Capítulo 1

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Oi gente! Primeiro capítulo da fic! Aproveitem!

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Minha vida nunca foi fácil. Perdi meu pai aos cinco anos, vítima de um câncer silencioso, daqueles que quando é descoberto, já é tarde demais. Eu e minha mãe fomos obrigadas a nos virar: ela trabalhou de babá, doméstica e cozinheira em diversas casas e de garçonete em diversas lanchonetes. Morávamos em Sutter Creek, uma cidade minúscula no interior da Califórnia, com pouco mais de 2500 habitantes. Exemplo clássico de comunidade pequena onde todos conhecem todos, e todos ajudam todos. Com certeza, esse fator foi essencial para que a comida nunca faltasse em nossa mesa.

Hoje, minha mãe ainda vive em Sutter, e possui sua própria lanchonete. É pequena, mas ela consegue tirar sua renda e sustento. Eu sempre sonhei em ser atriz, mas morando em uma cidade daquele tamanho, não teria nenhuma oportunidade. Mamãe, sempre me encorajou a perseguir meus sonhos, principalmente esse. Então, quando completei 24 anos, após muito trabalho na lanchonete, já tinha o necessário para pagar um mês de aluguel e outras despesas em Los Angeles, a cidade clássica dos estúdios de TV.

Me mudei há 8 anos, e nesse tempo, consegui alguns poucos testes, audiências e papeis de figuração, nada muito maior que isso. Fica difícil conseguir algo bom sem um agente, então esse é meu próximo objetivo: economizar o bastante para conseguir contratar um. Desde que cheguei, trabalho como garçonete em uma lanchonete localizada em um ponto estratégico: Beverly Hills. Além de estar localizada em um dos bairros mais famosos e luxuosos do mundo, todos os principais estúdios de TV estão localizados em um raio de 5km da lanchonete, fazendo com que a presença de famosos no estabelecimento, seja algo recorrente.

Trabalho na De Luca's Café e meu chefe é Giuseppe De Luca - sim, provavelmente faltou criatividade na hora de nomear seu empreendimento-, um italiano de 55 anos, baixinho, rechonchudo, de sotaque carregado mas um coração gigante. Ele é o mais próximo que tive de um pai, sempre me aconselhando e ajudando como pode.

Está chegando o fim do meu turno - na realidade, já era para ter terminado, mas faço todas as horas extras possíveis para conseguir o máximo de gorjeta - Giu, enquanto fecha o caixa, grita:

- Olivia, vá pra casa! Você está trabalhando há quase 12 horas!

- Giu, já te falei, trabalharei o máximo que conseguir! Aliás, ainda temos mais 1 hora até fechar, e...

- Pare com isso! – ele me interrompe – É Janeiro! Você sabe como fica a procura, mais parada que sua vida amorosa.

Respondo com uma simples careta. Ele tem razão. Nunca namorei sério. Tive uns lances, encontros, mas é tudo mais difícil aqui em Beverly Hills. Ninguém se interessa por uma simples garçonete. Enquanto atendo, os rapazes em sua grande maioria de classe alta, tentam tirar vantagem, proveito, fazem piadas sem graça e não aceitam não como resposta. Acho que me consideram um "alvo fácil". Mas, mesmo que eu encontrasse alguém, não tenho tempo. Minha vida é meu trabalho.

Free Falling - Pedro PascalOnde histórias criam vida. Descubra agora