois de seu almoço, os amigos de Valério chegavam, e enquanto tanto sua mãe, Mary e sua avó, Teodora dormiam, eles brincavam na sala. Conversaram, jogaram, inventarem ideias, dentre outras coisas. Mesmo com tudo isso, Valério ainda não estava no clima de brincadeiras, então ele deixou seus amigos de lado e se agarrou a única coisa que o distraia melhor que qualquer coisa, ligando a TV e colocando seu programa favorito. E por mais de 5 horas, imóvel, fixamente olhando para a TV, ele ficou.

- Sinceramente, esse menino passa o dia inteiro na frente dessa TV, vai dormir, agora!
- Deixa o menino...-Falava Teodora repreendendo a forma que falava Mary.
- Não se intrometa.
- Valério, já para o quarto. Vai!- Falava irritada.
- Sim, mãe. -saia da sala em direção ao seu quarto, onde lá, ao invés de dormir, deixava seus pensamentos o levarem para qualquer lugar, longe dali, onde seus pensamentos iam e viam, tanto para lá, quanto para cá, buscando e se questionando.

Afinal, o que mais queremos fazer é agradar as pessoas que nós amamos. Mas, não importa o que faça, ou o quanto tente melhorar, seu esforço nunca sera percebido, apenas suas falhas e seus erros. Mas tudo bem, em um certo momento aprendemos a deixar aquilo de lado, assim como o passado, deixando apenas resquícios, ou uma armadura que irá usar para se proteger ou batalhar pelo futuro, ou pelo seu presente.

Era exatamente 02h:45m, e do nada o telefone toca, então eu seguia, e ao pegá-lo, atendo a ligação daquele número que eu desconhecia.

-Você não sabe o valor da vida, no verdadeiro sentido da palavra. Mas quando descobrir... aqueles a sua volta morrerão.- Falava aquela voz estranha, no telefone.

O Garoto SolitárioOnde histórias criam vida. Descubra agora