4° capítulo

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P.O.V. Any

A sensação de exaustão tinha sumido de um momento para o outro e agora eu estava tentando calcular todos o passos e movimentos que o ser a dois metros de mim iria fazer, isso se se decidisse mover. Estreito meus olhos até ele e espero pacientemente pelo seu próximo passo, poderia demorar a noite inteira, mas não seria eu a tomar a decisão.

Minha respiração desregulada era o único som existente no quarto, perante o silêncio irritante que se havia formado entre nós a partir do momento em que eu o vi parado no meio do meu quarto. Não sei bem o que ele estaria fazendo ali mas visto que todas as suas aparições foram completamente aleatórias, esta seria mais uma delas.

Cruzo meus braços e inclino minha cabeça para o lado, fechando a minha expressão mas mantendo meu olhar no homem que até agora estava estático, como uma estátua. Realmente ele conseguia ser muito silencioso, tal e qual como um psicopata quando vai atrás da sua próxima vítima e espera o momento certo, escondido nas sombras, até atacar. Era assim que eu me sentia agora, eu era a sua próxima vítima, á qual ele estava formando um plano, mentalmente, até se aproximar de mim o suficiente para me matar. Pelo menos era o que se passava na minha cabeça.

Quebro nossa "troca de olhares" e foco na cor que os led's emitiam. Agora estavam na cor vermelha, uma cor que eu amo, para além das cores neutras, o encarnado é uma cor que também prevalece em muitas das minhas roupas.

Vermelho é uma cor que retrata muita coisa, amor, coração, romance e uma coisa que eu vejo a maior parte dos dias, quer seja meu quer seja de outras pessoas, sangue. Agora a luz mudava para um roxo meio claro, outra cor que eu amo demais.

O roxo está em maior parte do meu quarto, depois do preto, claro. A minha cama é coberta por essas duas colorações, minhas mesinhas de cabeceira também, as duas portas que levam ao closet e ao banheiro, e por fim, o teto. O teto tem base preta com alguns salpicados em roxo e alguns detalhes na cor branca, pequenos demais para serem percebidos por alguém que esteja de passagem no meu quarto, uma coisa difícil de acontecer, porque meu quarto é uma coisa privada demais para deixar qualquer um entrar.

Meu olhar se volta novamente para a frente e quase pulo de susto ao ver a pessoa que minutos atrás estava a alguma distância de mim, agora a apenas alguns centímetros de meu rosto e corpo.

O cara deve ter algumas asas escondidas atrás das costas porque não é possível alguém não fazer barulho a caminhar, pelo menos fazer algum som quando o tecido da calça raspa um no outro, mas não, é impossível conseguir ouvir algo.

E eu aqui, com os meus humilde 1,58 de altura, estou de cara com uma pessoa de 1,92 por aí, me sentido a maior anã da história. Até isso me consegue impressionar. Os seus ombros são largos e os braços fortes, pela sua camisa consegue se notar um pouco do seu peitoral e abdominal que também como seus braços, é malhado. Suas coxas apertam a calça skinny e o tamanho de seus sapatos é muito maior do que o meu, mas isso também não é muito difícil já que eu ainda calço os meus trinta e seis ou trinta e sete.

Percebendo que eu estava o analisando á tempo demais, subo rapidamente o olhar, encontrando a face dele com uma expressão que eu até diria de divertimento, se ainda não fosse tão séria. No entanto, eu também não mudava minha expressão, estava completamente neutra e segura, uma coisa que eu sinto todos os dias menos quando estou com ele, e agora que eu estava conseguindo manter a normalidade perto desta pessoa, a força estava me preenchendo por completo.

Eu ergo as sobrancelhas e o olho com interrogação, iriamos ficar neste jogo de olhares o tempo todo? Não faço ideia do que ele está fazendo aqui mas se é para ficar me encarando sem dizer uma palavra, mais valia não ter vindo e me deixar dormir em paz.

𝑴𝒚 𝑺𝒕𝒂𝒍𝒌𝒆𝒓Onde histórias criam vida. Descubra agora