Free Falling - Pedro Pascal

Capítulo 22

Cheguei com um capítulo novinho! Esse capítulo me deixou soft escrevendo kkk. Espero que gostem. Aproveitem!

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Estávamos vivendo dias incríveis, regados de amor. Eu nunca fui tão transbordada de felicidade do que nesses últimos dias. Talvez mais do que já tinha sentido na minha vida inteira.

A propriedade de Pedro era grande, grande o bastante para sempre ter algo a se fazer: seja colher frutas do pomar, flores dos campos, cuidar da plantação e dos animais ou até mesmo atividades dentro de casa, como ler, cozinhar e o mais importante: namorar. Muito.

Tratando-se de um lugar um tanto afastado e cercado de vegetação, os dias eram quentes e as noites frias. Como não estava no planejamento que eu fosse para outro lugar além de Sutter Creek, que é uma cidade quente, eu não trouxe casacos na mala. Então, tive que pegar um emprestado de Pedro, mesmo a peça sendo grande o bastante para caber duas de mim.

Quase todas as noites, antes de irmos para a cama, passávamos algumas horas na pequena sala de leitura da casa. O cômodo era cercado por estantes com inúmeros livros de variados gêneros, um par de poltronas e um pequeno sofá de dois lugares: móveis super confortáveis que foram colocados estrategicamente em frente à uma lareira.

Certo dia, eu estava deitada no sofá com as pernas esticadas sobre o colo de Pedro, enquanto ele se encontrava sentado. Estávamos em frente a lareira, e o calor que emanava era o responsável por nos manter aquecidos em uma noite tão fria quanto aquela. Cada um lia um livro: eu, como uma doida por romance que sou, lia o romance mais clássico de todos os tempos, Romeu e Julieta. Pedro, lia uma cópia de o Apanhador no Campo de Centeio. Uma de suas mãos segurava o livro, e a outra, acariciava minhas pernas.

A minha leitura estava boa, até eu me distrair. Abaixei meu livro para observá-lo: ele estava tão concentrado, que demorou um bom tempo até perceber meu olhar sobre ele. Enquanto o olhava, eu me perguntava o que fiz para ter tido tanta sorte. Eu era louca por ele. Por todos os detalhes dele. Seu olhar fixo no que lia, o jeito que seu cabelo despenteado caía sobre sua testa, o reflexo que a luz da lareira trazia para o seu rosto, o jeito que inconscientemente ele acariciava minha perna.

Pedro capta meu olhar pelo canto de seus olhos e abaixa seu livro para se virar para mim, com um sorriso:

- O que foi?

- Você é tão lindo – falo me levantando para me aproximar dele – o que eu fiz para ter tanta sorte?

- Acho que você está precisando de óculos – ele passa um braço pela minha cintura me trazendo para perto.

- Minha vista nunca esteve tão boa – para confirmar o que eu dizia, decido dividir com ele exatamente o que estava pensando – você é o homem mais lindo que eu já conheci, por dentro e por fora. O seu olhar, – dou um beijo em cada uma de suas pálpebras – o seu cabelo – beijo cada uma de suas têmporas e sua testa – as covinhas quando você sorri – beijo os lugares que elas costumam aparecer, nas laterais de sua boca – a cicatriz que você tem no nariz – beijo o topo de seu nariz – as linhazinhas ao lado dos seus olhos – beijo esse local também – sua boca – lhe dou um selinho demorado.

Me afasto, e encosto minha testa na sua, olhando fundo em seus olhos. Com a proximidade, noto que uma lágrima brilha no canto dos seus olhos.

- Eu nunca me senti tão amado na minha vida. Obrigado. Por tudo.