44 | Diário, parte 4.

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12 anos Babi, 13 anos Victor.

QUERIDO DIÁRIO Eu estou passando a maioria do meu tempo na casa do Victor, as únicas coisas que estou fazendo na minha casa é tomar banho e às vezes dormir. E não é porque eu não quero ir para a minha casa, é porque a tia Priscila não deixa. Ela está até com alguns papos de arrumar um quarto pra mim na casa dela. E o pior de tudo é que o meu melhor amigo não faz nada para impedir a sua mãe. 

Babi: tia não precisa. - digo andando atrás dela, ela não está nem ligando pra mim. - Victor fala pra sua mãe que não precisa arrumar um quarto pra mim. 

Victor: deixa ela. Ela sempre quis ter uma filha menina e ela está te tratando como uma agora. 

Babi: eu preciso ir para a minha casa, a minha mãe está sentindo falta de mim e estou sentindo falta dela. 

Priscila: não quer nem jantar? 

Se eu jantar aqui a senhora nem vai deixar eu voltar pra minha casa. - meu subconsciente diz. 

Babi: Muito obrigada pelo convite, mas hoje não. A minha mãe já me mandou uma mensagem falando que está preparando a minha comida favorita e quer me ver lá em casa. 

Priscila: aí tudo bem então, mas amanhã você vem aqui de novo? 

Babi: Se a minha mãe deixar... claro que eu venho. 

Ela não vai deixar, eu vou pedir que ela não deixe. 

Eu gosto da casa da tia Priscila, mas estou com saudade da minha família também e também do meu quarto. Em uma semana tem 7 dias, eu estava passando 5 dias aqui na casa do Victor é 2 dias na minha casa, é o mais incrível é que os meus pais não se importavam, menos o Breno é o Bruno, esses dois acharam um absurdo eu vir aqui quase todos os dias. Os meus pais não se importavam tanto porque a minha mãe e a Priscila são melhores amigas e ambas se confiam uma na outra. 

Depois da tia Priscila me dar um abraço apertado ( cara ela não queria que eu fosse embora mesmo )  é falar pra você tomar cuidado na rua e mandou o Victor me acompanhar até a minha casa. Eu disse que iria sozinha, mas ela insistiu tanto que não tive coragem de falar " não quero, vou sozinha ". 

Saímos da sua casa e a noite estava estrelada, começamos a caminhar em silêncio e algumas vezes um ventinho gelado batia contra o meu corpo. 

Victor: estranha. - escuto ele dizendo e empurra o meu ombro para frente. 

Babi: eu não sou estranha, você é estranho. - digo sorrindo e voltando a olhar para a calçada novamente. 

Victor: eu não fico sorrindo por nada. Então sim, você é estranha. 

Calma, eu estava sorrindo? 

Babi: pare de me chamar estranha, seu estranho. - empurro o ombro dele pra frente é ele quase cai no chão. Mas não foi porque eu empurrei ele com força, foi ele mesmo que quase se jogou no chão. - tonto. 

Victor: lembra quando a gente se odiava. Claro que agora em dia nós não nos odiamos mais. 

Babi: eu ainda te odeio. 

Victor: odeia nada, você me ama. 

Paro na sua frente. 

Babi: você está doente? Está passando mal? Você acabou de falar uma coisa que não faz sentido. - ele empurra a minha mãe da sua testa é eu sorrio. - você está um pouco quentinho, deve estar com febre, eu aconselho você ir para o hospital. 

Victor: bobinha. 

Babi: Primeiro estranha é depois bobinha, o que eu sou mais? 

Victor: o amo... - Ele parou de falar assim que um carro passou na rua e passou muito rápido em onde tinha poça de água e o carro passou e nós dois olhamos. - puta merda, eu não preciso mais tomar banho hoje, só próximo sábado agora. 

𝙌𝙐𝙀𝙍𝙄𝘿𝙊 𝘿𝙄𝘼𝙍𝙄𝙊, 𝑏𝑎𝑏𝑖𝑐𝑡𝑜𝑟 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora