24° capítulo

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P.O.V. Any

Apoio as mãos novamente em seus ombros, deixando o calor confortável de seu pescoço. Quatro músicas já haviam sido tocadas e para ser sincera, eu já estava um pouco cansada de receber tantos olhares a meio ao contato físico partilhado entre mim e Josh.

Abro os olhos, encontrando as íris azuis me encarando como se eu fosse a única mulher do mundo.

Devo admitir que era raro receber este tipo de coisas, ou então, nunca prestei muita atenção aos poucos rapazes que já estiveram comigo.

Extremamente poucos.

Os sentia se afastarem mesmo antes do primeiro beijo ou do primeiro encontro. Nunca percebi ao certo se o problema era meu, se eu os assustava ou era demasiado seca no requisito romântico. Mas, pelo mínimo tempo que passávamos juntos, não era doloroso vê-los ir embora sem nem ao menos receber um adeus.

Me habituei a isso depois de algum tempo e decidi que seria melhor focar em mim, recusando inúmeras vezes os pedidos que vez ou outra iam aparecendo.

Até agora.

Josh foi o único homem que, passado quase quatro semanas desde a primeira vez que ele apareceu em minha casa, não se afastou ou desapareceu por completo.

Na verdade, ele se aproxima cada vez mais, sem dó nem piedade. Já percebi o quanto está disposto a continuar me perseguindo e venho pensado se é demasiado cedo para me render aos seus jogos, ou se deveria ficar na minha.

Não sou experiente em nenhum toque, nenhum sentimento, nenhum palavreado amoroso. Sempre foi uma incógnita para mim, especialmente quando meus companheiros de á alguns anos atrás apressavam demasiado as nossas relações.

E, desta vez, nem faço ideia do que nós somos. De um momento para o outro, Joshua aparece em minha vida e força a entrada na minha mente. Mais difícil ainda é lidar com as suas aparições surpresa, ou a forma como ele pensa sobre mim.

Desde o início que eu notei o quanto obessessivo, psicopata, possessivo e maníaco ele era. Não estou dizendo isto de uma forma discriminadora, mas a possessividade dele sobre mim me irrita de uma maneira inexplicável.

Gosto de me sentir segura e protegida, ser possessivo é totalmente o contrário.

Josh Beauchamp não consegue visualizar a diferença de maneira alguma.

- Gabrielly.

Subo o olhar, sequer notando tê-lo baixado para o seu colarinho, encontrando uma explícita seriedade e preocupação em seu rosto.

- Sim? - Minha voz sai falha, nem eu sei ao certo o motivo, mas isso o faz rir fracamente.

- Consigo ver o fumo saindo de sua cabeça, no que tanto pensa olhando assim para mim? - Os meus lábios se abrem e voltam a fechar quando nenhum som sai por entre eles. - Digo, para o meu terno.

Sinto o gosto do gloss ao passar minha língua sobre a boca, notando uma especial atenção sobre ela.

- Assuntos femininos.

O vejo rir anasalado e me sinto estúpida por dar uma resposta tão idiota. No entanto, não poderia apenas dizer que estava pensando em nós dois, como um possível casal. Casal?

- Posso não perceber desses "assuntos femininos" - Seus dedos deixam a minha cintura rapidamente apenas para fazer o símbolo de aspas. - Porém, tenho certeza de que não era nisso que estava pensando.

Vejo desconfiança no seu olhar, mas não lhe diria o que realmente se passava em minha cabeça.

Penso em algo para lhe dizer, mas a "bolha" que criamos quando começámos a dançar, estoura ao aparecer uma figura do nosso lado.

𝑴𝒚 𝑺𝒕𝒂𝒍𝒌𝒆𝒓Onde histórias criam vida. Descubra agora