07 | Até mais de dez vidas.

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Babi on


Quando o primeiro treino acabou, a Carol me liberou para eu poder vir à biblioteca. Mas depois eu teria que voltar para a arquibancada. 

Entro na biblioteca encontrando a Poly, a gata da dona Cidinha. Essa gata não gosta muito de mim não, ela só gosta só um tiquinho de mim quando eu estou segurando a comidinha dela. Mas tirando isso ela me odeia. E sinceramente não sei o porque ela me odeia tanto, eu não fiz nada pra ela, que eu me lembre eu não fiz nada então não tem motivo para essa gata não gostar de mim. 

Passo longe da gata para não ter perigo de me arranhar e vou direto para os livros que chegaram. A dona Cidinha não estava, que aliás é muito estranha porque ela praticamente mora aqui, passa mais tempo na biblioteca da escola do que na própria casa. Afasto esse pensamento e começo a prestar atenção nos livros que estão na minha frente. 

Estava analisando alguns livros quando ouço alguém falando com a gata. 

Victor: Oi Poly, tudo bem garota? - ele pergunta e a gata passa por debaixo das pernas dele. 

Poly: miau. - ela resmunga e ela passa novamente por baixo das pernas dele. 

Eu venho aqui todo dia por 2 anos seguidos,  e ela nunca passou por debaixo das minhas pernas. 

Babi: Até parece que vai ela vai te responder. - digo para mim mesmo mas eu falei um pouco alto. 

Poly: miau. - ela mia quando está me encarando.  

Babi: interesseira, só gosta de mim quando estou com alguma coisa que você gosta né Poly. 

Poly: miau. - ela sobe em cima da mesa e se deita. - miau. 

Victor: ela é tão fofinha. - ele vai na direção dela e começa a dar carinho. 

E a filha da mãe da gata se esticou e se virou para ele dar carinho em sua barriguinha. 

Victor; até ela gosta de mim, impossível de não gostarem de mim. - ele diz que eu fico calada. - o pessoal vai na pizzaria quando o treino acabar. 

Babi; hum. - digo dando a mínima importância. 

Victor: a Carol, o Arthur, o Marcos, o Gabriel, a Milena é o resto do pessoal. E eu iria perguntar se você não quer ir junto. - Ele diz que eu olho para ele. 

Babi: se a Carol for, eu vou.

Victor: é se ela não for? 

Babi; aí já é óbvio que eu não vou também. 

Victor: porque? Não quer ficar sozinha no mesmo ambiente comigo? 

Babi; está tão na cara assim? 

Victor: Babi já vai fazer 2 anos, você ainda está brava comigo? 

Verdade, boa pergunta. Eu ainda estou com raiva dele? Sinceramente, eu não tenho resposta para essa pergunta. 

Babi: não é raiva. 

Victor: estão é o que? Decepcionada? Triste? Ódio? Eu não tenho culpa por a minha mãe ter me mandado pra longe de você. 

Babi: não? Ela mandou sem motivo você pra outro país? Não foi por causa das festas que você deu? E ainda por cima eu tinha que mentir para a sua mãe dizendo que não estava acontecendo nada que não tivesse acontecendo uma festa cada noite na casa dela. Ela te mandou sem motivo pra fora do país Victor Augusto? 

Victor: Eu sei que eu errei com você, mas errar é uma coisa humana, quem não erra pelo menos um vez na vida que atire a primeira pedra.

O clima que estava entre nós estava muito pesado, eu não conseguia olhar para a sua cara. A vontade de começar chorar atingiu o meu peito, mas não iria chorar por causa dele, nenhum homem merece as minhas lágrimas. 

Poly: miau. - ela resmunga levando a atenção de nós dois a ela. 

Babi: você me amava? - pergunto. 

Victor: É óbvio que amava, eu não escondia de ninguém que amava você mais que tudo. Quer dizer, eu continuo amando. 

Estava olhando para baixo quando escuto a dona Cidinha entrando cantarolando na biblioteca. 

Dona Cidinha: remove minha pedra, me chama pelo nome, muda a minha história, ressuscita os meus sonhos... - ela para de cantar quando vê nós dois ali. - ah eu não sabia que vocês estavam aqui, eu atrapalhei em alguma coisa? Porque eu posso sair e vocês podem fingir que nem me viram. 

Victor: Não, dona Cidinha, não precisa. Eu já estava de saída. - ele diz é a mesma assenti. Antes de ele sair, ele olha pra mim. - não desiste dá a gente, te vejo na pizzaria. - ele diz que sai da biblioteca. 

Dona Cidinha: eu posso perguntar o que vocês estavam falando? Porque quando entrei aqui o clima estava tão tenso que vocês pareciam estar discutindo.

Babi é bem melhor não. 

Dona Cidinha: como quiser, mas você pensou naquele assunto de um dia você vender o seu diário para todos lerem? 

Babi: Me fala 1 pessoa que iria ler o meu diário? 

Dona Cidinha: EU. - ela diz como se fosse óbvio. 

Babi; além da senhora. 

Dona Cidinha: Bárbara, isso não vem ao caso se alguém vai ler ou não. Uma pessoa aleatória pode comprar o seu diário quando estiver em uma livraria. Eu já vi muitas pessoas que estavam na beira de se suicidar porque não estavam aguentando mais a vida e ninguém convencia essas pessoas de viver. Mas um livro que essas pessoas leram que eu obriguei a ler, mudou a visão de como eles enxergam o mundo. Um dia esse livro pode ser o seu diário que pode salvar uma vida, duas vidas é até mais de dez vidas. 

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Continua…

𝙌𝙐𝙀𝙍𝙄𝘿𝙊 𝘿𝙄𝘼𝙍𝙄𝙊, 𝑏𝑎𝑏𝑖𝑐𝑡𝑜𝑟 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora