Capítulo 3

11.5K 1K 299
                                    

Emma.

–Perceu não é?- pergunto irônica- deixe eu te ensinar uma coisinha- puxo meu braço com força, fazendo ele me soltar- eu não obedeço ordens de outras pessoas, então se quer continuar vivo, eu sugiro que me deixe em paz!- exclamo mais alto.

          Eu não sei oque eu realmente fiz, mas naquele momento o chão tremeu, fazendo com que todos ficassem em silêncio, quando iria dizer algo, um vulto enorme e preto passa por cima da minha  cabeça, parando em minha frente e fazendo com que todos recuem passos para trás.

        Simplismente um cachorro enorme estava ali em minha frente, rosnando para todos os outros, será que eu devia me supreender? Não, minha vida já é estranha demais.

–Pelos deuses, quem o chamou aqui para dentro!?- um homem pergunta, o encaro vendo que o mesmo tinha metade do corpo humano e a outra metade cavalo, só pode ser brincadeira comigo!.

      Aquele cachorro enorme se vira para mim, me fazendo engolir em seco e recuar um passo para trás, mas ao contrário do que eu pensava, ele apenas senta, abanando o rabo para mim e latindo, fazendo um tipo de carinho com o fucinho em mim. Chego mais perto, ainda receosa e ele abaixa a cabeça fazendo com que eu consiga fazer um carinho em seu focinho.

–Você o chamou?- A garota loira pergunta.

–Não- respondo a ela- mas eu adoraria saber fazer isso- sorrio- e você garota, como chegou aqui?- pergunto ainda fazendo carinho nela, que late e ergue a cabeça, mostrando um coleira, como aquela coleira era enorme consegui ver de longe o que estava escrito- Cérbero- repito lendo- a, desculpe, você é um garoto- ele late novamente.

–Isso só pode ser brincadeira- Perceu diz tentando se aproximar, mas Cérbero rosna para ele, vindo para minha frente, como se quisesse me proteger.

–O que está acontecendo?- um menino diz, aparecendo ali do nada, ele vestia roupas pretas e tinha uma cara cansada, como se não dormisse a dias, ele encara Cérbero- o que ele está fazendo aqui?- o cachorro late, parecendo animado também e começa a lambe-lo, deixando o mesmo todo babado- CÉRBERO, PARE COM ISSO!- ele fala alto e o cachorro para de lambe-lo, deitando no chão e o encarando, fazendo sons de choro, tadinho!
- eu já disse que eu vou brincar com você lá, não precisa vir aqui- ele late e se levanta, vindo para trás de mim e me empurrando com o focinho- hã, você gostou dela?- pergunta franzindo o cenho, ele senta e uiva alto, fazendo com que todos tampassem os ouvidos com isso- tudo bem, eu já entendi!- ele exclama alto, fazendo com que ele pare, o garoto me encara e encara Quíron- ela já foi reclamada?.

–E vocês ainda tem dúvidas que ela é filha de....- um garoto começa, mas é interrompido por uma cotovelada de outra garota.

–Filha? Do que vocês estão falando?- pergunto ficando confusa.

–Se você deixasse a gente falar, conseguiriamos te explicar- Percy diz me encarando, Cérbero rosna para ele novamente, é, parecia que alguém não gostava dele- queremos apenas falar sobre seu pai- ele fala de uma vez, me fazendo fechar minha feição.

–Eu não tenho pai- digo grossa, ele iria dizer algo, mas eu o corto- e se vocês o conhecem, eu não quero saber- Cérbero abaixa a cabeça, mostrando para todos algo preso em sua coleira, me estico um pouco, conseguindo pegar o papel, mas quando iria abri-lo, aquele garoto de roupas pretas o pega de minha mão- Ei!- exclamos e ele o abre, lendo o que estava escrito.

–Meu pai está avisando que não é para deixa-la ir embora, ou vão estar encrencados- ele diz, parecendo confuso, arqueio minha sobrancelha.

–E quem seu pai pensa que é para mandar em mim?- pergunto o encarando, todos parcem me encarar agora, ou mais precisamente para cima da minha cabeça.

–Acho que seu pai também- ele diz, olho para cima, vendo o simbolo de uma chave preta fluando sobre minha cabeça.

–Pronto, era só o que me faltava- murmuro para mim mesma, aquele símbolo começa a sumir e em seu lugar começa a sugir outro, parecia uma.... romã? Franzo meu cenho, o que aquilo significava?.

        Volto a encarar todos a minha frente, eu não sabia oque estava acontecendo, mas todos ali se ajoelharam em minha frente, me deixando mais confusa ainda.

–Qual o seu nome criança?- aquele cara meio cavalo me pergunta, cruzo meus braços.

–Eu não sou uma criança- digo arqueando minha sobrancelha- mas eu me chamo Emma.

–Emma, filha de Hades e Perséfone- ele anuncia alto- rei e rainha do submundo- termina, Cérbero late, como se estivesse confirmando isso.

–A qual é, alguém me explica o que está acontecendo?- pergunto irritada.

–Nós te trouxemos aqui para isso-a garota loira diz- este é um acampamento, todos aqui enxergam as coisas estranhas que acontecem com você, para todos lá fora também somos os "estranhos"- ela me explica, minha feição se suaviza um pouco, mas ainda fico séria.

–Vocês conseguem ver e fazer coisas estranhas também?- pergunto e ela assente- elas também conversam com vocês sobre deuses? É estranho- digo um pouco mais baixo.

–Nossos pais são deuses- Percy diz- temos o acampamento para isso, ficar longe de encrenca- ele da uma pausa- ou pelo menos tentar.

–Eu vivi minha vida inteira sozinha, não preciso deles agora- digo grossa.

–Olha, sabemos que não- ele diz novamente- mas nós vamos arrumar encrenca com seu pai se você sair daqui, então por favor, eu não quero encontrar com meu tio tão cedo.

–Percy, não é assim que você se convence alguém a ficar, você sabe que ela não é uma semideusa- a garota loira diz cutucando ele.

–Por favor, vamos conversar- o homem meio cavalo diz para mim, sinalizando para que eu passasse, encaro ele meio dúvidosa, mas Cérbero me empurra com o focinho, fazendo com que eu começasse a andar, me viro para trás e o encaro, negando com a cabeça.

–Traidor- digo baixo, mas com o tamanho de suas orelhas tenho certeza de que ele escutou.

        Sigo o homem para um tipo de casa que tinha ali, ela era toda branca e enorme, ele abre uma porta, me dando espaço para eu entra. Entro e ele entra logo atrás, vejo um homem sentado em uma mesa que tinha ali, ele nos encara e bufa, revirando os olhos.

–Eu já disse que eu não tenho interesse de conhecer todos que chegam nessa droga de acampamento Quíron- ele diz entediado, me fazendo revirar os olhos e me sentar em uma cadeira que tinha ali.

–Eu nem queria estar aqui pra começo de conversa- digo cruzando meus braços.

–Tá, tá, eu conheço o drama de eu não preciso dos meus pais e bla bla- ele diz revirando os olhos- mas acaba que todos vocês sentem falta deles.

–Está enganado, eu não me importo nem um pouco se eu tenho pais que se importam comigo ou não- rebato ele.

–Não se responde um deus dessa maneira garotinha- ele diz com os olhos entreabertos, bufo.

–deuses, caras meio cavalo, cachorro gigante, querem me mostrar mais oque?- pergunto irônica- e eu não sou uma garotinha- sorrio falsa para ele.

–Essa garota me irrita mais que o Perceu- ele diz encarando quem ele diz se chamar Quíron.

–Tenha paciência Dionísio- ele diz dando uma leve risadinha.

–Tá tá- ele diz como se não importasse- vai ficar no chalé de quem lá seja seu pai ou mãe e vai treinar o verão aqui- ele me encara- pronto, é isso meu trabalho.

–Fala sério, que cara chato- reviro meus olhos, ele me encara sério....

Emma.Onde histórias criam vida. Descubra agora