19º capítulo

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P.O.V. Any

Chego a casa e vou em direção ao meu quarto, mas não antes de passar pela cozinha e beber um grande copo de água.

Á horas que não me hidratava e para ser sincera, a minha boca nunca esteve tão seca. Tive de conter um longo suspiro de alívio ao sentir o líquido gelado descer por minha garganta.

Faço de novo o percurso pretendido e ao subir as escadas, ouço um barulho estranho vindo da divisão ao lado do meu quarto.

O quarto de espelhos, mais conhecido como sala de dança.

Muitos não sabem, mas dançar faz com que tudo em mim ganhe mais confiança. Não só a sensação de adrenalina em assassinatos ou corridas em alta velocidade faz com que a minha vida faça mais sentido...eu acho.

Dançar faz o meu coração pular intensamente, e ouvir as batidas do mesmo faz me perceber que eu ainda estou viva depois de tudo o que passei em todos os meus dezasseis anos de vida, aos quais os mesmos não foram tão agradáveis como os de outros adolescentes.

Limpo esses pensamentos quando ao subir mais um degrau, outro barulho é ouvido por mim.

Ok...estranho.

Decido matar a curiosidade e acelero o passo, abrindo a porta da sala - onde a mesma se encontrava encostada e não totalmente fechada - e entrando rapidamente mas atenta ao movimento de dentro. Tal como todas as outras vezes, todos as coisas existentes no local estão no seu devido lugar.

Os espelhos envolvendo as duas paredes laterais, os pequenos bancos de descanso ao lado da porta negra e moderna e, por fim, o ecrã incorporado com a função de escolher músicas variadas para a prática de várias coreografias. Haviam também led's espalhados pelas arestas do teto, um design parecido com o do meu quarto e que certamente é um dos meus favoritos. As únicas coisas que eu não podiam e nem conseguia avistar eram as colunas, que tal como o ecrã, estavam incorporadas no teto de maneira que o som emitido por elas fosse ouvido por toda a sala de maneira igual.

Fantástico não?

Apenas uma coisa me incomodava naquele lugar. Não era propriamente um coisa mas sim um ser vivo, que agora estava assustado por ver que havia mais uma presença ali para além dele.

Suspiro baixo e olho em volta mais uma vez, notando o meu cachorro que agora que sabia quem era a pessoa que havia se juntado a ele, ganhou energia para correr á minha volta vezes sem conta.

Não poderia brincar com Ashe naquele momento, apenas me sobravam algumas horas até ao grande evento desta noite e eu teria de fazer um monte de coisas até lá.

A primeira delas seria tentar relaxar o mais possível na grande banheira que até ontem eu ansiava em usar. Depois disso teria de me preocupar com as roupas, maquiagem e o estado do meu cabelo.

Melhor seria começar agora ao em vez de estar fazendo uma lista mental infinita sobre todas as preparações desta noite.

Saio da sala, ignorando os latidos animados de Ashe e entrando em meu quarto, desta vez fechando a porta de modo ao que o meu animal de estimação não consiga entrar.

Uma infelicidade para ele, mas uma distração para mim se em algum momento o mesmo conseguisse entrar e vir até mim.

Ligo o registro da banheira, começando a enche-la e seguidamente colocando alguns sais de banho nas cores violeta e azul dentro da água morna.

Inspiro fortemente algumas vezes e por fim, tiro a minha roupa, peça por peça o mais calmamente possível.

Eu não tinha assim tanto tempo para andar a um ritmo lento e calmo, mas tal como em outras saídas - por mais importante que esta fosse - eu não chegaria ás horas marcadas para dar o inicio ao evento Cosa Nostra.

𝑴𝒚 𝑺𝒕𝒂𝒍𝒌𝒆𝒓Onde histórias criam vida. Descubra agora