Capítulo 35

6.1K 576 242
                                    

Emma.

        De alguma maneira, quando fui fazer minha viagem nas sombras algo me puxou e eu não consegui fazer nada, me fazendo aparecer dentro de um lugar totalmente coberto por pisos pretos, não me deixando ter a visão de nada.

         Tento usar meus poderes para ir para outro lugar, mas não adiantava, sempre voltava para o mesmo lugar.

–Fique calma, não vou lhe fazer mal- escuto uma voz calma e doce, me fazendo encarar a minha frente.

         Uma mulher me encarava com um sorriso, ela tinha cabelos pretos, os meus também eram, mas os dela... pareciam bem mais escuros, seus olhos eram negros e sua pele era tão branca que chegava a parecer que ela estava palida.

–Quem é você?- pergunto com a respiração acelerada.

–Eu sou Nix- ela diz- aceita um chá?- pergunta me estendendo um xícara.

–Se você quer algo não vai co seguir, então pode tentar me matar, não vai fazer diferença- digo tentando parecer firme, mas aquilo não foi firme.

–Emma querida, eu não quero te matar ou lhe fazer mal- ela se levanta.

–Então o que quer?- pergunto.

–Sabe Emma, desde o dia fo seu nascimento eu te observo, a muito tempo não nasce uma deusa poderosa como você- ela diz calma- biscoitos?- pergunta me estendendo um prato, nego com a cabeça- a tempos não via uma deusa nova tão poderosa quanto você.

–Já ouvi isso outras vezes- murmuro.

–Sei de tudo que aconteceu, mas você tem mais poder que certos deuses olimpianos Emma, qualquer ser do nosso mundo ficaria de olho em você- ela me encara- Gaia é uma delas.

–Eu não quero falar nem sobre ela, nem sobre eles- digo engolindo em seco.

–Vai abandonar sua família então?- pergunta.

–Eles não são minha família!- exclamo com os olhos cheios de lágrimas e me levantando- agora me deixa ir embora por favor- falo mais baixo, limpando uma lágrima que escorreu.

–Sente-se Emma, quero lhe fazer uma proposta- ela me diz, fazendo eu me sentar novamente.

–Se for para fominar o mundo nem começa a falar- digo, ela sorri.

–Não quero dominar o mundo- ela responde dando uma pequena risada- quero te ensinar a ter total controle dos seus poderes.

–Já me ensinaram isso.

–Não Emma, não ensinaram- ela me corta- eles te limitaram a um tanto, precisa aprender tudo- solto uma risada irônica.

–Tem mais alguma coisa que eles esconderam de mim?- pergunto ironicamente.

–Não, mais nada- ela diz.

-Que ótimo- murmuro.

-Emma, olhe para mim- ela segura levemente em meu rosto, tendo a visão dos meus olhos cheios de lágrimas- não fizeram tudo isso por mal, diferente do que pensa, se importam com você, principalmente Apolo.

-Eles mentiram para mim, estavam sendo tecnicamente o brinquedinho deles!- exclamo- eles podiam me deixar sem rastreador, me deixar fazer o quê quiser, eu não iria fazer nada, sequer eu pensava em me virar contra eles, eram minha família!.

-Não posso fazer nada para mudar seu modo de pensar, mas como disse eu posso te ajudar com seus poderes- ela diz se levantando.

-Eu nem sei onde estou- digo a ela.

-Isso não é um problema- ela diz estalando os dedos, finalmente me dando a visão de onde eu estava.

         Era simplismente um enorme castelo, todo preto, mas ao mesmo tempo brilhante, se olhasse em volta, se enxergava apenas escuridão, sem mais nada.

-Onde realmente estamos?- pergunto.

-Sou uma deusa primordial Emma, tenho esse lugar milhares de anos, só chegam aqui quem eu quero que chegue, caso contrario- ela faz um movimento com as mãos, me mostrando as plantas com espinhos que cobriam o lugar inteiro- são venenosas e exalam um cheiro totalmente tóxicos, até para deuses.

-Mas.... por que é tudo tão escuro?- pergunto.

-Sou literalmente a noite, não gosto de luzes claras, apenas a da lua basta- me explica- então, aceita minha proposta?.

-Posso ficar quanto tempo precisar?- pergunto e ela assente me dando um sorriso- tudo bem- digo por fim.

-Ótima escolha querida, não se arrepender- ela diz nos levando de volta para dentro, começando a me mostrar exatamente tudo.

Autora.

         O tempo ia se passando e cada vez mais Emma ia aprendendo cada vez mais sobre seus poderes e sobre si mesma, fazendo a mesma se sentir liberta, sentindo toda a liberdade que ela tinha voltando para suas mãos, ao contrários de outros, que já não estavam tão felizes assim.

Apolo.

-APolo, você precisa sair, as cidades não tem um dia de sol a dias- Ártemis diz a mim.

-Duas semanas Ártemis, duas semanas que ela foi embora e não voltou- digo encarando a vista do meu quarto.

-Apolo- ela se aproxima colocando a mão em meu ombro, dando um leve aperto- ela vai voltar, só.....

-Para de falar que ela vai voltar Ártemis, eu estou escutando isso a duas semanas de todos e ela ainda não voltou!- exclamo saindo de perto dela- eu não consigo Ártemis, eu preciso dela aqui comigo!.

-Está chorando?- pergunta a mim.

-É claro que eu estou chorando, será que vocês ainda não entenderam que eu amo ela? Que eu não consigo ficar mais sem ela, eu preciso dela aqui comigo!- exclamo colocando tudo para fora.

-Isso foi um erro nosso- ela diz limpando uma lágrima de meu rosto- não importa que somos deuses, todos cometemos erros como cometemos com a Emma, mas assim como todos nos arrependemos Apolo- fala calmamente, tentando me dar um sorriso- não demonstram, mas sabem que estão errados e sentem a falta dela, mas nem uma chamada de íris conseguimos fazer porque Íris não consegue encontra-lá também, mas eu te dou a certeza de que ela vai voltar um dia Apolo, mas os mortais não devem pagar por um erro nosso.

-E  se ela demorar anos para voltar?- pergunto.

-Se você realmente a ama vai esperar Apolo- me responde- e se ela realmente te ama, vai voltar e te perdoar, não importa quanto tempo leve.

-Quem te escuta pensa que você é experiente em relação ao amor- brinco com ela, que sorri para mim.

-Você é idiota demais para ser meu irmão gemêo-  ela diz, conseguindo tirar um sorriso- em qualquer coisa Apolo eu vou estar junto a você, por mais estúpido que seja.

-É por isso que eu só faço coisas estúpidas- digo por fim, fazendo ela me dar um leve tapa na cabeça.

-Agora vamos, tem muito trabalho para fazer- diz saindo do quarto, me fazendo seguir a mesma.

              Mas isso não mudou o que eu estava sentindo em relação a Emma e eu realmente espero que ela me perdoe um dia.

Emma.Onde histórias criam vida. Descubra agora