Em nossas vidas, há um dia, um único dia inevitável em nossas vidas. E infelizmente esse dia sempre chega. Às vezes ele demora, e às vezes ele vem o mais rápido possível.
Nós, mesmo sabendo dá idéia de que ele é real e que virá em algum momento, nunca estamos realmente "prontos"para ele.
"Perder" alguém importante na nossa jornada em vida, é algo que infelizmente não há cura, ou superação. A realidade é que, alguns realmente conseguem superar, ou se iludem com a ideia de superação. Mas outros? Outros não, eles não superam. Mas, apenas aprendem a viver ou existir com aquela dor, a dor da perda.
Leitores, eu escrevo e notifico a vocês de que infelizmente houve uma perda na jornada do nosso autor. Talvez neste momento eu esteja em lágrimas por ele. Mas, uma hora ou outra nosso "Adeus" sempre chega.
O mundo pode dar várias voltas, ou então ter vários ciclos, mas, no fim, tudo se resume unicamente ao "Adeus."
A dor da despedida é real, mas a dor da perda a torna ainda mais real.Antes de retornar a sua casa para que ele desse a notícia do ocorrido, ao ver a cena que marcou sua vida. Ele saía correndo do hospital indo em direção ao moro ali próximo. Ao chegar no moro de onde se avistava a cidade quase inteira, ele ficou lá imóvel. Sentindo a chuva que caia sobre o seu corpo, ouvindo os estrondos de trovões, relâmpagos que descarregava de uma nuvem a outra, e os raios que sob a superfície tocava. Com toda aquela forte chuva que caia, ele se permaneceu naquele moro, observando e tentando entender e até mesmo aceitar o que havia acontecido.
A grande chuva marcou a perda deste dia, desde a madrugada até o fim da tarde, sem parar aquela chuva caia sobre a cidade, sobre aquela casa, sobre a cabeça de Bruno. "Como lidar com isso?" Infelizmente não há uma resposta específica.
Logo ao amanhecer, onde nascia um Sol que trazia lágrimas ao invés de sorrisos, a chuva cessou temporariamente em um intervalo de 10 minutos.
Esses 10 minutos foram decisivos, 10 minutos estes que trouxeram prantos e dor, gritos e falta de "crença" no que ouviam.—Sim. Aconteceu.—Respondia Bruno, em lágrimas.
Todos choravam, alguns eram mais fortes, outros buscavam sua força no colo de outros e assim, o apoio e carinho era passado uns com os outros. No entanto, é normal que em dias pesados como esse, é também ganhar um balde de água fria na cara, pois nessa situação, se reúnem pessoas que você acreditava ter morrido com o passado, ou ter ido para longe, crente de que jamais iria rever, novamente. Mas, é hora de encarar essas pessoas, agora mais do que nunca.
Bruno entrava em seu quarto, sem rumo, em choque e em lágrimas. Na sua face perdida, a única coisa que conseguia compreender era aquelas lágrimas, lágrimas que emanavam dor, muita dor. A situação de Bruno estava fora do controle, e era pesada. Tanto que ao adentrar em seu quarto, ele sequer percebeu quem o esperava no canto escuro.
—Como vai maninho?—Com uma voz triste, questionava.
—Você veio...
—Assim que eu soube, vim imediatamente.Aquele que estava no canto então se aproxima de Bruno e o abraça fortemente. Seu abraço acolhedor acolhe sua dor, e juntos eles compartilham a perda daquela que deu aos dois, a vida.
—Eu estou aqui agora. Vamos lidar com isso juntos ok?
—Alex...—Sussurrava Bruno, apertado ainda mais Alex, tornando seu abraço ainda mais forte.
— V, temos que ir. Temos que ir lá para fora, devemos encarar e aceitar isso, logo...—Com lágrimas em seu rosto, com seus lábios trêmulos, falava Alex.De mãos dadas, apoiados um no outro, os irmãos saíram do quarto e foram até a sala, onde normalmente acontecia o velório. Silêncio e dor, não havia mais nada ali, se não isso, eram as únicas emoções que preenchiam aquele local. Durante todo o momento, os dois irmãos não largaram a mão um do outro, e então ambos foram para o lado de sua avó, Teodora, e lá, próximo ao corpo, permaneceram os três, juntos.
O tempo foi passando e a chuva começava a cessar, deixando apenas respingos de sereno. Já estava na hora de levar o corpo ao lugar aonde deveria descansar.
—Parou de chover. V, você consegue. Eu sei que você consegue, eu acredito em você, está na hora.—Falava Alex para Bruno.
Então, Bruno retirava o corpo de sua mãe, Mary, do caixão, em lágrimas, e em seus braços ele a levava para fora da casa, com Alex ao seu lado. Lentamente os dois irmãos seguiam, juntos.
Essa cena chocou algumas pessoas, que se perguntavam o que os dois estavam fazendo e sem nenhuma resposta, eles seguiram, andando e andando. Sem questionar, alguns apenas seguiam os dois, até que a grande maioria começou a ir atrás, os dois irmãos a frente, com Mary nos braços de Bruno, ao lado de Alex, juntos eles levaram o corpo de Mary até o cemitério, a pé. Era uma distância média, nem tão perto, nem tão longe. Não sei de onde vinha toda aquela força para aguentar aquele tempo todo, ela apenas veio, e assim foi.
Ao chegarem lá, Bruno colocou o corpo de Mary novamente no caixão. E logo se iniciava a última despedida, as rosas começavam a cair, juntamente com a terra e o último adeus, lentamente.
Alex vê que ali se escurece o céu, o seu céu. Onde já não haveria mais sua lua, a lua que lhe deu a vida, percebendo ele que naquela cova não seria enterrado apenas a sua mãe, como também a sua Lua. Às lágrimas de Alex aumentavam, sua pulsação acelerava, suas mãos estavam ainda mais trêmulas, e sua visão se distorcia lentamente, até que seu corpo parava e ele caia, e ao mesmo tempo, caia junto Bruno.
Ambos os irmãos desmaiaram juntos. Mas, antes de ficarem inconscientes, por mais difícil que seja acreditar, seus pensamentos foram o mesmo, o último:—"Obrigado por tudo que fez, agradeço, mesmo que do seu jeito. Eu amo você, mãe. E amo muito, muito mesmo. Um dia, nós nos reencontraremos novamente. Adeus, Lua do meu universo."—Em sincronia, este foi o último pensamento de Alex e Bruno.
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O Garoto Solitário
Novela JuvenilQuem somos nós? Ou o que somos? O que é a realidade? Ou o que não é real? Nós realmente existimos? Realmente sabemos o que é a "Existência humana?" Nós sabemos o que nos move? Nós guia? Há um livre arbítrio, ou nosso destino? Essa história é de...