Emma.

Capítulo 1

Autora.

–Me desculpe por isso- Perséfone diz acariciando levemente o rosto do bebê em seu colo- mas eu não posso deixar você crescer em um lugar horrível como esse- a criança em seu colo abre os olhos pela primeira vez, encarando a deusa que sorri, com os olhos cheios de lágrimas.

–Sabe que não precisa fazer isso- Hades diz sério a encarando.

–Eu quero que ela cresça longe daqui, sem essa sua raiva que você desconta em todos- a deusa responde- quando ela crescer vai me entender- diz por fim, saindo do submundo com a criança em seu colo, chegando em frente ao orfanato que a deixaria, ela coloca a criança em uma cestinha cheia de cobertas,  a colocando ali no chão, bem perto a porta- minha pequena Emma- ela se abaixa, colocando um colar dentro do cesto, que havia uma rosa negra nele, com seu nome escrito no meio da mesma- perdoe sua mãe tudo bem? Mas eu fiz isso pensando em você- da um beijo na testa do bebê, olhando para ela uma última vez antes de sair dali e voltar para o submundo.

–Isso foi uma péssima idéia Perséfone- ela escuta de seu marido assim que chega- ela deveria ficar aqui, sabe oque acontece se os outros deuses descobrirem sobre ela.

–Eu já disse Hades, vai ser melhor para ela- responde- ela não precisará crescer presenciando esse ódio que você tem de seus irmãos, crescerá como um mortal normal, quando tiver idade o suficiente ela saberá de tudo- diz- e você não vai interromper na minha decisão.

–Espero que minha filha não sinta raiva de mim Perséfone, ou as coisas não vão ficar legais- ele diz por fim, se levantando e saindo da sala.

–Devia agradecer por não querer que ela cresça em meio sua ganância- ela diz baixo, mas logo indo para seu quarto, com a dor no peito de ter deixado sua filha.

      O tempo ia se passando, Emma ia crescendo no orfanato, mas nunca adotada por uma família, com todos alegando que a garota era estranha ou que era muito "pavorosa" para uma criança de quatro anos.

        Hoje seria o aniversário de quatro anos de Emma, que como sempre passava sozinha no jardim, já que as crianças tinham medo da mesma. Perséfone não se aguentando, sai do submundo e vai para o orfanato, obeservando a garotinha ali, brincando com as flores no jardim do orfanato.

–Olá- ela diz se aproximando da garota, que encara a deusa e sorri.

–Oi moça- ela responde, voltando a brincar com as flores.

–Por que está aqui sozinha querida?- ela pergunta calma, a garota a encara e da de ombros.

–As outras crianças não gostam de mim- ela diz simples- as vezes eu fico triste, mas quando isso acontece o moço bonito vem ficar comigo- Perséfone franze o cenho.

–Moço bonito?- ela pergunta confusa.

–Sim, ele é alto e sempre tá com um negócio de ferro e duas cobrinhas nele- a garota responde, voltando a encara-la- você conhece ele?.

–Não, não conheço- ela responde, dando um sorriso a ela.

–Desculpa moça, eu queria conversar mais com você, mas eu não posso ficar muito aqui fora, é proibido ficar na área das flores- Emma diz se levantando- mais eu gosto de flores, então sempre venho um pouco.

–É mesmo? Eu também adoro flores- ela diz sorrindo, colhendo uma e colocando no cabelo de Emma- você é muito bonita sabia?.

–Obrigada- ela responde envergonhada.

–EMMA, ONDE VOCÊ ESTÁ GAROTA?- se escuta um grito, Emma olha para trás rapidamente, engolindo em seco.

–Me desculpe moça, eu preciso ir antes que me achem- ela diz rápido, acenando para Perséfone- tchau moça bonita, foi legal conversar com você- e logo ela some em meio as flores.

       A deusa volta ao seu semblante sério, respirando fundo e indo ao Olimpo, chegando lá, é recebida pelo olhares de todas.

–Perséfone querida, fazia tempo que não vinha me visitar- Deméter diz sorrindo a filha, que tomada pela raiva a ignora e encara Hermes.

–Por que está indo ver minha filha Hermes?- pergunta séria.

–Eu o mandei ficar de olho na garota- Zeus interrompe, recebendo o olhar da filha.

–E por que você mandou ele fazer isso?.

–Ela é filha de Hades, temos que ficar de olho- ele responde sério, Perséfone sorri irônica.

–Não era nem para vocês saberem dela, ela é uma criança!- diz alterada- acha que eu a deixei naquela droga de orfanato por que? Eu não quero que ela cresça no meio disso tudo, eu não quero que ela cresça naquele lugar horrível com a sede de vingança que Hades tem!- ela sorri irônica- mas a filha é apenas dele não é? Por legado acha que ela vai ser igual a ele? Que vai querer te destronar também? Faça- me o favor Pai!.

–Querida, tente entender, sabe oque Hades pode fazer por poder, pode prejudicar a criança também- Deméter tenta acalma-la.

–O quão ruim vocês acham que ele é ao ponto de fazer algo que prejudique a própria filha?- ela pergunta- eu espero que ela não descubra nada enquanto não for o momento certo.

–Querida, talvez seja bom ela ter alguem conhecido por perto, para não cair na tentação de....- Demeter começa.

–Não Mãe, eu sei oque é melhor pra MINHA filha- ela interrompe- ela vai se parecer apenas com ela mesma, descobrindo o mundo de sua maneira- ela encara Zeus- se quiser a proteger ótimo, agora não tente fazer nada que possa faze-la sentir raiva no futuro, pois se ela realmente puxar o temperamento de Hades, irão arranjar problemas- termina de dizer sumindo dali e deixando todos se encarando.

–Eu avisei que seria uma péssima idéia- Atena adverte todos.

–Eu não acho que ela irá dar trabalho- Hermes diz também- como Perséfone disse ela é apenas uma criança, não sabe desse mundo ainda- ele encara todos- eu fico chateado por ela quando a mesma diz que está sozinha por que as outras crianças não gostam dela.

–Isso não impede que fiquemos de olho nela, não podemos arriscar ela ficar mais velha e tentar algo junto a Hades- Zeus diz novamente.

–Sabe que isso não vai acontecer meu pai- Atena defende a garota- por mais que eu não goste de Hades, a garota não tem culpa, será capaz dela se juntar a ele se continuar a insinuar isso- diz por fim, se levantando de seu trono- as pessoas não nascem ruim, quem está ao redor dela que a transforma- e sai dali, deixando todos pensativos com sua fala.